Diante da agenda esvaziada de indicadores nesta terça-feira (20), o mercado acompanha a reunião do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que se reúnem em Brasília. O encontro será das 14h às 15h, na sede da Fazenda. O tema não foi informado pela assessoria de Haddad. Segundo o BC, eles tratarão de “assuntos governamentais”.
Ontem, segunda-feira (19), Galípolo deu sinais de que considera manter os juros altos – atualmente em 14,75% ao ano – por mais tempo do que nos ciclos de aperto monetário anteriores.
Em suas considerações iniciais, num evento do banco Goldman Sachs, Galípolo afirmou que “faz sentido a gente permanecer com essas taxas de juro no patamar restritivo por um período mais prolongado do que usualmente se costuma praticar.”
Com a fala, o presidente do BC deu um passo além da comunicação do Comitê de Política Monetária (Copom), que, em ata e comunicado divulgados nas últimas semanas, fala de forma mais genérica que o “cenário prescreve uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta.”
Fed
Nos Estados Unidos, discursos de diversos dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) devem ser acompanhados com atenção pelos participantes do mercado nesta terça.
Petrobras
Agentes do mercado monitoram ainda o desenlace da licença de perfuração da Petrobras na Foz do Amazonas, na Margem Equatorial.
Na noite de segunda-feira (19), o Ibama comunicou a aprovação conceito do plano de proteção à fauna da Petrobras, como parte do pedido de licença de perfuração na Foz do Amazonas, na Margem Equatorial.
A aprovação indica que a metodologia apontada pela Petrobras atende a requisitos técnicos exigidos pelo órgão ambiental. A próxima etapa é de vistorias e simulações de resgates de animais, que testarão na prática a capacidade de resposta da petroleira.
Como fecharam as bolsas de valores
O Ibovespa encerrou a segunda-feira em nova máxima histórica nominal, aos 139.636 pontos, o que representa uma alta de 0,32%. Em um pregão em que preocupações com o déficit fiscal americano ganharam força, com o rebaixamento da nota dos EUA pela Moody’s, a manutenção do movimento de rotação para o Brasil ajudou a potencializar os ganhos do principal índice de ações da bolsa brasileira.
Durante a sessão de ontem, falas do presidente do BC também promoveram um alívio na curva de juros, o que favoreceu ações domésticas.
Ações como Lojas Renner (LREN3) e Fleury (FLRY3) foram alguns dos destaques de alta, com avanço de 2,62% e 2,55%, nessa ordem. Já a maior perda foi registrada pelos papéis da Marfrig (MRFG3), que caíram 6,42%, em um dia de correção depois de subir mais de 21% após anunciar uma proposta de fusão com a BRF (BRFS3) na semana passada.
O dia também foi negativo para ações ligadas a commodities. As ações da Vale (VALE3) fecharam em queda de 0,27%, enquanto as PN da Petrobras (PETR4) recuaram 0,12%.
O dólar à vista fechou negociado em queda de 0,25%, cotado a R$ 5,6546, depois de ter tocado a mínima de R$ 5,6333 e encostado na máxima de R$ 5,6912.
Já o euro comercial registrou valorização de 0,56%, a R$ 6,3559.
Bolsas de NY
As principais bolsas de Nova York fecharam em leve alta, após operarem a maior parte do pregão no negativo.
No fechamento, o índice Dow Jones subiu 0,32%, aos 42.792,07 pontos; o S&P 500 teve alta de 0,09%, aos 5.963,60 pontos; e o Nasdaq ganhou 0,02%, aos 19.215,46 pontos.
Os setores de saúde (0,96%) e consumo discricionário (0,42%) exibiram as maiores altas. A Gilead Sciences subiu 3,57% e a AstraZeneca ganhou 1,42%, enquanto a Microsoft valorizou 1,01%.
Bolsas da Ásia
As bolsas da Ásia fecharam em alta, em sua maioria, após a China cortar suas principais taxas de juros para impulsionar sua economia em meio a tensões tarifárias, e com investidores focados nas negociações comerciais dos Estados Unidos com a Índia e o Japão.
O índice Nikkei 225 do Japão fechou em alta de 0,08% a 37.529,49 pontos e o índice Kospi da Coreia do Sul caiu 0,06% a 2.601,80 pontos. Em Hong Kong, o índice Hang Seng avançou 1,49% a 23.681,48 pontos, com destaque para a alta de 16% nas ações da gigante chinesa de baterias para veículos elétricos CATL em sua estreia na bolsa. Na China continental, o índice Xangai Composto teve alta de 0,38% a 3.380,47 pontos.
O Banco do Povo da China (PBoC) reduziu a taxa de juros de um ano de 3,1% para 3,0%, e a de cinco anos de 3,6% para 3,5%.
Analistas do Citi apontam que a economia chinesa se manteve firme em abril, apesar das tensões comerciais. “O antigo modelo de crescimento impulsionado pelas exportações parece estar de volta, pelo menos por enquanto”, escrevem.
Com informações do Valor Econômico.
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