A publicação do IPCA de abril fica na mira do mercado local. Também a ata da última reunião monetária do Banco Central Europeu (BCE), dados de sentimento do consumidor e expectativas de inflação nos Estados Unidos e discursos de cinco dirigentes do Federal Reserve devem direcionar os ajustes dos ativos financeiros ao longo desta sexta-feira.
Exterior
O apetite por ativos de risco é ampliado na Europa e em Nova York nesta manhã, com bolsas em alta, juros dos Treasuries em baixa e o dólar perto da estabilidade frente outras moedas principais após dados de auxílio-desemprego dos EUA acima do esperado reforçarem a chance de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) comece a reduzir juros no segundo semestre deste ano. Há expectativas pelos indicadores dos EUA e falas de dirigentes do Fed.
Na Europa, os mercados de ações se beneficiam também do crescimento do PIB do Reino Unido de 0,6% no primeiro trimestre de 2024, mais do que o esperado, superando a recessão em que havia entrado no trimestre anterior. A libra ganha força ante o dólar, enquanto o euro oscila perto da estabilidade e o dólar sobe frente ao iene em meio a expectativas ainda pela ata da última reunião monetária do BCE.
Na Ásia, a Bolsa de Hong Kong subiu mais de 2%, ao maior patamar desde agosto do ano passado, impulsionado por reportagem da Bloomberg de que a China considera isentar investidores individuais do pagamento de impostos sobre dividendos obtidos com ações de Hong Kong compradas por meio do esquema de negociação ‘Stock Connect’. Porém, cautela pré dados de inflação da China marcou os negócios nas bolsas chinesas.
Brasil
O clima externo positivo e alta do petróleo e do minério de ferro podem apoiar o Ibovespa, além das ações de Petrobras e Vale. Investidores devem repercutir uma série de balanços publicados ontem à noite e também o IPCA de abril. A queda dos rendimentos dos Treasuries pode aliviar o mau humor nos juros e também no câmbio ontem, decorrentes do placar dividido do Copom.
Deve ser bem recebido ainda um acordo entre governo e Congresso sobre a desoneração da folha de pagamento das empresas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ontem que vai respeitar a decisão do Congresso Nacional de manter até 2027 a política de desoneração da folha, mas estabelecendo uma espécie de “phase out”, ou seja, reoneração gradual a partir de 2025, com aumento de ¼ da alíquota a cada ano.
A equipe econômica precisará, no entanto, enviar ao Congresso uma proposta para compensar a perda de receita com a desoneração este ano, em respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O impacto da medida é de cerca de R$ 10 bilhões, totalizando R$ 22 bilhões se for contabilizada a desoneração da folha dos municípios. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que a expectativa é que o Supremo Tribunal Federal (STF) dê um prazo para o governo apresentar a fonte de compensação para a desoneração da folha de pagamento. Haddad, disse ainda que vai se reunir na próxima segunda-feira, 13, com os prefeitos para tratar sobre a desoneração da folha dos municípios e que, se houver perseverança, antes de 2027 o Brasil terá um novo modelo global de cobrança de impostos às empresas.
*Agência Estado