sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
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Com força de Vale e Copom ‘suave’, Ibovespa sobe 2,82%; dólar tem 9ª queda seguida e vai a R$ 5,85

No último pregão de outubro, Ibovespa cai 0,71% e fecha mês com perda de 1,59%; dólar sobe 0,31% e tem alta mensal de 6,14%

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Uma combinação favorável de fatores locais ajudou a diminuir o prêmio de risco dos ativos domésticos na sessão de hoje e a destravar uma alta firme do Ibovespa, que avançou 2,82%, aos 126.913 pontos, perto da máxima, de 127.169 pontos.

Foi o valor mais alto de fechamento nominal desde 11 de dezembro do ano passado. Na mínima intradiária, o índice chegou a tocar os 123.432 pontos.

Ibovespa hoje

O pregão começou agitado com a reprecificação vista na ponta curta da curva de juros, provocada pelo tom visto como mais “suave” adotado pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, no comunicado da reunião de ontem, em que o colegiado elevou a Selic para 13,25% ao ano.

Horas depois, a reação dos ativos foi intensificada pela divulgação de dados mais fracos de emprego no Brasil e pela adoção de uma postura vista como mais conciliatória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação ao Banco Central, na leitura do mercado.

As notícias alimentaram um movimento de rotação para papéis de “beta” maior e que se beneficiam de um cenário de menos juros, segundo operadores ouvidos pelo Valor, o que deu um fôlego extra para ações domésticas.

Papéis como Magazine Luiza (+12,59%), Yduqs (+9,86%), CVC (+8,33%) e LWSA (+7,52%) foram alguns dos nomes que despontaram.

A estrela da sessão, porém, foram as ações da Vale, que dispararam 4,22%.

Na visão de operadores ouvidos pelo Valor, a forte alta foi desencadeada por uma avaliação mais positiva da empresa após o relatório de produção e vendas divulgado na terça-feira, além de declarações do presidente Lula sobre a boa relação com o presidente da mineradora.

O volume financeiro do Ibovespa foi de R$ 18,0 bilhões, um pouco acima da média diária de R$ 14,5 bilhões vista ao longo do mês de janeiro. Já na B3, o giro financeiro chegou a R$ 25,5 bilhões.

Dólar hoje

O dólar à vista encerrou a sessão desta quinta-feira em queda, a nona seguida, depois de ter aberto as negociações em forte alta, com a moeda americana avançando mais de 1% frente ao real pela manhã.

O motivo da melhora veio principalmente de declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defendendo a autonomia do Banco Central, sinalizando menos intervenções nas empresas e reforçando a preocupação fiscal.

“Lula foi bem centrado e falou o que o mercado gostaria de ouvir”, disse Eduardo Cohn, gestor da Heritage Capital Partners. “Mas o mercado vai cobrar ações concretas”.

Além disso, houve uma melhora nos mercados emergentes ao longo da tarde que pode ter ajudado a divisa brasileira.

Terminadas as negociações, o dólar registrou queda de 0,24%, cotado a R$ 5,8518. Foi a nona queda seguida, na maior sequência de desvalorização do dólar frente ao real desde julho de 2017, quando houve dez sessões seguidas de recuo do dólar.

Hoje o dólar à vista encostou na mínima de R$ 5,8513 e bateu na máxima de R$ 5,9519. No exterior, perto das 17h10, o índice DXY caía 0,18%, aos 107,805 pontos.

Já o euro comercial encerrou a sessão em queda de 0,13%, cotado a R$ 6,1021.

Bolsas de Nova York

Os principais índices de ações fecharam em alta em Nova York, com o mercado repercutindo a temporada de balanços.

As bolsas também foram favorecidas pelo recuo do dólar e os rendimentos dos Treasuries após a prévia do PIB dos EUA no quarto trimestre ter vindo abaixo do esperado pelo mercado.

Perto do fim da sessão, as bolsas chegaram a apagar os ganhos e rondar e estabilidade, após o presidente Donald Trump confirmar, na tarde desta quinta-feira que irá cumprir com a promessa de impor tarifas de 25% sobre o Canadá e o México.

No fechamento de hoje, o índice Dow Jones subiu 0,38%, aos 44.882,13 pontos, o S&P 500 teve alta de 0,53%, aos 6.071,17 pontos, e o Nasdaq acelerou 0,25%, aos 19.681,749 pontos. Todos os setores do S&P 500 terminaram o dia no positivo, com exceção de tecnologia.

Entre os destaques, a Tesla subiu 2,87%, apesar de seu balanço do trimestre virem abaixo do esperado pelo mercado, após o presidente da empresa, Elon Musk, projetar um crescimento de até 30% para este ano.

Por outro lado, a Microsoft caiu 6,18%, à medida que os investidores ficaram desapontados com os resultados do trimestre. Meta (+1,55%) e IBM (+12,96%), que apresentaram números melhores do que o esperado, fecharam em alta.

Após o fechamento do pregão, o mercado aguarda os balanços da Apple, que fechou em queda de 0,74%.

Bolsas da Europa

As bolsas da Europa fecharam nesta quinta-feira (30) em forte alta, ampliando os ganhos vistos mais cedo após o Banco Central Europeu (BCE) anunciar mais um corte na taxa de juros, que, agora, ficou em 2,75% ao ano, conforme era amplamente esperado pelo mercado.

Em entrevista coletiva após a decisão, a presidente da autoridade monetária, Christine Lagarde, disse estar confiante que a inflação da zona do euro irá alcançar a meta de 2% neste ano.

“Está claro que, após cortar sua taxa de depósito de 3% para 2,75% hoje, o BCE espera reduzir ainda mais as taxas nos próximos meses”, diz Jack Allen-Reynolds, economista da Capital Economics, em nota.

Segundo ele, o tempo e o ritmo dos cortes irão depender dos dados.

No fechamento, o índice Stoxx 600 avançou 0,90%, aos 539,06 pontos. O FTSE 100, da Bolsa de Londres, subiu 1,04%, aos 8.646,88 pontos, e o DAX, de Frankfurt, acelerou 0,41%, aos 21.727,20 pontos.

Já o CAC 40, de Paris, teve alta de 0,88%, aos 7.941,64 pontos.

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Fonte: B3 – Bora Investir

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