Em um dia de baixa liquidez e de maior apetite por risco nos mercados globais, o Ibovespa B3 obteve suporte para avançar, impulsionado pela alta das ações da Vale e de blue chips de bancos.
O índice encerrou com um avanço de 0,63%, aos 130.464 pontos, depois de oscilar entre os 128.726 pontos e os 130.877 pontos.
Ibovespa B3 hoje
O movimento local acompanhou a subida dos índices americanos, que passaram por um dia de ajuste. O Nasdaq fechou em alta de 2,71%; o Dow Jones teve ganho de 2,66%; e o S&P 500 avançou 2,51%.
Na véspera, as bolsas americanas tiveram forte queda, em meio a críticas duras do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao chefe do Federal Reserve, Jerome Powell. Há temores de que Trump abale a independência do BC americano.
As ações da Vale encerraram com ganho de 1,78%, em linha com a alta do minério de ferro em Dalian.
Já as ações da Petrobras fecharam mistas: as ON recuaram 0,54%, enquanto as PN avançaram 0,23%. Segundo operadores, o movimento pode indicar que houve saída de estrangeiros.
Entre as maiores altas da sessão ficaram as ações da MRV, que subiram 8,26%, ampliando os ganhos pelo terceiro pregão seguido.
Já entre as maiores baixas ficaram os papéis da Embraer, que caíram 3,45%.
O volume financeiro do índice na sessão foi de R$ 13,5 bilhões, abaixo da média diária registrada desde o começo do ano, que é de R$ 16,6 bilhões. Já na B3, o giro financeiro bateu R$ 18,0 bilhões.
Dólar hoje
O dólar à vista exibiu forte desvalorização frente ao real nesta terça-feira, em uma sessão marcada por maior busca por ativos de risco.
Moedas de mercados emergentes (em especial da América Latina) e ligadas a commodities apreciaram nesta sessão.
Operadores entenderam que o movimento mais forte do real pode ter sido resultado de um acúmulo das dinâmicas de ontem com a de hoje, dado que na segunda-feira já houve um enfraquecimento global do dólar, mas o mercado local não absorveu tal movimento porque estava fechado por conta do feriado de Tiradentes.
No fim das negociações, o real tinha o segundo melhor desempenho frente ao dólar, entre as 33 moedas mais líquidas acompanhadas pelo Valor, atrás apenas do peso argentino.
Encerradas as negociações, o dólar à vista fechou negociado em queda de 1,32%, cotado a R$ 5,7278, depois de ter encostado na mínima de R$ 5,7188 e batido na máxima de R$ 5,8015.
Já o euro comercial exibia desvalorização de 0,90%, a R$ 6,5413.
Perto do fechamento, o dólar também recuava 0,95% contra o peso chileno, 0,46% ante o peso mexicano e 0,50% contra o rand sul-africano.
Já o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, avançava 0,66%, aos 98,929 pontos.
Bolsas de Nova York
As principais bolsas de Nova York fecharam esta terça-feira (22) em alta, estendendo o movimento positivo registrado desde a abertura.
A suposta fala do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, de que ele espera uma redução nas tensões com a China, classificando a guerra comercial em andamento como “insustentável”, impulsionou a valorização dos índices em Wall Street.
Os comentários teriam sido feitos em um evento do JP Morgan sem a presença do público geral e jornalistas.
No fechamento, o índice Dow Jones subiu 2,66%, aos 39.186,98 pontos, enquanto o S&P 500 avançou 2,51%, aos 5.287,75 pontos. O Nasdaq teve alta de 2,71%, aos 16.300,42 pontos.
Todos os setores da bolsa fecharam em alta, com destaque para finanças (3,28%) e tecnologia (2,45%).
As ações da American Express (4,09%), Visa (3,56%) e Goldman Sachs (3,72%) foram alguns dos melhores desempenhos no setor de finanças.
Entre as ações de tecnologia, as maiores altas foram da Tesla (4,61%), que aguarda a divulgação de seus resultados trimestrais hoje, e da Apple (3,37%).
Bolsas da Europa
Na volta do feriado de Páscoa, os principais índices de ações da Europa fecharam em alta nesta terça-feira (22), se recuperando das perdas vistas mais cedo.
No radar dos investidores ainda seguem as provocações do presidente americano, Donald Trump, ao presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, que pesaram sobre o sentimento do mercado ontem, e as novas tarifas anunciadas pelos Estados Unidos.
No fechamento, o índice Stoxx 600 subiu 0,24%, aos 507,64 pontos, o FTSE 100, de Londres, teve alta de 0,64%, aos 8.328,60 pontos, o DAX, de Frankfurt, avançou 0,41%, aos 21.293,53 pontos, e o CAC 40, de Paris, escalou 0,56%, aos 7.326,47 pontos.
Entre os destaques do dia, as ações da Novo Nordisk, a fabricante do Ozempic, tiveram forte baixa de 7,42%, após resultados de testes da rival americana Eli Lilly com uma pílula experimental para perda de peso e controle de açúcar no sangue mostrarem a mesma eficácia do medicamento da farmacêutica dinamarquesa.
Chris Beauchamp, analista-chefe de mercados da IG, vê que a turbulência entre Trump e Powell tem provocado uma realocação expressiva de capital global, com fluxos saindo dos mercados americanos em direção a outras regiões.
Ele cita que os fundos de ações dos Estados Unidos registraram uma saída de US$ 10,6 bilhões, apenas na semana passada, enquanto que os fundos de ações europeias tiveram uma entrada de US$ 3,6 bilhões.
“Esse movimento revela a preferência dos investidores por mercados percebidos como mais previsíveis do ponto de vista político e com menor interferência governamental”, Beauchamp diz, em nota. “A diversificação entre diferentes mercados pode ajudar a mitigar os riscos associados à incerteza política em qualquer país”.
Com informações do Valor Econômico
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