A agenda desta terça-feira tem como destaques o IPCA-15 de novembro e a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, se reúne com líderes do governo no Congresso para tratar sobre o pacote de corte de gastos.
Exterior
A promessa do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de elevar o protecionismo e aumentar tarifas comerciais a outros países em seu segundo mandato pesa nos mercados internacionais nesta manhã.
O cenário geopolítico também inspira cautela. Se por um lado um potencial cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah pode ajudar a reduzir as tensões no Oriente Médio, preocupa a escalada na guerra entre Rússia e Ucrânia. Diante desse temor, o rublo caía há pouco ante o dólar ao menor nível desde março de 2022.
Nos EUA, as incertezas são com os próximos passos do Fed em dia de divulgação da ata. O distrital de Minneapolis, Neel Kashkari, disse ser apropriado considerar outro corte de juros de 25 pontos-base em dezembro. Já Austan Goolsbee, do Fed de Chicago, disse que os juros ainda têm um bom caminho a percorrer até chegarem à neutralidade.
Brasil
O apetite a risco pode ser limitado diante do tom mais negativo no exterior e após a ministra do Planejamento, Simone Tebet, ter dito ontem que a decisão sobre o pacote de cortes de gastos públicos “dificilmente” será divulgada hoje. O novo adiamento deve pressionar mais o dólar, que fechou ontem a R$ 5,80, em meio também aos temores com o protecionismo de Trump.
O momento é delicado também diante do imbróglio gerado pelo boicote do Carrefour às carnes do Mercosul. O CEO do Carrefour Global, Alexandre Bompard, fará uma retratação formal ao ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Favaro, após as suas declarações levarem à interrupção de fornecimento de carnes por parte de frigoríficos brasileiros ao Grupo Carrefour Brasil.
Nos juros, as taxas ficam sensíveis ao IPCA-15, que deve desacelerar em novembro, assim como a média dos núcleos, o que pode aliviar as taxas curtas, embora o dólar e os rendimentos dos Treasuries mais fortes sejam contraponto.
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