O relatório de emprego dos Estados Unidos (payroll) é destaque da agenda no exterior, além dos discursos de dois dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e do PMI Composto americano da S&P Global. No Brasil, serão divulgados a produção industrial de março e dados de crédito do Banco Central.
Exterior
Os índices de ações americanos e europeus avançam nesta manhã, assim como as bolsas da Ásia fecharam em alta, na esteira do balanço da Apple, e antes do relatório de emprego americano. O lucro líquido da gigante de tecnologia no primeiro trimestre superou as projeções, e a empresa anunciou recompra de ações e aumento de dividendos. Hoje no pré-mercado de Nova York, as ações dão sequência aos ganhos de 6% da véspera no after hours.
Destaque ainda ao papel da Anglo American, que saltava 3% em Londres com possível oferta da Glencor. As bolsas europeias ainda são favorecidas por balanços positivos de grandes bancos franceses, como Crédit Agricole e Société Générale, cujos papéis saltam 4% e 2,4%, respectivamente. O investidor ainda avalia a taxa de desemprego da zona do euro de março dentro do esperado e PMI de serviços do Reino Unido, que avançou ao maior nível em abril desde maio de 2023.
Agora, fica a expectativa pela divulgação do payroll, cuja estimativa mediana é de que a criação de vagas de emprego nos EUA desacelere a 225 mil em abril, após 303 mil vagas geradas em março. Uma eventual desaceleração tende a reforçar as apostas recentes de que os juros americanos não subirão neste ano, podendo até mesmo cair a depender dos dados. Após o juro da T-note de 2 anos tocar mínimas de três semanas e abaixo dos 4,9% ontem, o rendimento avança moderadamente, enquanto os demais vencimentos recuam levemente nesta manhã. Já o dólar opera perto da estabilidade ante outras moedas fortes e o petróleo mira queda.
Brasil
O bom humor moderado do exterior pode refletir nos ativos brasileiros, mas o divisor de águas será mesmo o payroll dos EUA, que servirá também para ajudar nas apostas para a Selic no Comitê de Política Monetária (Copom) da semana que vem.
Aqui, os investidores ainda avaliam a produção industrial. A expectativa mediana é de alta de 1,4% em março ante fevereiro (-0,6%) e recuo de 2,2% na comparação interanual. Uma possível elevação do indicador pode ajudar a esfriar as apostas de manutenção do ritmo de queda de meio ponto porcentual na taxa Selic na próxima semana. A despeito da desaceleração da inflação brasileira e do tom dovish do Fed na quarta-feira, a expectativa de corte de 0,25 ponto da Selic se tornou majoritária, conforme mostra pesquisa do Projeções Broadcast.
Na B3, o noticiário corporativo deve movimentar o Ibovespa, após a divulgação dos balanços de Iguatemi e Gerdau, além da notícia de que o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, sancionou a lei que permite a adesão de SP à privatização da Sabesp, ontem.
As ações da Vale também podem ficar no foco, diante da notícia de que a mineradora Glencore está considerando fazer uma oferta pela Anglo American. Importante ressaltar que na semana passada, a Anglo rejeitou uma proposta de compra da BHP. O recuo leve dos rendimentos dos Treasuries pode aliviar os juros futuros e o dólar, antes do payroll.
*Agência Estado