quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Search

Desoneração traz risco de nova reforma da Previdência, diz Haddad

Desoneração traz risco de nova reforma da Previdência, diz Haddad

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


A manutenção da desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia e da desoneração para pequenos municípios traz o risco de uma nova reforma da Previdência em três anos, disse nesta noite o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele disse que o placar de 5 a 0 no Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da liminar que suspendeu a desoneração mostra a necessidade de acordos para evitar mais prejuízos à Previdência Social.

“Estamos desde outubro tentando conversar com os [17] setores e os municípios. O placar do Supremo deixa claro que temos de encontrar um caminho para não prejudicar a Previdência. Ou daqui a três anos vai ter de fazer outra reforma da Previdência, se não tiver receita. A receita da Previdência é sagrada, para pagar os aposentados. Não dá para brincar com essa coisa”, disse o ministro ao retornar de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar da advertência, o ministro se disse confiante em um acordo para resolver o impasse entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Apesar das recentes críticas do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ao governo por ter recorrido ao Supremo, Haddad afirmou que o diálogo trará resultados. “Tem dado muito resultado o nosso diálogo com o Congresso e com o Judiciário. O Pacheco segue sendo um aliado”, destacou o ministro.

O ministro esclareceu entrevista publicada neste fim de semana pelo jornal Folha de S.Paulo, em que cobrou o Congresso pela busca do equilíbrio nas contas públicas. Na entrevista, Haddad disse que o Congresso quer governar numa espécie de parlamentarismo, sem assumir as responsabilidades pelo aumento de gastos provocados pelas pautas-bomba.

“O que eu estava dizendo na entrevista é que, como o Congresso ganhou prerrogativas, era importante que as mesmas práticas de respeito à lei fiscal deveriam ser de todos: Executivo, Legislativo e Judiciário, que é o pacto que eu venho falando desde o começo do ano. Vamos fazer um pacto para a gente acertar as contas e continuar evoluindo”, concluiu Haddad.

Impacto

No fim do ano passado, o Congresso aprovou o projeto de lei da desoneração que prorrogava, até 2027, a troca da contribuição previdenciária – correspondente a 20% da folha de pagamento – por uma alíquota entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta de empresas de 17 setores da economia. O projeto também cortou de 20% para 8% a alíquota das contribuições ao INSS por parte dos municípios com até 156 mil habitantes.

A desoneração da folha de pagamento tem impacto de cerca de R$ 9 bilhões por ano à Previdência Social. A ajuda aos pequenos municípios fará o governo deixar de arrecadar R$ 10 bilhões por ano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou o projeto, mas o Congresso derrubou o veto ainda em dezembro do ano passado.

Na semana passada, com base em uma ação da Advocacia-Geral da União), o ministro do STF Cristiano Zanin concedeu liminar suspendendo a desoneração da folha e submeteu sua decisão ao plenário. Cinco dos 11 ministros votaram por confirmar a suspensão, mas Luiz Fux pediu vista e interrompeu a análise. Ele tem até 90 dias para liberar o processo.

Mais cedo, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, reuniu-se com Haddad no Ministério da Fazenda. Ao sair do encontro, Padilha disse a decisão do STF cria um ambiente mais propício para um novo meio-termo entre o governo, o Congresso e os representantes dos 17 setores e das prefeituras.

“Combinamos com Haddad para darmos continuidade na mesa de negociação dos municípios sobre a questão da dívida previdenciária. Já iniciamos diálogo com as três entidades e vamos manter essa mesa de negociação”, destacou Padilha.



Fonte: Agência Brasil

Gostou? Compartilhe com um Amigo!

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Siga nossas Redes Sociais

Google News

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quem viu esse, também viu estes

Como o aumento de juros no Japão afetou as operações de carry trade e derrubou as bolsas globais?

Como o aumento de juros no Japão afetou as operações de carry trade e derrubou as bolsas globais?

Primeira emissão de títulos verdes rende US$ 2 bilhões

Primeira emissão de títulos verdes rende US$ 2 bilhões

Enchentes paralisaram 63% das indústrias gaúchas, revela pesquisa

Enchentes paralisaram 63% das indústrias gaúchas, revela pesquisa

Atlas dos Sistemas Alimentares aponta crise em países do Cone Sul

Atlas dos Sistemas Alimentares aponta crise em países do Cone Sul

Taxa de desemprego fica em 7,6% no trimestre até janeiro

Taxa de desemprego fica em 7,6% no trimestre até janeiro

Dólar cai para R$ 5,01 com alívio nos Estados Unidos

Dólar cai para R$ 5,01 com alívio nos Estados Unidos

Brasil quita dívidas de R$ 3,8 bilhões com organismos internacionais

Brasil quita dívidas de R$ 3,8 bilhões com organismos internacionais

Dívida Pública sobe 0,65% em março e ultrapassa R$ 6,6 tri

Dívida Pública sobe 0,65% em março e ultrapassa R$ 6,6 tri

Produção industrial cresce 4,1% em junho, maior alta desde 2020

Produção industrial cresce 4,1% em junho, maior alta desde 2020

Receita desmente fake news sobre atualização de ativos no exterior

Receita desmente fake news sobre atualização de ativos no exterior

Mega-Sena sorteia nesta terça-feira prêmio acumulado em R$ 65 milhões

Mega-Sena sorteia nesta terça-feira prêmio acumulado em R$ 65 milhões

Ibovespa termina a semana estável, apesar da alta com PIB; dólar cai

Ibovespa termina a semana estável, apesar da alta com PIB; dólar cai

Ibovespa bate recorde após Galípolo ser indicado como novo presidente do Banco Central

Ibovespa bate recorde após Galípolo ser indicado como novo presidente do Banco Central

Desenrola Pequenos Negócios renegocia 60,8 mil contratos em um mês

Desenrola Pequenos Negócios renegocia 60,8 mil contratos em um mês

Desemprego cai para 6,6% no trimestre encerrado em agosto, diz IBGE

Desemprego cai para 6,6% no trimestre encerrado em agosto, diz IBGE

Caged e eventos com Haddad, Lula e Macron ficam no foco

Caged e eventos com Haddad, Lula e Macron ficam no foco