A participação do diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Abry Guillen, em evento é destaque no Brasil. Nos Estados Unidos, fica no foco a palestra do presidente distrital do Fed Atlanta, Raphael Bostic. Por lá, ainda sairão dados de atividade do Fed de Chicago, pedidos de auxílio-desemprego e a leitura preliminar de índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) em maio.
Exterior
Os ativos têm dificuldade em tomar um norte, e se dividem entre o tom duro da ata de política monetária de maio do Fed e o balanço sólido da Nvidia da véspera, ante da divulgação de dados de atividade dos EUA e comentário de um dirigente do Fed. Nesta manhã, os retornos dos Treasuries miram queda, após alta no dia anterior, em meio ao documento do banco central reforçar a ideia de que o Fed vai demorar para começar a cortar o juro básico. No máximo, indicou apenas uma queda das taxas em 2024, após, na ata, vários dirigentes esboçarem preocupação com a inflação e não descartarem mais aperto da política monetária americana.
Já o petróleo ensaia recuperação, em meio à fraqueza do dólar. Os índices futuros de Nova York também sobem, após as bolsas cederem ontem. Os ganhos são apoiados na ação da Nvidia, que saltava quase 7,00% às 7h37. A fabricante de chips divulgou alta de 628% em seu lucro líquido no primeiro trimestre fiscal.
Na Europa, o sinal é destoante, com algumas bolsas buscando recuperação favorecidas por PMIs de maio. O índice de gerentes de compras composto da zona do euro subiu a 52,3, graças à indústria, enquanto o da Alemanha atingiu o maior nível em um ano, de forma a impulsionar o euro. Já o PMI do Reino Unido cedeu a 52,8, e pesou mais cedo na libra. Já as bolsas asiáticas fecharam com sinais divergentes.
Brasil
Uma queda do Ibovespa na abertura não pode ser descartada, a despeito da alta do petróleo e dos índices de ações no mercado futuro de Nova York e do fato de o principal indicador da B3 acumular quatro fechamentos seguidos de queda. A queda de 1,09% do minério de ferro na China pode impedir alta do Índice Bovespa.
Além disso, os temores fiscais, com a inflação e os juros básicos permanecem acesos, ainda mais após falas de ontem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, elevarem as preocupações com as condições econômicas do País e a piora na projeção de rombo nas contas públicas deste ano pelo governo.
Ao justificar o aumento na projeção de déficit primário em 2024, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que é explicado integralmente pela abertura do crédito suplementar possibilitado pelo bom desempenho das receitas. Em meio aos riscos fiscais, o economista do Santander Ítalo Franca disse ver pressão por mudança na meta fiscal deste ano.
Ficam no foco ainda as ações da Petrobras, após ontem o Comitê de Pessoas do conselho de administração aprovar a indicação da Magda Chambriard para a presidência da empresa. Nos juros, a queda dos rendimentos dos Treasuries pode ser fonte de alívio, enquanto os investidores acompanham a participação de Diogo Guillen, do BC, em evento, diante da possibilidade de Selic de dois dígitos no fim do ano. Já o dólar pode abrir com viés de baixa.
*Agência Estado