Na manhã desta quarta-feira (06/11), foi confirmada a vitória do republicano Donald Trump sobre a democrata Kamala Harris à presidência dos Estados Unidos. Desde a madrugada, enquanto o resultado da eleição norte-americana se consolidava, os mercados internacionais repercutem a volta do ex-presidente à Casa Branca, com o fortalecimento do dólar frente às principais moedas e a valorização dos contratos futuros de ações nos Estados Unidos. No Brasil, por outro lado, o Ibovespa abriu a sessão desta quarta em queda de mais de 1%.
John Plassard, senior asset specialist e economista do Grupo Mirabaud, avalia que com a vitória republicana, ganha força a política de “EUA em primeiro lugar”, “que favorece o investimento doméstico, mas com o risco de aumentar a inflação e o déficit”.
Além da pressão inflacionária e aumento do risco fiscal, “esse retorno pode intensificar tensões geopolíticas, especialmente com a China. Setores como combustíveis fósseis, farmacêutico e empresas de pequena capitalização tendem a se beneficiar, enquanto Europa e China podem ser prejudicados”, diz Plassard. No mercado americano, o corte de impostos “pode aumentar os lucros das empresas americanas, favorecendo o S&P 500, apesar de possíveis obstáculos legislativos”.
Dólar mais forte
Na avaliação de Alexandre Viotto, chefe da mesa de câmbio da EQI Investimentos, a tendência é o dólar se manter forte frente a todas as outras moedas, pelo menos até que o mercado tenha maior visibilidade sobre se o republicano irá seguir em frente com a promessa de aumentar as tarifas de importação e com outras propostas econômicas.
No Brasil, a cotação do dólar já mostra alta relevante. Para Viotto, caso não haja novidades sobre o pacote de corte de gastos no Brasil, a moeda pode “testar R$ 6 tranquilamente nos próximos dias aí, se não hoje ainda”.
Obstáculos para empresas no Brasil
Com a maior propensão ao protecionismo, a vitória de Trump pode ser desfavorável às empresas brasileiras, que poderão enfrentar maiores dificuldades na exportação de seus produtos. Segundo Larissa Lima, analista da EQI, as políticas do republicano podem “moldar um ambiente desafiador para empresas brasileiras com grande exposição ao mercado internacional, assim consideramos a exposição em ativos que se beneficiam do dólar mais forte e são menos concentradas em China”.
*Com informações da Agência Estado
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