Na próxima segunda-feira (29/01), a B3 terá um novo produto: os contratos de opções de ações e ETFs com vencimento semanal. Atualmente, esses derivativos têm vencimento mensal, sempre na terceira sexta-feira de cada mês. A partir de agora, o investidor tem também à disposição contratos que se encerram toda sexta-feira.
São 15 ativos que terão as opções semanais. Entenda o que são esse derivativos e como usá-los.
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Quais ativos terão opções semanais?
Inicialmente, 15 ativos terão a opção de vencimento semanal:
ABEV3 – Ações ordinárias da Ambev
B3SA3 – Ações ordinárias da B3
BBAS3 – Ações ordinárias do Banco do Brasil
BBDC4 – Ações preferenciais do Bradesco
BHIA3 – Ações ordinárias do Grupo Casas Bahia
BOVA11 – ETF – iShares Ibovespa Fundo de Índice
BOVV11 – ETF It Now Ibovespa
GGBR4 – Ações preferenciais da Gerdau
HAPV3 – Ações ordinárias da Hapvida
ITUB4 – Ações preferenciais do Itaú Unibanco
MGLU3 – Ações ordinárias do Magazine Luiza
NTCO3 – Ações ordinárias da Natura
PETR4 – Ações preferenciais da Petrobras
SUZB3 – Ações ordinárias da Suzano
VALE3 – Ações ordinárias da Vale
O que são opções?
As opções são contratos que dão direito de comprar ou vender uma determinada ação por um determinado preço até uma determinada data. Quando estamos falando de uma opção de compra, o nome comum no mercado é ‘call’. Já as opções de venda são conhecidas como ‘put’.
Via de regra, um investidor compra uma call quando acredita que o valor de uma ação vai se valorizar. Se um investidor tem uma opção de compra a R$ 8 de uma ação que está sendo negociada a R$ 10 até a data de vencimento, ele poderá comprar a ação com um “desconto” de R$ 2.
Do outro lado, um investidor compra uma put para se proteger da queda do preço de uma ação. Se alguém tem uma put com preço de exercício a R$ 10 de uma ação que está sendo negociada a R$ 8, ele poderá vender o papel a R$ 10, recebendo R$ 2 como “bônus”.
Em troca desse direito, o comprador da call ou da put paga um prêmio. Quem compra a call ou a put pode escolher, até a data de vencimento do contrato, se exerce ou não seu direito.
Já o vendedor do contrato (chamado de lançador), que recebeu o prêmio, tem a obrigação de comprar ou vender o ativo, se o detentor da put ou da call assim desejar. Na situação em que o comprador da opção não exerce o direito, o vendedor embolsa o valor do prêmio.
As opções são como um jogo de soma zero: sempre haverá uma ponta que terá lucro e outra que terá prejuízo, seja o comprador ou o lançador.
Para quê servem as opções?
As opções podem ser usadas para diferentes estratégias, explica Lucas Serra, analista da Toro Investimentos. “Existem aqueles que querem especular e ganhar com movimentações no preço dos ativos, principalmente por ser um meio mais barato de se expor, e também os investidores que usam as opções como uma estratégia de proteção”.
Por exemplo, se uma pessoa compra uma ação a R$ 20 e compra uma put (opção de venda) a R$ 18, ela está limitando seu prejuízo a R$ 2 por ação.
Existem estruturas que combinam a compra e venda de calls, puts e ações para que o prejuízo seja limitado, ou para que o ganho seja previsível.
Qual o preço de uma opção?
O preço do de uma opção – tanto de compra quanto de venda – depende de cinco fatores:
- O preço de mercado do ativo-alvo;
- O preço de exercício da opção;
- A volatilidade diária do preço do ativo;
- A taxa de juros de mercado;
- O prazo até o vencimento do contrato.
Como um dos componentes da formação de preço é o prazo até o vencimento do contrato, a expectativa é de que as opções semanais sejam mais baratas do que as tradicionais, de vencimento mensal.
Também espera-se um maior desenvolvimento desse mercado, diz Serra, da Toro. “Existem as opções com vencimento semanal em outros mercados, como os Estados Unidos. É de se esperar que esse mercado ganhe mais liquidez e volume aqui também”, afirma.
As opções podem ser negociadas no home broker de uma corretora, da mesma forma como acontece a negociação das ações.
Quais os riscos de comprar ou vender opções?
Do lado de quem compra uma call ou uma put, os riscos são limitados. Afinal, o valor máximo de perda é o montante pago pela opção em si – o que acontece caso o investidor não exerça seu direito de compra ou venda.
Já do lado de quem vende a opção, há potencial maior de perda. O lançador (a pessoa que vende a call ou a put) recebe o pagamento do prêmio no primeiro momento. No entanto, o prejuízo no caso de o movimento do mercado ir contra a sua posição é ilimitado.
Por isso, inclusive, quem vende uma opção tem a necessidade de dar uma garantia, um valor estipulado pela bolsa que será utilizado para cobrir eventuais prejuízos que o investidor possa ter na operação.