Os números de inflação nos Estados Unidos (CPI e PPI) e no Brasil (IPCA) ficam no foco em meio aos ajustes de apostas para política monetária dos dois países, que têm reuniões dos bancos centrais este mês. Já o Banco Central Europeu (BCE) anuncia sua decisão sobre juros na quinta-feira. A agenda local traz ainda pesquisa de serviços, vendas no varejo e IBC-Br. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa nesta segunda-feira de reuniões promovidas pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS), em Basileia (Suíça).
Exterior
A segunda-feira começa com tom otimista nas bolsas internacionais, com as bolsas da Europa buscando recuperação, após o relatório payroll apontar criação de empregos aquém das projeções nos Estados Unidos e induzir forte liquidação de ações globalmente na sexta-feira. Após o indicador, ficou consolidada a aposta de que o Federal Reserve (Fed) começara a cortar os juros em doses moderadas, de 25 pontos-base, ainda este mês.
“Os dados de emprego dos EUA revelados ao longo da semana foram fracos, mas talvez não fracos o suficiente para inclinar as expectativas pelo Fed para um direcionamento claro”, resumiu a analista Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank. O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, sinalizou na sexta-feira preocupações com o risco de a autoridade monetária demorar muito para cortar os juros. “Fazer isso pode colocar em risco um ‘pouso suave’ há muito procurado, no qual o Fed usa as taxas de juros para reduzir a inflação sem uma recessão.
Na China, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) avançou à taxa anual de 0,6% em agosto, abaixo da expectativa de analistas de alta de 0,8% no período. Para a Pantheon Macroeconomics, o indicador é mais um reflexo da demanda enfraquecida no país asiático, que enfrenta uma crise no segmento imobiliário.
Brasil
O tom positivo das bolsas no exterior e alta do petróleo e do minério de ferro devem dar fôlego ao Ibovespa. O EWZ, principal fundo de índice (ETF) do Brasil negociado em Wall Street, subia 0,17% no pré-mercado em Nova York. No ambiente político, a demissão do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, na sexta-feira, após acusações de assédio sexual, pode ainda repercutir no Congresso. O PT quer assumir o Ministério dos Direitos Humanos (MDH) após a demissão de Silvio Almeida por denúncias de assédio sexual, que incluem a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial). O secretário nacional de combate ao racismo da sigla, Martvs Chagas, é cotado para o cargo. E o Ministério da Fazenda espera receber em torno de R$ 10 bilhões em dividendos extraordinários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ainda este ano para ajudar no reequilíbrio das contas públicas.
*Agência Estado