sábado, 19 de abril de 2025
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como as tarifas recíprocas de Trump afetam as big techs?

No último pregão de outubro, Ibovespa cai 0,71% e fecha mês com perda de 1,59%; dólar sobe 0,31% e tem alta mensal de 6,14%

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As tarifas recíprocas do presidente dos EUA, Donald Trump, caíram como uma bomba sobre as big techs. Alphabet (empresa mãe do Google), Amazon, Apple, Meta (dona do Facebook), Microsoft, Nvidia e Tesla, registraram perda conjunta de cerca de US$ 760 bilhões em valor de mercado, de acordo com a agência de notícias Reuters.

Até o fechamento das bolsas de valores na sexta-feira (4), a Apple (AAPL34) estava no topo da lista das mais prejudicadas pelas tarifas de Trump, seguida pela Nvidia (NVDC34). Juntas, somente estas duas empresas perderem aproximadamente US$ 520 bilhões. A Microsoft (MSFT34), por outro lado, foi a que menos sofreu com os efeitos do tarifaço.

Cautela e paciência: como agir em dias de alta volatilidade no mercado

As tarifas anunciadas por Trump foram mais rigorosas do que o inicialmente previsto pelos analistas.

Em resumo, cada país terá uma tarifa específica, variando de 10% (como no caso do Brasil, por exemplo) a 46% (para o Vietnã). Para a China, a tarifa total será de 54%, o que inclui uma tarifa de 34% além dos 20% anunciados anteriormente.

Apple: a mais afetada

A fabricante do iPhone, cuja receita depende predominantemente de dispositivos fabricados na China e em vários outros países asiáticos, foi a empresa mais afetada, avaliaram, em relatório, os analistas do Itaú BBA, Thiago Kapulskis e Maria Infantozzi.

Isso porque os centros de fabricação na China e em Taiwan vão enfrentar, em tese, uma tarifa total de 54%.

Os analistas do BBA observam ainda que produtos acabados, como smartphones, computadores e servidores, não ficam isentos de tarifas (ao contrário dos semicondutores, pelo menos por enquanto).

Colocando tudo isso na balança, o BBA aponta um risco imediato de queda de aproximadamente 15% no lucro por ação (EPS, na sigla em inglês) da Apple.

No caso da Apple, os analistas consideraram que não haverá aumentos de preço para compensar o impacto tarifário, dado o cenário competitivo global.

Nvidia: impacto sobre chips e sistemas de IA

No caso da Nvidia, o cenário é mais complexo, avaliam os analistas dos BBA.

Enquanto os componentes semicondutores (B200, B100, H200) estão atualmente isentos de tarifas, produtos acabados integrados, como sistemas de rack, que são essenciais para implantações de hiperescaladores (sistemas que gerenciam dados em larga escala), são categorizados como produtos acabados sujeitos a uma tarifa de 32% de Taiwan.

“Nossa principal preocupação se concentra em um aumento significativo no capex (investimentos para ampliar produção) para hiperescaladores, o que pode alterar significativamente a dinâmica da demanda para os produtos da Nvidia no curto e médio prazo”, afirmam os analistas do BBA.

Esse aumento de custo, impulsionado por tarifas, pode influenciar as decisões e negociações de investimentos em hiperescaladores. Além disso, restrições em produtos mais avançados podem enfraquecer o posicionamento competitivo de empresas dos EUA em relação à China, avalia Kapulskis .

“Se esse cenário se mantiver, pode ser o caso em que a China pode acelerar na corrida de IA contra os EUA”, afirma o BBA, em relatório.

As ações da Nvidia caíram aproximadamente 4% no fechamento de sexta-feira (4), em meio a preocupações sobre sua fabricação de chips com sede em Taiwan e sistemas de IA montados no México.

Um grande risco das tarifas é a potencial aceleração das pressões recessivas. Ou seja, a desaceleração da atividade econômica. Tanto nos Estados Unidos, mas também em países mais impactados pelo tarifaço de Trump.

Se isso ocorrer, as empresas de internet dependentes de gastos com publicidade provavelmente sofrerão significativamente.

“A Meta (M1TA34) se destaca como a entidade de maior risco em nossa cobertura devido à sua exposição significativa às PMEs (pequenas e médias empresas) e uma abordagem de publicidade de topo de funil (primeira etapa de vendas, com objetivo de despertar interesse do consumidor)”, afirmam os analistas do BBA.

Em contraste, a Amazon (AMZO34) e o Google (GOGL34) estão posicionados de forma semelhante, embora com exposição de risco relativamente moderada em relação à Meta, dado à maior diversificação de seus negócios.

Ainda assim, na avaliação do BBA, em um cenário de desaceleração do consumo, o braço de comércio eletrônico da Amazon provavelmente seria afetado negativamente.

Na sexta-feira (4), Alphabet (empresa mãe do Google), Amazon e Meta experimentaram perdas entre 2,5% e 5% no valor de suas ações.

Microsoft: a mais resiliente

A Microsoft mostrou mais resiliência, mas ainda caiu quase 2% na sexta (4).

“Embora estejamos preocupados com o crescimento da nuvem, acreditamos que o software de grandes empresas, em geral, é mais protegido de recessões em comparação a outros setores”, afirmam os analistas do BBA.

Nesse sentido, a Microsoft seria uma melhor opção para o investidor interessado em empresas de tecnologia.

Contudo, os analistas do BBA ainda observam com preocupação a crescente necessidade de investimentos da empresa, devido à tarifa sobre produtos acabados integrados.

Por fim, a Tesla (TSLA34), que não tem cobertura do BBA, também sofreu na sexta. Suas ações caíram 4,5% na atividade após o fechamento de mercado.

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Fonte: B3 – Bora Investir

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