segunda-feira, 19 de maio de 2025
Search

Governo do Rio vai ao STF para garantir revisão da dívida com União

Governo do Rio vai ao STF para garantir revisão da dívida com União

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro anunciou, na manhã desta segunda-feira (11), que o estado recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender, em caráter liminar, o pagamento da dívida fluminense com a União, hoje no valor de R$ 188 bilhões.

A ação, que será apresentada pelo Executivo em conjunto com a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), também será para garantir o recálculo do montante da dívida, para serem excluídos os valores indevidos e ilegalmente incluídos no saldo devedor ao longo do tempo, de acordo com parâmetros compatíveis com as demais despesas públicas. O entendimento do governo estadual é que, ao longo das últimas décadas, foram impostas condições consideradas abusivas pela União.

O anúncio foi feito por Castro durante reunião pela manhã, no Palácio das Laranjeiras, com a bancada federal e deputados estaduais para discutir a revisão da dívida do estado do Rio. A ideia é que seja apresentado um projeto de lei com nova sistemática de atualização dos débitos dos estados administrados pela Secretaria do Tesouro Nacional, atendendo não só ao Rio de Janeiro, mas os demais entes.

“Desde as primeiras renegociações, na década de 90, o valor da dívida do Rio de Janeiro com a União era de R$ 13 bilhões. Já pagamos R$ 153 bilhões da dívida [em valores atualizados], sendo cerca de R$ 107 bilhões correspondentes a juros e encargos. E, mesmo pagando R$ 153 bilhões, ainda estamos devendo R$ 188 bilhões hoje. Isso mostra de fato como precisamos rever urgentemente a metodologia de atualização da dívida dos estados. Isso é uma pauta prioritária”, disse Castro.

O governador destacou ainda que, se acionar o Supremo, será uma medida necessária após tratar o assunto exaustivamente com o governo federal ao longo de 2023. Agora, segundo o governo estadual, o que se busca, além da reparação histórica de tudo que já foi quitado pelo estado do Rio, é o equilíbrio financeiro fluminense.

“O governo do estado buscou e segue buscando o diálogo, de todas as formas, com a Secretaria do Tesouro Nacional, o Ministério da Fazenda e o governo federal. Tratei e continuarei tratando da revisão da dívida, buscando efetivamente uma solução estrutural para a saúde financeira do Rio, a nossa capacidade de investimentos e, o principal, a manutenção da prestação de serviços à população”, afirmou o chefe do Executivo estadual.

As dívidas do Rio de Janeiro foram repactuadas na década de 1990, portanto, há cerca de 30 anos. Desde então, passaram por várias negociações e refinanciamentos. Em 1999, houve o maior refinanciamento contratado, de R$ 13 bilhões – nos valores da época. Ao longo do tempo, os débitos foram impactados por diversas leis e normativas federais, além de inúmeros passivos.

“Mesmo com diferentes leis e regras para atualização e renegociação dos débitos, o governo federal sempre impôs um efeito ‘bola de neve’, tornando a dívida impagável. Foram feitas cobranças indevidas, impedindo que o estado retomasse sua capacidade de pagamento, pois o saldo devedor já havia crescido exponencialmente e não foi revisado”, diz o governo estadual.

Diferentes indexadores

A dívida do Rio de Janeiro apresentou um alto crescimento, entre outros motivos, devido aos indexadores utilizados para cobrança de juros (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna + 6% e posteriormente Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo + 4% ou Selic) ao longo do tempo. Segundo o governo estadual, soma-se a isso a metodologia de variação cumulativa dos índices estabelecida pela União, em vez da adoção de um modelo mensal. Além disso, a contratação de operações de créditos sem que o estado tivesse capacidade de pagamento, mas com aval da União, e os custos gerados ao Rio pela operação do Banco Central em função da venda do Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj), quando o estado acabou assumindo responsabilidades do governo federal, que regula o Sistema Financeiro Nacional, também contribuíram para o aumento da dívida.

Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Fazenda informou que não comentará o assunto.



Fonte: Agência Brasil

Gostou? Compartilhe com um Amigo!

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Siga nossas Redes Sociais

Google_News_icon
Google News

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quem viu esse, também viu estes

Selic pode subir além das duas altas de 1 ponto já previstas, indica ata do Copom

Selic pode subir além das duas altas de 1 ponto já previstas, indica ata do Copom

exterior tem cautela antes de PIB dos EUA

exterior tem cautela antes de PIB dos EUA

Salário mínimo de R$ 1.412 entra em vigor nesta segunda-feira

Salário mínimo de R$ 1.412 entra em vigor nesta segunda-feira

Senado aprova isenção de IPVA para carros com mais de 20 anos

Senado aprova isenção de IPVA para carros com mais de 20 anos

Mercado aumenta projeções para Selic e IPCA, mostra Focus

Mercado aumenta projeções para Selic e IPCA, mostra Focus

investidores se posicionam antes de Copom e balanços da semana que vem

investidores se posicionam antes de Copom e balanços da semana que vem

Serviços variam 0,4% em novembro, após três meses no campo negativo

Serviços variam 0,4% em novembro, após três meses no campo negativo

Dívida pública fecha 2023 em R$ 6,52 trilhões

Dívida pública fecha 2023 em R$ 6,52 trilhões

Com feriado e ponto facultativo, quando será pago o salário em maio?

Com feriado e ponto facultativo, quando será pago o salário em maio?

Governo anuncia R$ 15 bilhões para empresas do Rio Grande do Sul

Governo anuncia R$ 15 bilhões para empresas do Rio Grande do Sul

Estudo aponta impacto negativo de mudanças climáticas na agricultura

Estudo aponta impacto negativo de mudanças climáticas na agricultura

Petrobras conclui venda de dois campos de petróleo na Bacia do ES

Petrobras conclui venda de dois campos de petróleo na Bacia do ES

Brasil pode emergir como vencedor numa guerra comercial mundial, segundo o BTG

Brasil pode emergir como vencedor numa guerra comercial mundial, segundo o BTG

Financiamentos de veículos no 1º semestre têm melhor marca desde 2011

Financiamentos de veículos no 1º semestre têm melhor marca desde 2011

Governo muda regra de transição do Bolsa Família e reduz tempo de permanência; entenda

Governo muda regra de transição do Bolsa Família e reduz tempo de permanência; entenda

Plataforma do Desenrola Brasil renegocia dívidas de até R$ 5 mil

Plataforma do Desenrola Brasil renegocia dívidas de até R$ 5 mil