domingo, 24 de novembro de 2024
Search

Diretor da Petrobras aponta volatilidade no mercado de combustíveis

Diretor da Petrobras aponta volatilidade no mercado de combustíveis

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


A Petrobras está acompanhando os desdobramentos do conflito entre Israel e o grupo Hamas. Enquanto o conflito permanecer como está hoje, os impactos serão menores para o mercado, afirmou, nesta sexta-feira (10), o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da empresa, Claudio Schlosser.

Caso o conflito se agrave, entretanto, pode haver impacto, principalmente na oferta de petróleo na região. “Nós importamos petróleo da Arábia Saudita, que atende a uma demanda para produção de lubrificantes na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), mas nós, até o momento, não identificamos nenhum tipo de alteração no fluxo desse petróleo para suprimento”, disse Schlosser, em entrevista à imprensa.

Sobre o diesel russo, Schlosser informou que a Petrobras está sempre monitorando, porque é uma das alternativas do mercado. Os indicadores têm apontado redução dos descontos do diesel russo que ocorreram no início do ano, porque o país anunciou que incluiria os derivados a serem exportados no pacote de cortes. “O pacote de cortes era restrito ao petróleo russo, e eles fizeram essa abrangência com relação aos derivados também, de forma a uma atuação da Opep+”. Ele disse que, por isso, a vinda do diesel russo depende de uma série de fatores, da liberação para exportação e do nível de preços que o produto vem apresentando no mercado.

A Opep+ é um grupo de 23 países produtores e exportadores de petróleo que se reúne regularmente para decidir quanto óleo bruto vender no mercado mundial. No centro desse grupo, estão os 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que são, principalmente, países do Oriente Médio e da África.

Diesel e gasolina

Sobre o consumo do diesel e da gasolina, Schlosser destacou que a dinâmica do terceiro para o quarto trimestre deste ano é diferente nos dois casos. Em outubro, ocorre um pico no diesel em função da atividade agrícola muito forte, pela safra de grãos e plantio. Também conta a parte industrial para consumo no fim do ano. “Há um crescente do diesel. Passada essa fase, começa a haver decréscimo do consumo. Isso já é um ciclo que acontece a todo ano e bem é conhecido nosso.”

Quanto à gasolina, Schlosser citou fatores como a entrada do 13º salário e o começo do período de férias e disse que a tendência é de aumento do consumo. “Acaba atingindo um pico sazonal em dezembro, que se mantém um pouco mais elevado em janeiro e fevereiro, impulsionado por férias. Esta é a dinâmica do final do ano.”

Perguntado se a redução do preço do petróleo no exterior e a queda do dólar poderiam levar a novas quedas de preço dos combustíveis, o diretor da Petrobras reforçou que um dos valores centrais da atuação comercial da empresa é “mitigar a volatilidade no mercado internacional das cotações e da taxa de câmbio, e não transferir essa precificação para o mercado brasileiro”.

Volatilidade

Segundo Schlosser, há grande volatilidade no mercado atualmente. “Nós temos dados da economia chinesa com enfraquecimento, que tem atuação sobre a demanda de energia. Por outro lado, os conflitos que mencionamos também afetam a demanda por derivados e podem ter implicação na oferta desses produtos, além de cortes da Opep+ no fornecimento de petróleo”. Schlosser lembrou ainda a incorporação de restrições dos derivados da Rússia, com oferta menor desses produtos. “Então, o balanço entre oferta e demanda está muito volátil no momento.”

Especificamente sobre a gasolina, Schlosser mencionou o fim de uma demanda global forte, principalmente no Hemisfério Norte, que tem tendência à redução. De acordo com ele, isso permitiu que, em outubro, fosse reduzido o preço da gasolina. “No momento, estamos em uma grande volatilidade, acompanhamos todos os movimentos.” Caso se consolide um novo patamar, seja da gasolina ou do diesel, serão feitos os ajustes necessários e suficientes para manter esse equilíbrio. “Mas, por questões concorrenciais, não podemos antecipar qualquer tipo de movimento na alteração desses produtos.”

O diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras informou que a companhia procura capturar a otimização dos ativos de logística e de refino e avalia as oportunidades de importação de derivados, com o objetivo de obter o melhor resultado operacional e econômico com esses ativos.

Planejamento

O diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Sergio Caetano Leite, informou que o Plano Estratégico 2024-2028 da Petrobras ainda está sendo elaborado. O plano, que começou a ser revisado no início do ano, no momento, está em fase de discussão pela diretoria. “É um trabalho coletivo.” O planejamento inclui o período 2023/2027 e só será apresentado quando o processo for finalizado, o que pode ocorrer até o fim deste ano. Leite disse que ainda que não há informação nova sobre o plano 2024/2028 sendo compartilhada com o governo.

De acordo com Leite, a Petrobras está estudando oportunidades de negócios no Brasil e no exterior, embora ainda não haja nada fechado no momento. “Qualquer decisão sobre investimentos, capex (despesas de capital ou investimentos em bens de capitais) só será definida quando o plano estratégico estiver concluído”, acrescentou.



Fonte: Agência Brasil

Gostou? Compartilhe com um Amigo!

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Siga nossas Redes Sociais

Google News

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quem viu esse, também viu estes

Mercados financeiros hoje: cautela antecede divulgação de dados de emprego nos EUA

Mercados financeiros hoje: cautela antecede divulgação de dados de emprego nos EUA

Quatro estados ultrapassam limite de gastos com funcionalismo

Quatro estados ultrapassam limite de gastos com funcionalismo

Agricultura vai querer voltar para mercado de carbono, diz Haddad

Agricultura vai querer voltar para mercado de carbono, diz Haddad

Primeira fase do Drex atrasa e só terminará em maio de 2024

Primeira fase do Drex atrasa e só terminará em maio de 2024

Gestora quer fomentar o mercado de carbono no Brasil – e busca mais participantes para esse mercado

Gestora quer fomentar o mercado de carbono no Brasil – e busca mais participantes para esse mercado

fôlego é curto à espera de balanços e dados de arrecadação no Brasil

fôlego é curto à espera de balanços e dados de arrecadação no Brasil

Escolas públicas e privadas podem concorrer à Olimpíada de Educação Financeira; veja como se inscrever

Escolas públicas e privadas podem concorrer à Olimpíada de Educação Financeira; veja como se inscrever

Economia brasileira cresceu 0,25% em maio

Economia brasileira cresceu 0,25% em maio

Mercados financeiros hoje: dado fiscal e varejo ficam no radar local

Mercados financeiros hoje: dado fiscal e varejo ficam no radar local

CMN muda regras para títulos agrícolas e imobiliários

CMN muda regras para títulos agrícolas e imobiliários

Balança comercial tem superávit de U$ 9,767 bilhões em agosto

Balança comercial tem superávit de U$ 9,767 bilhões em agosto

Ata do Copom diz que momento pede serenidade e moderação na condução da política monetária

Ata do Copom diz que momento pede serenidade e moderação na condução da política monetária

Inflação de março pesou menos para famílias de renda alta, aponta Ipea

Inflação de março pesou menos para famílias de renda alta, aponta Ipea

ANTT aprova plano de concessão de trechos das BRs-060 e 364 em GO e MT

ANTT aprova plano de concessão de trechos das BRs-060 e 364 em GO e MT

Produção de veículos cresce em relação a fevereiro, aponta Anfavea

Produção de veículos cresce em relação a fevereiro, aponta Anfavea

Toyota deve investir R$ 11 bilhões no Brasil

Toyota deve investir R$ 11 bilhões no Brasil