Os investidores concentram as atenções hoje em eventos com os presidentes das distritais do Federal Reserve de Nova York, John Williams e Atlanta Raphael Bostic. No Brasil, os diretores do Banco Central Diogo Guillen (Política Econômica) e Paulo Picchetti (Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos) participam de duas reuniões com economistas do mercado financeiro para a elaboração dos Relatórios Trimestrais de Inflação (RTI). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz anúncios de obras do governo em São José dos Campos (SP) e participa da oficialização da candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) à Prefeitura de São Paulo.
Exterior
Os juros dos Treasuries e o dólar ante moedas principais continuam subindo, enquanto os índices futuros de Nova York caem, sugerindo que Wall Street pode estender perdas de ontem por incertezas sobre as eleições americanas e no cenário geopolítico, que afeta o setor de tecnologia, estratégico para a segurança nacional. O ex-presidente americano Donald Trump abriu cinco pontos porcentuais de vantagem ante o atual presidente, Joe Biden, em pesquisa de intenções de voto conduzida pelo instituto YouGov para a CBS News. Segundo o levantamento, Trump tem 52% da preferência do eleitorado, comparado com 47% de Biden. Trump reiterou a promessa de que vai segurar a alta dos preços no país, baixando impostos e diminuindo o custo da energia, no encerramento da Convenção Nacional Republicana. Persistem os rumores de que o presidente dos EUA, Joe Biden, vai desistir de buscar a reeleição em novembro. Um relatório detalhado compilado pelos democratas indicou a previsão de que o presidente americano vai perder com certa margem no Colégio Eleitoral americano.
Investidores precificam também o balanço da Netflix, reportando lucro e receita trimestrais acima do esperado no segundo trimestre, mas indicando desaceleração no crescimento de usuários no terceiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior. Além disso, uma queda nos sistemas da Microsoft atingiu usuários e companhias ao redor do mundo, incluindo empresas aéreas que tiveram de cancelar voos, impactando ainda os negócios.
Analistas têm ressaltado que os indicadores dos EUA têm ajudado a consolidar a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) corte juros a partir de setembro, mas discursos de alguns dirigentes deixam dúvidas. A presidente do Federal Reserve de São Francisco, Mary Daly, afirmou ontem que nos EUA “tivemos bons dados de inflação, mas não estamos lá”, indicando que a inflação ao consumidor (CPI) ainda está distante da meta de 2,0%.
Na Europa, as bolsas e as moedas da região recuam sob influência de Nova York e após a decepção dos investidores com as vendas no varejo do Reino Unido.
Brasil
A aversão a risco predominante no exterior pode inibir uma reação positiva do mercado local ao anúncio de uma contenção de gastos de R$ 15 bilhões pelo governo Lula, que será detalhado no relatório de avaliação de despesas e receitas do dia 22 de julho. O valor supera a mediana das estimativas do mercado de R$ 12 bilhões captada pelo Projeções Broadcast. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, pontuou que o contingenciamento poderá ser revisto, sob a justificativa de ser uma praxe na avaliação das contas públicas. No entanto, isso pode ser visto no mercado como brecha para potencial corte menor de despesa.
Ainda, pode injetar ânimo aos negócios a sinalização do Ministério de Minas e Energia de que o governo deve arrecadar R$ 15 bilhões com o leilão de petróleo da União, que será realizado no próximo dia 31 de julho, na B3. Forte demanda de investidores estrangeiros à oferta secundária de ações (follow-on) que vai privatizar a Sabesp sugere possíveis ingressos de fluxo financeiro no mercado de câmbio às vésperas da liquidação da operação, na próxima segunda-feira, 22. Com isso, players locais podem se antecipar na venda da divisa americana, favorecendo o real. Contudo, as altas do dólar e dos juros dos Treasuries são contrapontos assim como a queda as quedas do petróleo e de 0,19% do minério de ferro, na China.
*Agência Estado