A presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do presidente da França, Emmanuel Macron, no Fórum Econômico Brasil-França, na Fiesp, em São Paulo, será acompanhada pelos investidores nesta quarta-feira. Macron e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançam um novo submarino em Itaguaí, no Rio de Janeiro, onde a máquina foi construída com cooperação tecnológica francesa. Também o diretor de Regulação do Banco Central Otavio Damaso e o membro do Banco Central Europeu (BCE), Frank Elderson participam de evento sobre Riscos Financeiros Relacionados ao Clima, no Rio de Janeiro, e o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, profere aula na Unicamp. Na agenda de indicadores, o IGP-M de março e o Caged de fevereiro são os destaques, além da publicação de vários balanços do 4º trimestre no fim do dia. Sem dados relevantes nos EUA, os mercados ficam à espera de webinar do diretor do Federal Reserve, Christopher Waller.
Exterior
Os mercados passam por ajustes finos de olho no noticiário corporativo em meio à agenda fraca nos EUA. As expectativas giram em torno do importante índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida inflacionária preferida do BC americano, e um discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, nesta sexta-feira. Os índices futuros em Nova York e os juros dos Treasuries mostram fôlego curto, enquanto o dólar oscila perto da estabilidade. A divisa americana recuava ante o iene japonês, que ensaia recuperação após atingir seu nível mais fraco em 34 anos em meio a esperanças cada vez menores de que o Banco do Japão (BoJ) possa elevar seu juro básico de novo, depois de tirá-lo do nível negativo na semana passada. Na Europa, os sinais estão mistos nas bolsas, com investidores de olho na queda do petróleo, recuo de 3,53% do minério de ferro na China e repercutindo dados de sentimento econômico da zona do euro apontando ligeira melhora em março. Na Suécia, o Banco Central decidiu manter sua taxa básica de juros em 4%, mas adiantou que poderá começar a reduzir a taxa em maio ou junho se a “perspectiva de inflação permanecer favorável”. Na China, o lucro industrial teve expansão anual de 10,2% no primeiro bimestre de 2024, depois de cair 2,3% em todo o ano passado, mas ficou em segundo plano nas bolsas, que foram pressionadas por ações de tecnologia.
Brasil
Persistentes quedas de petróleo e minério de ferro devem pesar na bolsa local, ainda que os sinais positivos em Nova York possam amenizar. Os investidores devem repercutir os dados do Caged e vários balanços de setores frigorífico e varejo, como JBS e CVC.
Ontem, após a ata do Copom, o mercado continuou dividido sobre os próximos passos da política monetária. O documento atrelou a definição do ritmo e da taxa terminal de juros à evolução dos dados da economia doméstica e global. Apesar da baixa incidência de revisões nos cenários oficiais, porém, aumentou a percepção dos agentes sobre a possibilidade de redução do ritmo de cortes para 0,25 ponto porcentual já na reunião de junho.
Após subirem ontem, dólar e juros futuros devem continuar sensíveis também à volatilidade dos rendimentos dos Treasuries e, no câmbio, já pode ter maior influência técnica da rolagem de contratos futuros em véspera de formação da última Ptax de março, amanhã. Na seara fiscal, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que o segundo Relatório Bimestral de Receitas e Despesas deve ser mais preciso que o divulgado na semana passada. O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que iria protocolar ainda ontem os projetos de lei que tratam do Perse e da desoneração da folha dos municípios. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu a possibilidade de a meta de superávit de 2025 não ser de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme o previsto no novo arcabouço fiscal e atrelou o alcance deste objetivo à aprovação de pautas no Congresso Nacional, em entrevista à CNN.
*Agência Estado