O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira, 7, a elevação da Selic em 0,50 ponto porcentual. Assim, a taxa básica de juros do País vai a 14,75% ao ano, maior valor nível desde 2006.
Essa foi a sexta alta seguida da taxa Selic, e a decisão, já esperada pelo mercado, foi tomada de forma unânime pelos 9 colegiados do comitê presidido por Gabriel Galípolo.
Para a próxima reunião, o Comitê manteve abertas as possibilidades e não deu um guidance sobre qual será a decisão. “O cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação.”
O comunicado ainda complementa que o Comitê “se manterá vigilante e a calibragem do aperto monetário apropriado seguirá guiada pelo objetivo de trazer a inflação à meta no horizonte relevante e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.”
O que motivou a alta da Selic
No comunicado, os membros do comitê destacam que a política tarifária dos EUA adicionou incertezas ao cenário. “O ambiente externo mostra-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de sua política comercial e de seus efeitos. A política comercial alimenta incertezas sobre a economia global, notadamente acerca da magnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os países, com repercussões relevantes sobre a condução da política monetária”, diz o documento.
“Tal cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes em ambiente de maior tensão geopolítica.”
Sobre a economia brasileira, o Copom mudou levemente sua análise, dando mais ênfase para uma “incipiente moderação no crescimento”, apesar do “conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho ainda apresentando dinamismo”.
Em relação à inflação, o comitê seguiu com sua avaliação de que as expectativas estão desancoradas. “As expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus permanecem em valores acima da meta, situando-se em 5,5% e 4,5%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o ano de 2026, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 3,6% no cenário de referência”, diz o texto.
Em vez de apontar para uma “assimetria altista” no balanço de riscos para a inflação, como na última reunião, o Comitê avalia que “os riscos para a inflação, tanto de alta quanto de baixa, estão mais elevados do que o usual.”
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