Os desafios para o avanço do mercado de títulos privados no Brasil foi tema de painel no MKBR24, evento realizado em parceria da Anbima com a B3. E, para as palestrantes, o principal pilar para a evolução se dá através da informação.
Segundo Ana Rodela, Head de Gestão de Crédito da Bradesco Asset Management, a demanda por títulos privados aumentou consideravelmente nos últimos anos, principalmente por questões estruturais, mas também pelo crescimento da confiança no tipo de ativo.
“O investidor criou mais confiança ao ver o bom desempenho principalmente dos fundos de crédito, mesmo com os diversos desafios macroeconômicos que apareceram”, afirmou.
Contudo, a Head da Bradesco Asset Management ressaltou que mesmo com o investidor tendo a sua disposição todo tipo de perfil de fundo, faltam plataformas que resumam o grande volume de informações e emissões.
“Precisamos simplificar essas informações para que a pessoa física tenha menos barreira em relação aos ativos, sejam eles debêntures, CRIs e/ou CRAs. Essas são classes que podem ter um grande papel na democratização desses ativos”, aponta.
Entrada de novos emissores de títulos privados
Do lado do aumento de emissões, e da entrada de novas empresas no título, Rodela especifica que as mega empresas já estão muito bem definidas. Mas é preciso incentivar as grandes e médias empresas que ainda não tem um perfil que seja voltado ao investidor.
“O investidor precisa ter mais informações, de forma clara, para a tomada de decisão em relação ao crédito de uma empresa. Seja ela por demonstrações financeiras auditadas, dados operacionais recorrentes e atualizados e informações do setor em que atua”, alerta.
“Essa entrada de novos emissores é essencial para o crescimento, principalmente do mercado de fundos de crédito privado”, completa Rodela.
Luciene Machado, Superintendente de Estruturação de Projetos do BNDES, ainda disse que o papel do banco de desenvolvimento é essencial na parte da criação e evolução da infraestrutura dos créditos privados.
Porém, reafirma que para chegar até as PMEs existe um caminho grande a ser explorado. Por isso, é primordial apoiar as empresas que são ainda menores, para que essas possam trilhar seu caminho até chegar em um ponto que possam entrar no mercado de capitais.
“Fazê-las crescer preenchendo as lacunas informacionais de governança e organizacional, não apenas com crédito. Também podemos contribuir como apoio de desenvolvimento por mais tempo”, afirma.
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