A partir desta segunda-feira (10/06), a Vitru Educação passa a ter suas ações listadas e negociadas na B3, após migrar da Nasdaq em um movimento inédito no mercado brasileiro. “A decisão não foi pautada exclusivamente no momento atual”, afirmou William Matos, CEO da Vitru. “Vimos a importância de fazer essa repatriação para o Brasil. Quando pensamos nesse movimento, foram muitos os benefícios que enxergamos, como aumento de liquidez, tração maior de investidores locais, institucionais e fundos de pensão, que muitas vezes não tinham possibilidade de acesso ao mercado americano”.
Na cerimônia que marcou a listagem no Brasil, Viviane Basso, vice-presidente de operações da B3, ressaltou o pioneirismo da Vitru em fazer a migração. “Estamos vivendo um momento histórico de uma empresa voltando a seu mercado de origem”, afirmou. “Isso só comprova a força, amadurecimento e potencial do mercado brasileiro para financiar e desenvolver as empresas brasileiras”.
Segundo William Matos, a migração tem a ver também com um novo momento dos mercados globais. “Nosso IPO, em 2020, foi um IPO de sucesso, em um momento onde o mundo estava muito mais líquido, onde havia muito mais oportunidade. Nós, como instituição, tínhamos o objetivo de nos posicionar como uma edtech, e a gente entendeu que, naquele momento, o mercado americano estava muito mais favorável”, disse.
A Vitru é uma das maiores companhias de ensino à distância do Brasil, com 26% do mercado privado de EAD. São quase um milhão de alunos e mais de mil médicos formados. A empresa fez seu IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês) na bolsa americana Nasdaq em 2020, avaliada em US$ 370 milhões. Agora, em uma reorganização societária, transferiu sua listagem para o Brasil, com o ticker VTRU3. A Vitru está listada no segmento Novo Mercado, o nível de mais elevado grau de governança da B3.
Com a reestruturação, os atuais acionistas da Vitru Limited receberão ADRs (American Depositary Receipts), na mesma proporção de suas participações, que poderão ser convertidos em ações.
“Foi um processo pioneiro, como a gente diz lá no interior, a gente teve que abrir a picada, reescrever os processos com os órgãos reguladores, e foram dez meses de muito trabalho, de muito apoio, de todos os envolvidos nesse processo. Passados esses dez meses, chegamos aqui muito contentes com o resultado que nós iremos colher, os benefícios tanto de curto, médio e longo prazo”, afirmou Matos.
De acordo com o executivo, a listagem na B3 permitirá à empresa acessar diferentes investidores, como o varejo brasileiro, além de fundos que não podem investir no exterior e investidores institucionais. “Esse público gosta de investir em empresas que trazem retorno também para a sociedade, e nós temos o privilégio de ser hoje a maior player de educação à distância do nosso Brasil. Chegamos na bolsa como o maior player listado de educação à distância e entre os três maiores players do setor em termos de capitalização”, afirmou ao Bora Investir.
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