quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Search

Dívida pública pode alcançar até R$ 7,4 trilhões em 2024

Dívida pública pode alcançar até R$ 7,4 trilhões em 2024

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


Depois de encerrar 2023 em torno de R$ 6,5 trilhões e em nível recorde, a Dívida Pública Federal (DPF) deverá chegar ao fim deste ano entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões. Os números foram divulgados nesta terça-feira (30) pelo Tesouro Nacional, que apresentou o Plano Anual de Financiamento (PAF) da dívida pública para 2024.

O plano, que apresenta metas para a dívida pública para este ano, não traz grandes mudanças em relação a 2023. O governo criou um espaço para elevar levemente a fatia de títulos prefixados (com taxas de juros fixas e definidas antecipadamente) e aumentar a participação dos papéis corrigidos pela taxa Selic (juros básicos da economia). Isso ocorreria mesmo com a expectativa de redução nos juros básicos, que estão em queda desde agosto do ano passado.

Segundo o documento, a parcela da DPF vinculada à Selic deverá encerrar o ano numa faixa entre 40% e 44%, contra 38% a 42% em 2023. Atualmente, está em 39,7%. A fatia dos títulos prefixados deverá encerrar o ano entre 24% e 28%, contra 23% a 27% em 2023. No fim de 2023, a participação estava em 26,5%.

A proporção da dívida pública corrigida por índices de preços deverá ficar entre 27% e 31%, contra 29% a 33% no ano passado. Hoje está em 29,8%. Já a participação da dívida corrigida pelo câmbio, considerando a dívida pública externa, deverá encerrar o ano entre 3% e 7%. O percentual atual está em 4,1%. Os números não levam em conta as operações de compra e venda de dólares no mercado futuro pelo Banco Central, que interferem no resultado.

No ano passado, o PAF previa que a Dívida Pública Federal poderia encerrar 2023 entre R$ 6 trilhões e R$ 6,4 trilhões.

Composição

Em 2023, a DPF teve aumento de títulos corrigidos pela Selic, que subiram de 38,3% em dezembro de 2022 para 39,7% no mês passado, dentro da banda de 38% a 42% em vigor para o último ano. Segundo o Tesouro, isso se deveu ao nível alto da taxa Selic (juros básicos da economia), que atraiu de volta os investidores desses papéis.

A participação de papéis prefixados (com juros definidos no momento da emissão) caiu de 27% em 2022 para 26,5% em 2023. O percentual ficou próximo do limite máximo estabelecido pelo PAF de 2023, que estimava que a participação encerraria o ano entre 24% e 28%.

Durante a alta da Selic, os investidores tinham fugido dos títulos prefixados, mais sujeitos às oscilações de mercado e que pode trazer prejuízo se resgatado antes do prazo. No entanto, o interesse por esse tipo de papel voltou a aumentar no segundo semestre, quando os juros básicos começaram a cair.

A fatia de títulos corrigidos pela inflação subiu de 30,3% para 29,8%, dentro do intervalo estabelecido entre 27% e 31%. A dívida corrigida pelo câmbio, considerando a dívida pública externa, fechou 2023 em 4,1%, também dentro da margem de 3% a 7% estimada no PAF.

Os títulos corrigidos por taxas flutuantes aumentam o risco da dívida pública, porque a Selic pressiona mais o endividamento do governo quando os juros básicos da economia sobem. Em contrapartida, quando o Banco Central reduz os juros básicos, a parte da dívida interna corrigida pela Selic diminui imediatamente.

Em tese, os papéis prefixados trazem mais previsibilidade. Isso porque os juros desses títulos são definidos no momento da emissão e não varia ao longo do tempo. Dessa forma, o Tesouro sabe exatamente quanto pagará de juros daqui a vários anos, quando os papéis vencerem e os investidores tiverem de ser reembolsados. No entanto, os títulos prefixados têm taxas mais altas que a da Selic e aumentam o custo da dívida pública em momentos de instabilidade econômica.

