A Super Quarta é o destaque desta semana. Além das decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos neste dia, seguida da entrevista com o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, China, Inglaterra e Japão também concluem suas reuniões de política monetária esta semana. Internamente, as preocupações fiscais ficam no foco após o ministro Flávio Dino autorizar o governo a usar crédito extra no combate a incêndios e antes do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do quarto bimestre, na sexta-feira.
Exterior
O tom é de moderação e de indefinição nos mercados nesta manhã de segunda-feira de agenda fraca, mas que ganhará força nos próximos dias, sobretudo por conta das decisões de juros de importantes bancos centrais do mundo. Nos EUA, a expectativa é de que o Fed corte juros pela primeira vez desde o começo da pandemia de covid-19, em 2020. As apostas de que o banco central americano reduza a taxa básica em 50 pontos-base na quarta-feira foram ampliadas, conforme indica a plataforma do CME Group que monitora o comportamento da curva futura. Desta forma, hoje o dólar cedeu abaixo da marca de 140 ienes pela primeira vez desde julho de 2023 em meio a expectativa pelo estreitamento do diferencial de juros entre Estados Unidos e Japão, que decidirá sua taxa na sexta-feira, e o ouro renovou recorde histórico.
Já na Inglaterra, o banco central deve pausar o ciclo de relaxamento monetário. Na China, é esperado anúncio de mais medidas de estímulo após os resultados fracos dos dados informados no final de semana, como indicadores do varejo, da indústria e do setor imobiliário. Apesar dos números fracos, o petróleo mira alta.
Em Nova York, destaque ao avanço da ação da Intel no pré-mercado. A empresa deve receber US$ 3,5 bilhões em subsídios em um acordo para fabricar chips para os militares dos Estados Unidos. Além disso, o papel da Trump Media & Technology avançava mais de 3% após o incidente que o FBI trata como possível tentativa de assassinato do ex-presidente dos EUA e candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, ontem.
Brasil
A indefinição dos índices de ações no exterior e a alta leve do petróleo podem ser insuficientes para animar Ibovespa na abertura, em meio ainda a novos dados fracos da China. Ao mesmo tempo, eventuais revisões para cima nas projeções de inflação e da taxa Selic, principalmente, no boletim Focus desta segunda-feira são gatilhos de baixa ao Índice Bovespa e para cima nos juros futuros ainda que os rendimentos dos Treasuries estejam em queda nesta manhã.
Apesar do enfraquecimento do dólar no exterior ante outras moedas, o real pode ter dificuldade em avançar e os demais ativos brasileiros tendem a ser contaminados por novos sinais de descumprimento do arcabouço fiscal. Diante da crise climática no Brasil, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de crédito especial fora do arcabouço fiscal para fazer frente aos incêndios pelo País. A medida tem possibilidade de elevar a desconfiança do mercado em relação ao ordenamento das contas públicas, o que pode requerer uma alta maior da taxa Selic na quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Por ora, contudo, a maioria aposta em alta de 0,25 ponto na Selic deste mês.
*Agência Estado