O Ibovespa caiu pela terceira sessão consecutiva nesta quinta-feira, em meio à saída de capital estrangeiro da bolsa nos últimos dias e à aversão a risco global, impulsionada pelo tombo recente das ações das gigantes de tecnologia em Wall Street.
No cenário doméstico, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) acima do esperado pressionou os juros futuros e causou perdas a ações sensíveis às taxas.
Ibovespa hoje
No fim do dia, o índice recuou 0,37%, aos 125.954 pontos. Nas mínimas intradiárias, tocou os 125.626 pontos e, nas máximas, os 126.423 pontos.
O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h15) foi de R$ 12,82 bilhões no Ibovespa e R$ 17,45 bilhões na B3.
Mesmo com a queda do minério de ferro, a Vale ON registrou recuo modesto de 0,05%. A notícia de que o governo federal estuda “sanções mais duras” contra a companhia, segundo uma agência internacional, também pode ter pesado sobre a ação, que operou no campo positivo a maior parte da sessão. Além disso, investidores seguem atentos à divulgação do balanço da empresa hoje.
Por outro lado, na ponta positiva estão ações domésticas, que avançaram apesar da alta dos juros futuros, como Locaweb (+3,01%) e Lojas Renner (+2,41%).
Entre as quedas, Vamos ON recuou 3,55% e Arezzo ON caiu 2,51%.
Dólar hoje
O dólar comercial encerrou a sessão em leve queda. Embora tenha se afastado das mínimas intradiárias, a moeda americana perdeu terreno contra o real diante do suporte dado pela pausa do rali do iene no mercado global de câmbio.
A forte valorização da divisa japonesa tem pressionado moedas que costumam se beneficiar de operações de “carry-trade”, uma vez que o movimento estimula o desmonte dessas operações.
O dólar à vista encerrou a sessão em queda de 0,16%, a R$ 5,6478, após tocar a máxima intradiária de R$ 5,6899 e a mínima de R$ 5,6189. Já o euro comercial recuou 0,10%, a R$ 6,1250.
No cenário doméstico, pesou a favor do real a leitura forte do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15, que subiu mais que o esperado em julho.
O dado alimentou a expectativa por um aumento da Selic pelo Banco Central no futuro próximo, o que aumenta o diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos à medida que o mercado aguarda pelo início da flexibilização monetária do Federal Reserve (Fed).
No exterior, por volta de 17h05, o índice DXY do dólar tinha alta marginal de 0,01%, aos 104,397 pontos. Contra moedas emergentes pares do real, o dólar subia 0,48% contra o peso mexicano; recuava 0,03% ante o peso chileno; e cedia 0,37% no confronto com o peso colombiano.
Bolsas de Nova York
Após muitas oscilações ao longo da tarde, os principais índices acionários de Nova York fecharam o dia em sua maioria no vermelho, afetados pelo mau desempneho das ações de gigantes de tecnologia.
Em Wall Street, o índice Dow Jones fechou em alta de 0,20%, aos 39.935,07 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,51%, cotado a 5.399,22 pontos; e o Nasdaq recuou 0,93%, a 17.181,72 pontos.
Entre as big techs, a Meta Platforms caiu 1,70%, a Amazon perdeu 0,54%, a Microsoft teve queda de 2,45%, e a Alphabet perdeu 3,10%. A Tesla subiu 1,97%, mas perdeu força, já que chegou a subir mais de 3% no início do pregão.
Bolsas da Europa
Os principais índices acionários europeus encerraram a quinta-feira (25) em queda, enquanto investidores avaliavam a última leva de balanços de companhias da região, os quais decepcionaram parte do mercado.
O índice Stoxx 600 caiu 0,72%, a 508,63 pontos, o CAC 40, de Paris, cedeu 1,15%, para 7.427,02 pontos, e o DAX, de Frankfurt, recuou 0,48%, a 18.298,72 pontos.
Entre as empresas que divulgaram balanços que não agradaram o mercado estão Nestlé (-5,07%), Renault (-7,49%), Stellantis (-8,6%) e Kering (-7,4%).
Em Londres, o FTSE 100 teve alta de 0,40%, a 8.186,35 pontos. O índice teve impulso dos ganhos das ações da Unilever, que fecharam o dia em alta de 6,23%, após reportar um aumento de 4,1% nas vendas trimestrais.
“Não se pode apenas atender às estimativas. É preciso superá-las”, disse David Lundgren, gerente de portfólio da Little Harbor Advisors, comentando sobre os resultados corporativos.
Além dos balanços, “o clima de sell-off continua em meio à incerteza sobre as eleições nos EUA, à decepção com os lucros de [empresas de] tecnologia e aos novos sinais de suavidade no crescimento global”, disse Lloyd Chan, analista do MUFG Bank.
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