Os conteúdos de finanças vêm atraindo cada vez mais usuários nas redes sociais, mas alguns perfis costumam engajar mais que outros. Segundo estudo da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) sobre FInfluencers, apesar de gerar menos conteúdos, o engajamento de influenciadores é 4,2 vezes maior que o de perfis corporativos.
De acordo com a sexta edição do relatório FInfluence – quem fala de investimentos nas redes sociais, produzido pela Anbima, os perfis corporativos em redes sociais, representados por 72 influenciadores das categorias portais especializados, casas de análise e portais de educação, foram responsáveis por 39,8% de todas as 305,1 mil publicações mapeadas no segundo semestre de 2023 no X, Instagram, Facebook e YouTube.
Mas apesar do grande volume de postagens, o engajamento (interações por post) é 4,2 vezes menor do que o da média dos 534 influenciadores mapeados. O estudo, feito em parceria com o Ibpad (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados), mostrou ainda que a audiência dos perfis corporativos representa apenas 16% dos 208 milhões de seguidores que acompanham todos os players monitorados.
“Entre 2018 e 2020, os influenciadores, usando o poder das redes sociais, passaram a ocupar um nicho que era exclusivo da imprensa na cobertura de finanças. Nos últimos anos, temos notado uma retomada das empresas a esse lugar, inclusive com sites específicos sobre esses assuntos voltados para os investidores e maior volume de postagens nas redes sociais. Dessa forma, eles estão ocupando um espaço significativo no universo dos influenciadores, mas a resposta do público a essas publicações ainda é baixa”, diz Amanda Brum, gerente-executiva de Comunicação, Marketing e Relacionamento com Associados da Anbima.
Dentre todas as postagens de perfis de FInfluencers (pessoas físicas ou corporativas), a média de engajamento dos 534 influenciadores monitorados é de 1.827 interações por postagem.
Desses, a média dos 406 influenciadores categorizados como pessoas físicas, que têm um total de 144 milhões de seguidores, é de 2.367 interações médias por postagem. Já a média de perfis corporativos é de 450 interações. O engajamento é medido por curtidas, comentários e compartilhamentos (e, especificamente no YouTube, também por visualizações).
Brum explica que, diferentemente dos perfis de pessoas físicas, os corporativos são formados por equipes de jornalistas, educadores e especialistas, sem uma figura central que os represente, e apostam em suas estruturas e credibilidade para disseminar informações sobre finanças e investimentos.
“A conclusão é que o público gosta de falar com gente e interage mais quando há um rosto à frente desses perfis”, diz a executiva.
Temas mais falados e os que engajam mais
Nas postagens dos perfis corporativos, têm destaque temas como mercado de ações, com 18.558 menções em postagens, criptomoedas (13.484) e ações brasileiras (12.354). Entre o público deles, fazem mais sucesso os posts relacionados a trade (em média, 1.206 interações por publicação), mercado de ações (1.162) e mercado de câmbio (1.089).
Seguindo a tendência dos demais influenciadores mapeados para o estudo, os perfis corporativos postam predominantemente no X, rede que concentrou 49% das publicações feitas em mídias sociais pelo grupo. Uma particularidade é o fato de esses perfis terem 30% de suas publicações no Facebook, bem mais que os 20,1% dos 534 influenciadores.
“Uma das hipóteses é que os portais ligados a veículos de imprensa, relevantes na amostra de perfis corporativos, costumam replicar textos no Facebook, inserindo links para seus próprios sites”, afirma Brum.
O Instagram ficou com 14% das postagens desses influenciadores e o YouTube, com 7%.
Quem é quem entre os perfis corporativos
Os portais especializados, representados por 43 veículos de imprensa que têm notícias do mercado financeiro, economia e investimentos como focos, são de longe os campeões em volume de publicações.
A categoria foi responsável por 33% (101 mil) de todas as postagens mapeadas no estudo. A audiência deles é de 23,9 milhões de seguidores, e a média de interações é de 351 por post.
Com 21 influenciadores ativos e 8 milhões de seguidores, as casas de análise são empresas privadas que atendem por assinatura e trabalham com publicações, consultoria e recomendações sobre investimentos. No segundo semestre de 2023, elas produziram, nas redes sociais, 13 mil postagens, que tiveram cerca de 677 interações cada.
Os portais de educação são representados por oito instituições especializadas em educação financeira. Com cerca de 7 mil publicações no segundo semestre de 2023, é a categoria que tem o maior engajamento médio (856) entre os perfis corporativos.