quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Search

Buraco no piso da saúde para este ano pode chegar a R$ 21 bilhões

Buraco no piso da saúde para este ano pode chegar a R$ 21 bilhões

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


Reinstituído pelo novo arcabouço fiscal, o piso de gastos para a saúde requer que o governo destine até R$ 21 bilhões para a área ainda este ano, disse nesta sexta-feira (22) o secretário de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Paulo Bijos. Ele disse que o governo está avaliando as opções de onde tirar recursos para gastar os R$ 189 bilhões de limite mínimo.

Segundo o antigo teto de gastos, os limites mínimos para a saúde e a educação eram corrigidos conforme os gastos de 2016, corrigidos pela inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O novo arcabouço restabeleceu a regra anterior, que obriga o governo a aplicar 15% da receita corrente líquida (RCL) em valores atualizados, conforme determina a Constituição.

Atualmente, o Orçamento de 2023 reserva R$ 168 bilhões para a saúde. O Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, documento que atualiza as estimativas sobre o Orçamento divulgado nesta sexta-feira, atualizou as estimativas da RCL para cerca de R$ 1,26 trilhão, elevando o limite mínimo para R$ 189 bilhões.

“Para esta RCL de agora [valor estimado no relatório de setembro], chegaríamos a R$ 20 bilhões [de diferença]”, reconheceu Bijos em entrevista coletiva durante a apresentação do relatório bimestral.

Contingenciamento

O relatório apresentado nesta sexta não incluiu os R$ 21 bilhões na nova estimativa para gastos obrigatórios. Se o valor fosse considerado, o governo teria de contingenciar (bloquear temporariamente) o mesmo valor de outros ministérios, o que ameaçaria o funcionamento de serviços públicos, situação conhecida como shutdown.

Segundo o secretário de Orçamento Federal, a não inclusão ocorreu porque setores do próprio governo divergem sobre o valor a ser recomposto ao piso da saúde. Bijos, no entanto, afirmou que o governo cumprirá a Constituição e dará uma solução para o tema ainda em 2023. Isso porque a apuração do cumprimento dos pisos mínimos para saúde e educação só ocorre ao fim de cada ano.

Projeto de lei

O governo tenta resolver a questão por dois caminhos. Em primeiro lugar, a equipe econômica aguarda o desfecho de um processo no Tribunal de Contas da União (TCU) sobre os pisos constitucionais da educação e da saúde aberto pelo Ministério Público. O governo também cogita fazer uma consulta própria ao órgão caso o processo demore. Em segundo lugar, tenta diminuir no Congresso o impacto dos novos limites mínimos.

No último dia 14, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei complementar que permite que o percentual de 15% seja aplicado à RCL que consta da versão original do Orçamento Geral da União. A mudança reduziria o impacto de R$ 21 bilhões para R$ 5 bilhões. Isso porque o texto original do Orçamento de 2023 previa R$ 108,8 bilhões a menos de receitas líquidas em relação ao Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas de setembro.

O projeto de lei complementar trata da compensação da União a estados e municípios por causa do corte do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis na campanha presidencial do ano passado. Durante a tramitação, o líder do PT na Câmara, deputado Zeca Dirceu (PT-PR), relator da proposta, incluiu a mudança no cálculo do piso mínimo da saúde.

Resposta

Mesmo com uma eventual redução do limite, o secretário de Orçamento Federal destaca que o governo não deixou de dar prioridade à saúde. “Com o teto de gastos, o piso seria R$ 147 bilhões, nós temos em 2023 uma dotação de R$ 168 bilhões [para a saúde]. Estamos bastante acima, temos R$ 20 bilhões a mais [em relação ao limite original]”, declarou.

Paulo Bijos também destacou que o governo reservou R$ 7,3 bilhões para pagar o piso nacional da enfermagem, despesa que não está no limite mínimo da saúde. Em relação a 2024, o secretário explicou que uma grande parte do aumento de R$ 50 bilhões para o setor decorre da regra do mínimo constitucional.

Durante a tramitação do novo arcabouço fiscal, o governo tentou incluir uma regra de transição para repor os mínimos constitucionais para a educação e a saúde, mas não conseguiu. No fim de março, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que o governo estudava o envio de propostas de emenda à Constituição em 2025 para mudar o cálculo dos pisos de gastos e encontrar um outro critério que não fosse uma vinculação às receitas.



Fonte: Agência Brasil

Gostou? Compartilhe com um Amigo!

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Siga nossas Redes Sociais

Google News

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quem viu esse, também viu estes

Japão suspende importação de carne de aves de Mato Grosso do Sul

Japão suspende importação de carne de aves de Mato Grosso do Sul

B3 lança podcast de educação financeira focado em mulheres

B3 lança podcast de educação financeira focado em mulheres

Dólar aproxima-se de R$ 5,17 e fecha no maior valor desde março

Dólar aproxima-se de R$ 5,17 e fecha no maior valor desde março

Selo amplia presença da agricultura familiar na produção de biodiesel

Selo amplia presença da agricultura familiar na produção de biodiesel

B3 lança página de relações com investidores com foco no investidor pessoa física

B3 lança página de relações com investidores com foco no investidor pessoa física

curiosidades sobre a economia do país sede dos Jogos Olímpicos de Verão

curiosidades sobre a economia do país sede dos Jogos Olímpicos de Verão

Indefinição fiscal volta a afetar Ibovespa, que fecha perto da estabilidade; dólar sobe 0,56% e vai a R$ 5,76

Indefinição fiscal volta a afetar Ibovespa, que fecha perto da estabilidade; dólar sobe 0,56% e vai a R$ 5,76

Entenda as condições para os financiamentos pelo Fundo Clima

Entenda as condições para os financiamentos pelo Fundo Clima

Pix bate recorde e supera 200 milhões de transações em um dia

Pix bate recorde e supera 200 milhões de transações em um dia

Balança comercial tem superávit de US$ 9,041 bilhões em abril

Balança comercial tem superávit de US$ 9,041 bilhões em abril

Dividendo aumenta ou cai na renda fixa com a Selic em 10,50%?

Dividendo aumenta ou cai na renda fixa com a Selic em 10,50%?

Pequenas empresas terão consultoria grátis para reduzir conta de luz

Pequenas empresas terão consultoria grátis para reduzir conta de luz

Estados poderão isentar de ICMS compras de turistas estrangeiros

Estados poderão isentar de ICMS compras de turistas estrangeiros

Ibovespa fecha em alta de 1,23% e dólar cai para R$ 5,25

Ibovespa fecha em alta de 1,23% e dólar cai para R$ 5,25

Cade dá aval e Petrobras cancela privatização de TBG e 5 refinarias

Cade dá aval e Petrobras cancela privatização de TBG e 5 refinarias

Prévia da inflação oficial fica em 0,21% em outubro, informa IBGE

Prévia da inflação oficial fica em 0,21% em outubro, informa IBGE