quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Search

Endividamento cai pelo 2º mês seguido, mas inadimplência preocupa

Relatório do Desenrola limita juros do rotativo a 100% da dívida

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


O nível de endividamento das famílias brasileiras caiu, em agosto, pelo segundo mês consecutivo. Mas a proporção de pessoas com dívidas atrasadas e das que afirmam que não conseguirão quitar os atrasos cresceu. É o que mostra a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgada nesta terça-feira (9).

O índice de endividamento recuou de 78,1% para 77,4%, sendo o menor desde junho de 2022. Nos últimos 12 meses, a redução é de 1,6 ponto percentual.

É considerada endividada a pessoa que tem compromissos a vencer, ou seja, não necessariamente conta já atrasada. As modalidades de dívidas pesquisadas são cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado, prestação de carro e de casa.

Tanto no mês quanto no período acumulado de 12 meses, a queda no endividamento se deu em todas as faixas pesquisadas pela CNC.

De acordo com a economista responsável pela Peic, Izis Ferreira, dois pontos contribuem para essa redução. “Um contexto mais benigno de inflação mais baixa em comparação com o ano passado e um mercado de trabalho resiliente, absorvendo pessoas de menor grau de instrução. Isso tem levado as pessoas a terem uma folga no orçamento, e um volume menor delas busca o crédito como meio para o consumo de bens e de serviço.”

Contas atrasadas

Se por um lado caiu a proporção de endividados, por outro cresceu a dos inadimplentes, ou seja, pessoas com contas atrasadas. Essa marca chegou em agosto a 30%, igualando o resultado de dezembro de 2022.

“Estamos falando de um consumidor [por exemplo] que tem dois, três cartões de crédito e um crédito pessoal ou consignado, um financiamento. Com mais modalidades de dívida, está difícil de esse consumidor conseguir pagar todas dentro do prazo de vencimento”, avalia a economista.

Outro fator preocupante no levantamento é o nível de consumidores que afirmam que não vão conseguir pagar as contas atrasadas, ou seja, continuarão inadimplentes. A proporção de 12,7% é a maior da série histórica iniciada em janeiro de 2010. Essa situação atinge principalmente as pessoas com renda de até três salários mínimos.

“Isso mostra que, mesmo com uma inflação trazendo uma trégua para esse orçamento doméstico, ainda é um desafio conseguir negociar ou pagar uma dívida que está atrasada há mais tempo e que sofre mais com esses juros altos, que aumentam o custo da dívida e acabam tornando o valor muito significativo, e essa família não consegue pagar”, explica Izis.

Cartão de crédito

Os dados da CNC mostram que o cartão de crédito é o vilão do orçamento das famílias brasileiras de forma disparada. A proporção de consumidores endividados com o cartão é de 85,5%. Em seguida, as principais modalidades de dívidas são os carnês (17,1%), crédito pessoal (9,2%), e os financiamentos de carro (7,9%) e casa (7,5%).

A Peic revela também que o tempo médio de comprometimento com dívidas é de 6,9 meses. O tempo médio de pagamento em atraso é de 63 dias. A parcela da renda comprometida com dívida é 29,9%.

A CNC estima que a proporção de endividados amplie o ritmo de queda nos próximos meses, aproximando-se de 77% entre setembro e outubro. Porém, prevê que o endividamento deve voltar a crescer na reta final do ano, encerrando 2023 perto de 78% do total de famílias. 



Fonte: Agência Brasil

Gostou? Compartilhe com um Amigo!

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Siga nossas Redes Sociais

Google News

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quem viu esse, também viu estes

Plano estratégico da Petrobras prevê investimentos de US$ 102 bilhões

Plano estratégico da Petrobras prevê investimentos de US$ 102 bilhões

Cesta básica nacional terá 15 alimentos com imposto zerado

Cesta básica nacional terá 15 alimentos com imposto zerado

Taxa média de desemprego em 2023 é a menor desde 2014

Taxa média de desemprego em 2023 é a menor desde 2014

Drex vai entrar na segunda fase de testes. O que foi feito até agora e o que esperar?

Drex vai entrar na segunda fase de testes. O que foi feito até agora e o que esperar?

Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,5 bilhões de valores a receber

Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,5 bilhões de valores a receber

Desenrola passa a renegociar dívidas de até R$ 20 mil

Desenrola passa a renegociar dívidas de até R$ 20 mil

Justiça suspende leilão da BR-476 para ouvir quilombolas

Justiça suspende leilão da BR-476 para ouvir quilombolas

Haddad propõe presença do meio-ambiente em nova contabilidade nacional

Haddad propõe presença do meio-ambiente em nova contabilidade nacional

Mais de 20,3 milhões de contribuintes já enviaram declaração do IR

Mais de 20,3 milhões de contribuintes já enviaram declaração do IR

Capitais perdem espaço e economia fica menos concentrada, aponta IBGE

Capitais perdem espaço e economia fica menos concentrada, aponta IBGE

bolsas avançam no exterior em semana que tem dados de inflação no Brasil e nos EUA

bolsas avançam no exterior em semana que tem dados de inflação no Brasil e nos EUA

Inflação de outubro fica em 0,24%, puxada pelas passagens aéreas

Inflação de outubro fica em 0,24%, puxada pelas passagens aéreas

Segunda parcela do décimo terceiro deve injetar R$ 106 bi na economia

Segunda parcela do décimo terceiro deve injetar R$ 106 bi na economia

Mudanças climáticas agravam insegurança alimentar, diz pesquisadora

Mudanças climáticas agravam insegurança alimentar, diz pesquisadora

Copom reduz Selic em 0,5 p.p., para 10,75%, conforme esperado pelo mercado

Copom reduz Selic em 0,5 p.p., para 10,75%, conforme esperado pelo mercado

exterior busca direção antes de payroll e petróleo segue em alta

exterior busca direção antes de payroll e petróleo segue em alta