quarta-feira, 4 de dezembro de 2024
Search

Governo do Rio vai ao STF para garantir revisão da dívida com União

Governo do Rio vai ao STF para garantir revisão da dívida com União

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro anunciou, na manhã desta segunda-feira (11), que o estado recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender, em caráter liminar, o pagamento da dívida fluminense com a União, hoje no valor de R$ 188 bilhões.

A ação, que será apresentada pelo Executivo em conjunto com a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), também será para garantir o recálculo do montante da dívida, para serem excluídos os valores indevidos e ilegalmente incluídos no saldo devedor ao longo do tempo, de acordo com parâmetros compatíveis com as demais despesas públicas. O entendimento do governo estadual é que, ao longo das últimas décadas, foram impostas condições consideradas abusivas pela União.

O anúncio foi feito por Castro durante reunião pela manhã, no Palácio das Laranjeiras, com a bancada federal e deputados estaduais para discutir a revisão da dívida do estado do Rio. A ideia é que seja apresentado um projeto de lei com nova sistemática de atualização dos débitos dos estados administrados pela Secretaria do Tesouro Nacional, atendendo não só ao Rio de Janeiro, mas os demais entes.

“Desde as primeiras renegociações, na década de 90, o valor da dívida do Rio de Janeiro com a União era de R$ 13 bilhões. Já pagamos R$ 153 bilhões da dívida [em valores atualizados], sendo cerca de R$ 107 bilhões correspondentes a juros e encargos. E, mesmo pagando R$ 153 bilhões, ainda estamos devendo R$ 188 bilhões hoje. Isso mostra de fato como precisamos rever urgentemente a metodologia de atualização da dívida dos estados. Isso é uma pauta prioritária”, disse Castro.

O governador destacou ainda que, se acionar o Supremo, será uma medida necessária após tratar o assunto exaustivamente com o governo federal ao longo de 2023. Agora, segundo o governo estadual, o que se busca, além da reparação histórica de tudo que já foi quitado pelo estado do Rio, é o equilíbrio financeiro fluminense.

“O governo do estado buscou e segue buscando o diálogo, de todas as formas, com a Secretaria do Tesouro Nacional, o Ministério da Fazenda e o governo federal. Tratei e continuarei tratando da revisão da dívida, buscando efetivamente uma solução estrutural para a saúde financeira do Rio, a nossa capacidade de investimentos e, o principal, a manutenção da prestação de serviços à população”, afirmou o chefe do Executivo estadual.

As dívidas do Rio de Janeiro foram repactuadas na década de 1990, portanto, há cerca de 30 anos. Desde então, passaram por várias negociações e refinanciamentos. Em 1999, houve o maior refinanciamento contratado, de R$ 13 bilhões – nos valores da época. Ao longo do tempo, os débitos foram impactados por diversas leis e normativas federais, além de inúmeros passivos.

“Mesmo com diferentes leis e regras para atualização e renegociação dos débitos, o governo federal sempre impôs um efeito ‘bola de neve’, tornando a dívida impagável. Foram feitas cobranças indevidas, impedindo que o estado retomasse sua capacidade de pagamento, pois o saldo devedor já havia crescido exponencialmente e não foi revisado”, diz o governo estadual.

Diferentes indexadores

A dívida do Rio de Janeiro apresentou um alto crescimento, entre outros motivos, devido aos indexadores utilizados para cobrança de juros (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna + 6% e posteriormente Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo + 4% ou Selic) ao longo do tempo. Segundo o governo estadual, soma-se a isso a metodologia de variação cumulativa dos índices estabelecida pela União, em vez da adoção de um modelo mensal. Além disso, a contratação de operações de créditos sem que o estado tivesse capacidade de pagamento, mas com aval da União, e os custos gerados ao Rio pela operação do Banco Central em função da venda do Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj), quando o estado acabou assumindo responsabilidades do governo federal, que regula o Sistema Financeiro Nacional, também contribuíram para o aumento da dívida.

Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Fazenda informou que não comentará o assunto.



Fonte: Agência Brasil

Gostou? Compartilhe com um Amigo!

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Siga nossas Redes Sociais

Google News

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quem viu esse, também viu estes

Banco Mundial projeta expansão de 2% para a América Latina e Caribe

Banco Mundial projeta expansão de 2% para a América Latina e Caribe

Taxação de super-ricos ganha adesão de países, diz Haddad

Taxação de super-ricos ganha adesão de países, diz Haddad

Mais de 40% dos consumidores pretendem ir às compras para o Natal

Mais de 40% dos consumidores pretendem ir às compras para o Natal

Exportações pelo Proex poderão ocorrer sem financiamento aprovado

Exportações pelo Proex poderão ocorrer sem financiamento aprovado

Globalização deve estar a serviço da humanidade, defende Haddad

Globalização deve estar a serviço da humanidade, defende Haddad

Ibovespa fecha em baixa de 0,03%; dólar sobe a R$ 5,07

Ibovespa fecha em baixa de 0,03%; dólar sobe a R$ 5,07

“Selic cai 0,5 ponto e Fed pode começar a discutir cortes de juros”, diz Felipe Salles

“Selic cai 0,5 ponto e Fed pode começar a discutir cortes de juros”, diz Felipe Salles

Embratur tem nova plataforma digital para divulgação de dados do setor

Embratur tem nova plataforma digital para divulgação de dados do setor

OCDE estima crescimento de 1,8% do PIB brasileiro em 2024

OCDE estima crescimento de 1,8% do PIB brasileiro em 2024

B3 divulga os resultados financeiros do primeiro trimestre de 2024

B3 divulga os resultados financeiros do primeiro trimestre de 2024

Gabriel Galípolo é indicado por Lula para presidir o Banco Central

Gabriel Galípolo é indicado por Lula para presidir o Banco Central

BNDES abre nesta quarta-feira crédito para empreendedores do RS

BNDES abre nesta quarta-feira crédito para empreendedores do RS

Taxa de desemprego recua em 15 estados no segundo trimestre, diz IBGE

Taxa de desemprego recua em 15 estados no segundo trimestre, diz IBGE

Copom reduz juros básicos da economia para 10,75% ao ano

Copom reduz juros básicos da economia para 10,75% ao ano

Governo publica MP com medidas para buscar déficit zero em 2024 

Governo publica MP com medidas para buscar déficit zero em 2024 

Qual a diferença entre concessão, privatização e PPP?

Qual a diferença entre concessão, privatização e PPP?