quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Search

Mudanças climáticas prejudicam crescimento do Brasil, avalia OCDE

Mudanças climáticas prejudicam crescimento do Brasil, avalia OCDE

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


Os eventos extremos provocados pela mudança climática estão prejudicando a infraestrutura brasileira e comprometendo o crescimento do país, informou nesta segunda-feira (18) a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). No relatório Estudos Econômicos da OCDE: Brasil, documento bianual com perspectivas para o país, a organização sugere planejamento nas obras públicas, novas políticas urbanas e o cumprimento mais amplo do Código Florestal.

“A infraestrutura pública [do Brasil] é particularmente vulnerável a choques climáticos em meio a uma rápida, não planejada e descontrolada urbanização”, destacou a OCDE, organização formada por países que se comprometem com metas econômicas, sociais, ambientais e institucionais e à qual o Brasil está em processo de adesão. Segundo a organização, tanto as secas como as enchentes trazem prejuízos à infraestrutura brasileira.

“Secas frequentes e aumento das temperaturas vão criar desafios para fornecimento de energia, particularmente de fontes hidrelétricas”, destacou o relatório. Em relação às chuvas, a OCDE ressalta que os deslizamentos e as enchentes trazem prejuízos às cidades e ao transporte. “As enchentes compõem 65% dos riscos naturais [no Brasil], e os danos associados a enxurradas e deslizamentos foram responsáveis por 74% das mortes relacionadas a desastres naturais entre 1991 e 2010”, informa o documento.

A OCDE cita um estudo do Banco Mundial de 2021 segundo o qual a mudança climática custa 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos) a cada ano para as empresas do país. Segundo o relatório, 55% dos prejuízos afetam as infraestruturas de transporte, 44%, o fornecimento de energia e 2%, o abastecimento de água. O relatório destaca que a queda no nível dos reservatórios das hidrelétricas entre 2013 e 2021 ameaçou o fornecimento de energia num país onde dois terços da matriz energética está associado às hidrelétricas.

Recomendações

O relatório forneceu uma série de recomendações ao Brasil para enfrentar as mudanças climáticas. A primeira diz respeito à melhoria do planejamento, do financiamento e da entrega de empreendimento de infraestrutura para considerarem a resiliência climática. Segundo a OCDE, os projetos precisarão ter apoio legislativo, orçamentário e claras responsabilizações que considerem eventos climáticos extremos.

“Um portfólio otimizado de ativos de infraestrutura levaria em conta a análise do custo-benefício, com alguns ativos [empreendimentos] sendo resilientes ao clima, mas não necessariamente todos”, aconselhou o relatório.

A OCDE também pediu revisões das políticas urbanas para evitar novas construções em áreas de risco e reduzir o impacto das mudanças climáticas. “Elaborar diretrizes para apoiar as prefeituras em levantar os riscos climáticos e integrá-los ao planejamento fundiário e fornecer mapas de riscos e acesso a informações climáticas às prefeituras para que executem o levantamento de perigos melhoraria o planejamento urbano”, destacou o documento. O relatório também pediu mais investimentos em transporte coletivo para reduzir a vulnerabilidade da infraestrutura deste setor,

De maneira mais ampla, a OCDE pediu o desenvolvimento do mercado de carbono, com a melhoria dos mecanismos de precificação das emissões de gás carbônico, para reduzir a emissão. Por meio desse mercado, investidores de países desenvolvidos financiam projetos de recuperação florestal ou de desenvolvimento socioambiental em troca de emitirem carbono nos países de origem.

A organização também pediu o reforço do cumprimento da legislação contra o desmatamento. “Um cumprimento mais rigoroso do Código Florestal, somado a recursos mais adequados para as agências reguladoras, deve ajudar a reduzir o desmatamento”, destacou.

Novamente citando estimativas do Banco Mundial, a OCDE estima que os investimentos para adaptar a infraestrutura às mudanças climáticas custam, em média, 0,8% do PIB por ano entre 2022 e 2030, variando conforme o tipo de infraestrutura. O custo alto, ressaltou o relatório, seria compensado pela diminuição dos prejuízos e pelo retorno econômico. “No setor de infraestrutura rodoviária, um investimento de 1,2% do PIB melhoraria significativamente a resiliência climática de 23% dos novos investimentos necessários para a próxima década. Além disso, evitaria perdas estimadas em 2,5% do PIB”, afirmou o relatório.



Fonte: Agência Brasil

Gostou? Compartilhe com um Amigo!

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Siga nossas Redes Sociais

Google News

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quem viu esse, também viu estes

G20 deve avançar em tributação de mais ricos, diz Haddad

G20 deve avançar em tributação de mais ricos, diz Haddad

Câmara aprova MP que aumenta salário mínimo e amplia isenção do IR

Câmara aprova MP que aumenta salário mínimo e amplia isenção do IR

Nova presidente da Petrobras troca três dos oito diretores da estatal

Nova presidente da Petrobras troca três dos oito diretores da estatal

Prêmio Nobel de Economia pede urgência na taxação de super-ricos

Prêmio Nobel de Economia pede urgência na taxação de super-ricos

Chuvas: MP do auxílio a empresas do RS deve sair na terça, diz Alckmin

Chuvas: MP do auxílio a empresas do RS deve sair na terça, diz Alckmin

Lula vai atuar para barrar reajuste de energia elétrica no Amapá

Lula vai atuar para barrar reajuste de energia elétrica no Amapá

Prévia da inflação oficial de 2023 fica em 4,72%

Prévia da inflação oficial de 2023 fica em 4,72%

Extratos bancários terão termos padronizados a partir de segunda-feira

Extratos bancários terão termos padronizados a partir de segunda-feira

Mercados financeiros hoje: exterior fica sem tração antes de PIB dos EUA e decisão do BCE

Mercados financeiros hoje: exterior fica sem tração antes de PIB dos EUA e decisão do BCE

Governo altera regras na previdência privada; veja o que muda

Governo altera regras na previdência privada; veja o que muda

Ibovespa fecha sessão em queda com PETR4 e varejistas e desce 3% na semana; dólar sobe

Ibovespa fecha sessão em queda com PETR4 e varejistas e desce 3% na semana; dólar sobe

Plataforma vai apoiar digitalização de micro e pequenas empresas

Plataforma vai apoiar digitalização de micro e pequenas empresas

Contas públicas têm déficit de R$ 7,3 bilhões em setembro

Contas públicas têm déficit de R$ 7,3 bilhões em setembro

Alckmin: força do comércio Brasil-China vai gerar empregos e renda

Alckmin: força do comércio Brasil-China vai gerar empregos e renda

Mercado financeiro prevê crescimento do PIB acima de 2% neste ano

Mercado financeiro prevê crescimento do PIB acima de 2% neste ano

Inclusão financeira e renegociação de dívidas são debatidas no G20

Inclusão financeira e renegociação de dívidas são debatidas no G20