A decisão de juros pelo Banco Central Europeu (BCE), seguida de coletiva da presidente Christine Lagarde, é destaque no exterior. Por lá também sairão o índice de preços ao produtor (PPI) e os pedidos semanais de auxílio-desemprego dos Estados Unidos. O mercado local avalia ainda as vendas do varejo de julho e a aprovação, na Câmara, do texto-base do projeto da desoneração da folha de pagamento.
Exterior
Os índices futuros em Nova York indicam que as bolsas ampliarão os ganhos da véspera na abertura, pelo menos até a divulgação do PPI e dos pedidos semanais de auxílio-desemprego dos EUA. Os dados devem fornecer mais pistas em relação à política monetária americana. Ontem a taxa ainda elevada do núcleo da inflação ao consumidor (CPI) consolidou a aposta de que o Federal Reserve (Fed) abrirá o ciclo de relaxamento monetário com um corte de 25 pontos-base nos juros na semana que vem. Assim, os rendimentos dos Treasuries avançam e o dólar tem viés positivo ante moedas fortes.
As bolsas europeias têm ganhos firmes, em meio à expectativa de que o BCE volte a cortar juros nesta manhã, após uma pausa no ciclo de relaxamento em julho. Em Londres, as ações de bancos estão entre os destaques, após o Banco da Inglaterra (BoE) afrouxar o pacote de reformas de regras de capital para o setor. Os papéis de tecnologia também avançam, enquanto o segmento de semicondutores segue o salto de 8% da Nvidia na véspera, na esteira de comentários do CEO Jensen Huang.
Na Ásia, o avanço de papéis de tecnologia induziu ganhos às bolsas hoje. E o petróleo mantém alta superior a 1,00%, diante da continuidade das preocupações com a demanda, especialmente chinesa. Aliás, por lá, há previsão de corte das taxas de juros de mais de US$ 5 trilhões em hipotecas pendentes, em mais uma medida para estimular o consumo. O cobre reage em forte elevação.
Brasil
O ambiente relativamente tranquilo no exterior antes de uma bateria de divulgações pode ecoar nos ativos domésticos. Apesar do tom moderado nos índices futuros de ações norte-americanos nesta manhã, a valorização de quase 4% do minério de ferro em Dalian, na China, no fechamento desta quinta-feira, e de cerca de 1,70% do petróleo tende a estimular para cima o Ibovespa.
Os investidores ainda repercutirão o compromisso do governo com a meta de déficit zero e a aprovação, na noite de ontem, do texto-base da proposta que cria um regime de transição para o fim da desoneração da folha de pagamento e também formas de compensação financeira diante da falta de arrecadação. O assunto pode gerar alguma volatilidade aos ativos já que o governo, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), pediu na madrugada desta quinta-feira, uma prorrogação de três dias no prazo para a conclusão do acordo sobre a desoneração da folha de pagamento.
Ao mesmo tempo, a alta nos rendimentos dos Treasuries e a expectativa de avanço nas vendas do varejo em julho no Brasil podem pressionar a curva futura enquanto as apostas seguem de elevação moderada na taxa Selic na semana quem. No câmbio, o zero a zero no exterior tende a deixar o dólar sem muita direção, mas a valorização do minério de ferro e do petróleo é contraponto.
*Agência Estado