Prazo

O Plano Anual de Financiamento também abriu uma margem para aumentar o prazo da DPF. No fim de 2023, o prazo médio ficou em 4 anos. O PAF estipulou que ficará entre 3,8 e 4,2 anos no fim de dezembro. O Tesouro divulga as estimativas em anos, não em meses. Já a parcela da dívida que vence nos próximos 12 meses encerrará 2024 entre 17% e 21%. Atualmente, está em 20,1%.

Segundo o Tesouro, o governo tem dois mecanismos de segurança para garantir a capacidade de financiamento em caso de crise econômica que não permita ao Tesouro lançar títulos no mercado. Em primeiro lugar, o governo tem reservas internacionais suficientes para pagar os vencimentos da dívida pública externa até janeiro de 2025, que totalizam R$ 44,6 bilhões. Além disso, o governo tem um colchão de R$ 982 bilhões para cobrir 7,6 meses dos vencimentos da dívida pública interna, acima do nível recomendado de três meses de vencimentos.

Por meio da dívida pública, o Tesouro Nacional emite títulos e pega dinheiro emprestado dos investidores para honrar compromissos. Em troca, o governo compromete-se a devolver os recursos com alguma correção, que pode seguir a taxa Selic, a inflação, o câmbio ou ser prefixada, definida com antecedência.



Fonte: Agência Brasil

Gostou? Compartilhe com um Amigo!

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Siga nossas Redes Sociais

Google News

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quem viu esse, também viu estes

Desenrola Pequenos Negócios renegocia R$ 1,25 bilhão até 12 de junho

Desenrola Pequenos Negócios renegocia R$ 1,25 bilhão até 12 de junho

Petrobras começa medições eólicas no pré-sal da Bacia de Santos

Petrobras começa medições eólicas no pré-sal da Bacia de Santos

Ministério da Agricultura confirma fim de foco de Newcastle no RS

Ministério da Agricultura confirma fim de foco de Newcastle no RS

CGU aponta possível fraude no pagamento de benefícios durante eleições

CGU aponta possível fraude no pagamento de benefícios durante eleições

investidores repercutem falas de Lula e Haddad sobre pacote fiscal

investidores repercutem falas de Lula e Haddad sobre pacote fiscal

Novo apagão de energia atinge Fortaleza

Novo apagão de energia atinge Fortaleza

Mercado aumenta previsão da inflação de 4,05% para 4,10% em 2024

Mercado aumenta previsão da inflação de 4,05% para 4,10% em 2024

Governo adia exigência de visto para Austrália, Canadá e EUA

Governo adia exigência de visto para Austrália, Canadá e EUA

Setor de serviços avança 0,4% em março e recupera queda de fevereiro

Setor de serviços avança 0,4% em março e recupera queda de fevereiro

Transações via Doc serão encerradas em 15 de janeiro

Transações via Doc serão encerradas em 15 de janeiro

Governador do RS projeta perda de arrecadação de R$ 5 bi a R$ 10 bi

Governador do RS projeta perda de arrecadação de R$ 5 bi a R$ 10 bi

Morre, aos 96 anos, o ex-ministro Delfim Netto

Morre, aos 96 anos, o ex-ministro Delfim Netto

Inflação nos EUA fica acima do esperado e aumenta dúvida sobre corte de juros em março

Inflação nos EUA fica acima do esperado e aumenta dúvida sobre corte de juros em março

Ibovespa cai 0,73% para 124 mil pontos; dólar fica estável contra real a R$ 5,15

Ibovespa cai 0,73% para 124 mil pontos; dólar fica estável contra real a R$ 5,15

Mercado eleva para 1,68% projeção de expansão da economia em 2024

Mercado eleva para 1,68% projeção de expansão da economia em 2024

Consulta ao valor do PIS/Pasep de 2024 é liberada

Consulta ao valor do PIS/Pasep de 2024 é liberada