quinta-feira, 21 de novembro de 2024
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aversão a risco no exterior pode contaminar humor local

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Os mercados globais estão na reta final para a divulgação do levantamento do mercado de trabalho americano (payroll), nesta manhã, que vai modular as apostas de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) no próximo dia 18 e até dezembro. Os dirigentes do Fed John Williams e Christopher Waller discursam em eventos e podem comentar os números de empregos e o provável impacto na política monetária. No Brasil, o IGP-DI de agosto é o destaque.

Exterior

A aversão a risco antes do payroll faz o índice VIX , conhecido como o “termômetro do medo” em Wall Street, disparar novamente nesta sexta-feira. Os investidores temem que os dados do mercado de trabalho americano possam trazer sinais de piora da economia. A recepção negativa ao balanço da empresa de semicondutores Broadcom contamina os índices futuros de ações em Nova York, em especial o Nasdaq, que exibe perdas acima de 1%. As ações da empresa caíam 9,29% no pré-mercado às 6h35, uma semana após números mal recebidos da rival Nvidia.

Em contagem regressiva para os dados de emprego americano e ainda discursos de dirigentes do Fed ao longo da manhã, os rendimentos dos Treasuries e o dólar também recuam, estendendo a fraqueza que marcou a véspera. Os investidores ainda não estão convictos sobre a intensidade do corte de juros pelo Fed, depois dos relatórios de emprego Jolts e ADP virem abaixo das previsões, mas encontrando contraponto em índices sólidos do setor de serviços. Até aqui, a probabilidade de corte de 25 pontos-base supera um pouco a de 50pb nas apostas do mercado, mas se o payroll decepcionar, os analistas afirmam que a tendência é que os preços de mercado mudem em favor da redução mais agressiva, para evitar uma desaceleração brusca da economia.

Na Europa, as bolsas também caem em bloco em meio à espera dos dados e sinais de política monetária nos EUA e após indicadores de atividade decepcionantes na região. Na Alemanha, a produção industrial caiu 2,5% em julho ante junho, bem mais que o esperado, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresceu 0,2% no segundo trimestre ante os três primeiros meses deste ano, aquém da leitura anterior e da previsão de analistas consultados pela FactSet, de expansão de 0,3%. O petróleo mostra instabilidade, em cenário de incertezas relacionadas à oferta pela Opep+ e preocupações com a demanda global.

Brasil

Os ativos financeiros podem ser contaminados pela tensão externa. O desempenho fraco das commodities deve pesar também. O petróleo passou a subir moderadamente e o minério de ferro caiu 0,07% em Dalian, após atingir a cotação mais baixa desde 2022 em Cingapura ontem (perto de US$ 90 a tonelada), devido a preocupações com a demanda da China. O Ibovespa pode se curvar às perdas em Nova York antes do payroll, após um leve ganho de 0,29%, aos 136.502,49 pontos ontem, acumulando avanço de 0,37% na semana e no mês e de 1,73% neste ano.

No câmbio e juros, os ajustes iniciais podem ser moderados, à medida que a agenda interna está vazia e o rumo dos mercados ao longo do dia será determinado pela reação dos investidores ao payroll americano. Analistas afirmam que se o payroll vier abaixo das expectativas devem crescer as apostas de que o Fed corte os juros em 50 pontos-base neste mês. Isso levaria o dólar a se desvalorizar contra outras moedas, beneficiando o real em cenário de apostas em aumento da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária no próximo dia 18, apesar dos riscos fiscais internos. No mercado de juros, já deve ter expectativas também pelo IPCA, que será publicado na próxima terça-feira, depois da desaceleração do IPCA-15 a 0,19% em agosto, e com a taxa em 12 meses, em 4,35%, bem perto do teto da meta de inflação deste ano (4,5%).

*Agência Estado



Fonte: B3 – Bora Investir

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