Um possível ataque iminente de Israel ao Irã está no radar dos investidores em dia de agenda econômica esvaziada. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, discursa em meio a expectativas de corte de juros na zona do euro amanhã. Balanços do Morgan Stanley e da Alcoa serão acompanhados. Ainda, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anuncia a decisão sobre o retorno do horário de verão neste ano no Brasil e um balanço das ações da “força-tarefa” para o restabelecimento da energia na região metropolitana de São Paulo.
Exterior
Os preços do petróleo estão com fôlego curto, após fortes perdas nas últimas três sessões. Investidores acreditam que a resposta de Israel ao Irã está próxima de se consolidar, mas que um ataque poderia poupar instalações petrolíferas, amenizando preocupações com a oferta. Os juros dos Treasuries recuam diante da consolidação da chance de redução menor de juro pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O presidente da distrital de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou que mantém as opções de corte em aberto. Há cautela ainda com a política fiscal expansionista dos candidatos à presidência dos EUA, que tem caráter inflacionário, pode atrapalhar o corte de juros e sustentar o dólar alto por mais tempo. As bolsas exibem sinais difusos, com queda de ações de tecnologia e do setor de bens de luxo, após resultados decepcionantes da holandesa ASML e da francesa LVMH.
Brasil
A cautela internacional pode atrapalhar o desempenho da bolsa local, que deve repercutir o resultado de produção e vendas da Vale. Apesar da queda leve do petróleo, o ADR da Petrobras tinha leve alta no pré-mercado em Nova York. O mercado deve continuar à espreita com o quadro fiscal em meio à percepção é de que o governo vai entregar muito pouco agora em termos de cortes da agenda de gastos. O anúncio oficial sobre a implantação do horário de verão também está no radar. O governo aguarda dados complementares de estudo do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sobre a viabilidade do retorno da medida, ainda neste ano e, segundo interlocutores do governo, a volta só ocorrerá se for “estritamente necessária”.
*Agência Estado