O discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, em Jackson Hole às 11 horas é o grande destaque desta sexta-feira, dadas as dúvidas quanto ao ritmo e ao total de cortes de juros nos Estados Unidos em 2024. Também está previsto discurso do presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey. O presidente do Banco Central brasileiro, Roberto Campos Neto, também estará no simpósio. Entre indicadores, sairão apenas as vendas de moradias novas nos EUA e o IPC-S da terceira quadrissemana no Brasil.
Exterior
Os índices de ações do ocidente avançam, após ontem as bolsas europeias fecharem sem ímpeto na esteira da desvalorização em Wall Street diante da ansiedade dos investidores pelo discurso de Powell, no Simpósio de Jackson Hole. Na véspera, resultados divergentes de indicadores da economia americana elevaram as incertezas em relação à política monetária. Por isso, os investidores esperam algum sinal de Powell quanto à magnitude da queda dos juros nos EUA, aguardada para começar em setembro, e quem sabe ainda o dirigente dê indícios do total do ciclo de baixa das taxas. Depois de Powell, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, falará em almoço. Em meio a incertezas, os rendimentos dos Treasuries operam indefinidos, próximos da estabilidade, enquanto o dólar recua em relação a moedas fortes. Em busca de recuperação, as cotações do petróleo avançam mas ainda podem fechar a semana com desvalorização por conta de preocupações renovadas com a demanda pela commodity e por dúvidas quanto a um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas.
Brasil
O ambiente tranquilo no exterior antes do discurso de Powell pode se espelhar nos ativos no Brasil. Apesar do recuo de 2,24% do minério de ferro em Dalian, na China, o ADR da Vale mira valorização nesta manhã no pré-mercado em Nova York, o que reforça a expectativa de alta do Ibovespa na abertura. Além disso, o ADR da Petrobras avança acima de 1,00% sustentado pelo petróleo. Assim, o Índice Bovespa pode caminhar para uma terceira semana de elevação mesmo depois de ter realizado um pouco ontem: fechou em baixa de 0,95%, aos 135.173,39 pontos. Porém, isso depende do tom do discurso do presidente do Fed em Jackson Hole.
Outro ponto é que os mercados ainda ecoem as falas do diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, da véspera, que levaram os juros futuros a fechar em alta e o dólar a se aproximar dos R$ 5,60, também por conta do exterior. Em evento nesta quinta-feira, Galípolo tentou corrigir afirmações feitas recentemente e que geraram desconforto nos mercados, sugerindo descompasso entre os dirigentes do BC – algo que eleva mais as incertezas. De todo modo, disse que “está na mesa” uma elevação da taxa Selic. “Eu espero que a gente tenha conseguido deixar claro que, a partir do cenário que nós temos hoje, a alta de juros está na mesa, sim, e que o Banco Central não vai hesitar, se for necessário, a perseguição da meta, fazer uma elevação de juros”, disse, em evento da Fundação Getulio Vargas (FGV). Ainda fica no foco a questão fiscal após alerta do TCU.
*Agência Estado
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