quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Search

Governo libera R$ 2,9 bilhões bloqueados do Orçamento

Devedores da Receita Federal já podem quitar dívidas sem multa e juros

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


Beneficiado pela liberação de R$ 15,8 bilhões em gastos, o governo liberou os R$ 2,9 bilhões do Orçamento Geral da União bloqueados em março. A reversão do bloqueio consta do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, divulgado nesta quarta-feira (22) pelo Ministério do Planejamento.

O aumento do teto de gastos em R$ 15,8 bilhões foi incluído como “jabuti” (emenda não relacionada ao tema do texto original) na lei que retomou a cobrança do Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (Dpvat). O dinheiro permitiu ao governo ampliar o limite de gastos do novo arcabouço fiscal porque as estimativas de receitas vieram acima do previsto no segundo bimestre, conforme previsto no Artigo 14 da Lei do Novo Marco Fiscal.

Com a inclusão dos R$ 15,8 bilhões, o governo agora tem folga de R$ 2,5 bilhões em relação ao limite de gastos do novo arcabouço fiscal, que limita o crescimento real (acima da inflação) dos gastos a 70% do crescimento real da receita do ano anterior. Não fosse o aumento do limite, o governo teria de fazer um novo bloqueio de R$ 10,4 bilhões.

“Esses recursos [os R$ 15,8 bilhões] poderiam estar disponíveis desde o início [do ano], mas foram retirados durante a tramitação [do novo arcabouço fiscal] no Congresso. É importante ressaltar que esse dinheiro entraria de qualquer forma no Orçamento de 2024”, explicou o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan.

Déficit primário

Documento enviado a cada 2 meses ao Congresso, que orienta a execução do Orçamento, o relatório bimestral aumentou de R$ 9,3 bilhões para R$ 14,5 bilhões, 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país), a estimativa de déficit primário para este ano. O resultado negativo está dentro do limite de tolerância de déficit de R$ 28,8 bilhões definido pelo novo arcabouço fiscal.

O déficit primário representa o resultado negativo das contas do governo sem os juros da dívida pública. O novo marco fiscal permite uma banda de 0,25% do PIB, para mais ou para menos, em relação à meta de déficit zero para este ano.

Arrecadação

O documento prevê alta de R$ 16 bilhões nas receitas brutas em relação ao relatório anterior. Desse total, R$ 16,4 bilhões a menos da receita administrada pela Receita Federal, principalmente por causa da queda da previsão de arrecadação de Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.

No entanto, as receitas extraordinárias subiram R$ 22,7 bilhões, puxadas pelos royalties do petróleo e do aumento de dividendos das estatais. A estimativa de arrecadação da Previdência Social subiu R$ 9,7 bilhões. Isso fez a projeção de receitas brutas subir. Ao considerar os repasses para estados e municípios, a alta na receita líquida diminui para R$ 6,3 bilhões.

Rio Grande do Sul

Em relação aos gastos, o relatório prevê aumento de R$ 24,4 bilhões, puxadas principalmente pelas ajudas ao Rio Grande do Sul. As despesas obrigatórias foram revisadas para cima em R$ 20,1 bilhões, dos quais R$ 13 bilhões destinam-se a medidas para a reconstrução do estado.

Como as despesas com o Rio Grande do Sul são consideradas créditos extraordinários, não estão sujeitas à meta de resultado primário nem aos limites de gastos do arcabouço fiscal. Os gastos discricionários foram revisados para cima em R$ 4,3 bilhões, resultando no crescimento final de R$ 24,4 bilhões nas despesas federais.

Receitas extraordinárias

O relatório manteve as projeções divulgadas em março para a obtenção de receitas extras pelo governo. Para cumprir a meta de resultado primário zero, o governo precisa de R$ 168 bilhões para este ano. O relatório prevê a obtenção de R$ 168,33 bilhões, apesar de o governo ter fechado acordo para manter a desoneração da folha de pagamentos até o fim do ano e cedido em pontos como a prorrogação do Perse, programa para ajuda a empresas de turismo e eventos.

Segundo Dario Durigan, a aprovação da Medida Provisória 1.202, editada no fim do ano passado, ajudará o governo a cumprir as metas fiscais. Embora o texto original tenha sido desidratado, a medida prevê limitação às compensações tributárias (descontos em pagamentos de tributos) em R$ 24 bilhões, o que ajudou o governo a obter receitas para cobrir a alteração de medidas pelo Congresso.

Outra medida importante, ressaltou o secretário-executivo da Fazenda, serão as compensações para compensar a manutenção da desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia até o fim do ano. Na terça-feira (21), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que as medidas serão definidas ainda esta semana.



Fonte: Agência Brasil

Gostou? Compartilhe com um Amigo!

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Siga nossas Redes Sociais

Google News

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quem viu esse, também viu estes

Haddad não confirma acordo para revogar MP da reoneração da folha

Haddad não confirma acordo para revogar MP da reoneração da folha

Dia da Mulher: Por que investir em empresas diversas pode ajudar sua carteira

Dia da Mulher: Por que investir em empresas diversas pode ajudar sua carteira

Cota do Brasil no FMI pode ser revista, diz Haddad

Cota do Brasil no FMI pode ser revista, diz Haddad

Ajuda do governo federal ao RS já soma R$ 62,5 bilhões

Ajuda do governo federal ao RS já soma R$ 62,5 bilhões

IBGE: inflação oficial sobe 0,83% em fevereiro

IBGE: inflação oficial sobe 0,83% em fevereiro

RS requererá linha de crédito para reconstrução, diz diretor do BNDES

RS requererá linha de crédito para reconstrução, diz diretor do BNDES

exterior aguarda dados de emprego nos EUA

exterior aguarda dados de emprego nos EUA

B3 abre segunda rodada de consulta pública sobre regras do Novo Mercado

B3 abre segunda rodada de consulta pública sobre regras do Novo Mercado

Contas externas têm redução de US$ 19,6 bilhões no déficit em 2023

Contas externas têm redução de US$ 19,6 bilhões no déficit em 2023

Lula destaca papel da Embrapa no crescimento da agricultura nacional

Lula destaca papel da Embrapa no crescimento da agricultura nacional

Ibovespa fecha em queda de 0,86%, aos 127 mil pontos, com Vale em queda e NY sem direção

Ibovespa fecha em queda de 0,86%, aos 127 mil pontos, com Vale em queda e NY sem direção

Governo retoma programa de fortalecimento da agroecologia

Governo retoma programa de fortalecimento da agroecologia

Volume de serviços prestados sobe 0,4% em março, diz IBGE

Volume de serviços prestados sobe 0,4% em março, diz IBGE

Inflação nos EUA fica acima do esperado e aumenta dúvida sobre corte de juros em março

Inflação nos EUA fica acima do esperado e aumenta dúvida sobre corte de juros em março

Dólar cai para R$ 4,97 após decisão do Fed

Dólar cai para R$ 4,97 após decisão do Fed

Petrobras: produção de óleo e gás sobe 10,9% no 4º trimestre de 2023

Petrobras: produção de óleo e gás sobe 10,9% no 4º trimestre de 2023