O IPCA-15 de julho, os dados do setor externo e de arrecadação do governo em junho devem movimentar o mercado local. A agenda também traz os balanços de Vale, Multiplan e Hypera. No Rio de Janeiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cumpre agendas do G20 e tem reuniões bilaterais com FMI, OCDE e Tesouro do Reino Unido ao longo do dia. Já o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, abre fórum Coreia-América Latina e Caribe. Nos Estados Unidos, as primeiras leituras do Produto Interno Bruto (PIB) e do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) do segundo trimestre são os destaques entre os indicadores programados. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e os resultados trimestrais de empresas europeias e americanas ficam ainda no radar.
Exterior
As bolsas na Ásia fecharam em baixa e o destaque foi o tombo de 3,28% do Nikkei, no Japão, que entrou em território de contração depois de acumular perdas de mais de 10% desde a máxima histórica que atingiu em 11 de julho. Investidores respondem às fortes perdas dos índices Nasdaq e S&P 500, que tiveram o pior desempenho diário desde 2022, por causa de balanços e perspectivas das big techs Tesla, montadora de veículos elétricos, e Alphabet, controladora do Google.
No radar estão ainda especulações de intervenção do Banco do Japão no câmbio para apoiar o iene e de possível aumento de juros em reunião monetária na próxima quarta-feira. Nem mesmo o corte inesperado nas taxas das linhas de empréstimos na China hoje, três dias após ter reduzido os juros de referência, animou os investidores.
O petróleo volta a ceder por insegurança também sobre a demanda chinesa e as perdas expressivas em NY, após subir ontem, interrompendo quatro sessões de queda.
No Ocidente, os índices acionários na Europa e os futuros de NY seguem pressionados por resultados corporativos, sobretudo de empresas de tecnologia, antes da repercussão dos dados do PIB e PCE dos EUA no segundo trimestre. Pesam negativamente também balanços de IBM e nas ações europeias os resultados de Stellantis, Lloyds e Anglo American, enquanto Unilever agradou e os papéis da Air France-KLM se recuperam, após caírem na esteira da divulgação do balanço.
Nos EUA, a expectativa dos analistas é de que o PIB deve desacelerar para 2,1%, na mediana das previsões, após 2,9% no trimestre anterior, o que reforçaria perspectivas de corte de juros do Fed em setembro, após uma esperada manutenção das taxas dos Fed Funds na faixa atual de 5,25% a 5,50% ao ano, na próxima quarta-feira. Os juros dos Treasuries e o dólar frente a moedas rivais recuavam, após apontarem sinais divergentes ontem.
Brasil
Os mercados vão focar no IPCA-15 na abertura, que deve ajustar apostas para o Copom, mas a cautela no exterior tende a pesar no humor. Contudo, o alívio nos juros dos Treasuries pode amenizar o impacto nos DIs e câmbio da alta do dólar frente moedas emergentes e ligadas a commodities em manhã de valorização persistente do iene e de perdas do petróleo e de 1,55% do minério de ferro na China. Ontem, os juros futuros subiram e o dólar escalou a R$ 5,6562 no mercado à vista diante da deterioração dos mercados em Nova York à tarde.
Na Bolsa, investidores ficam atentos às ações da Vale antes do balanço do segundo trimestre, que sai após o fechamento do pregão. Os ADRs da mineradora estavam estáveis no pré mercado em Nova York às 7h10, enquanto os ADRs da Petrobras perdiam 0,55% diante da queda do petróleo. Investidores seguem ainda atentos ao risco fiscal. Em entrevista à Globonews, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que recentemente defendeu a aplicação de um pente fino nos programas sociais que resultou em uma economia de R$ 26 bilhões, disse que o governo quer resgatar a robustez dos programas sociais, mas reiterou que irá perseguir o déficit primário zero, sobretudo com um cenário internacional desafiador como o que se apresenta.
*Agência Estado