O dólar operava em alta nesta quinta-feira (28), e perto das 11h30 a divisa bateu o patamar de R$ 6, renovando o recorde batido no pregão de ontem. A moeda norte-americana ganha força contra o real após as medidas apresentadas pelo governo para contenção de gastos, o chamado pacote fiscal.

O dólar encerrou o pregão de quarta-feira (27) em alta expressiva, a R$ 5,91. Por volta do horário do almoço, a bolsa de valores estava em queda de 1,18% – aos 126,1 mil pontos.

Ontem, no começo da tarde, já começava a circular a notícia de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. A informação foi confirmada posteriormente pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, viu as ações anunciadas como positivas. Contudo, mostrou preocupação justamente com relação à isenção do Imposto de Renda. “Porque poderá representar perda de receita, a depender de como for desenhada a compensação citada”.

Para o economista André Perfeito, o maior problema foi “misturar medidas de corte com a isenção do IR até R$ 5 mil. “Isso tem gerado mais ruído do que o necessário.”

‘Mistura’ do pacote fiscal causa ruído

O estrategista-chefe da BGC, Daniel Cunha, concorda que o problema está em “misturar os dois vetores numa comunicação só”.

Assim, de acordo com ele, “era para ser o momento focado e direcionado para uma agenda de disciplina fiscal e contenção de gastos.”

Isso é agravado pelo fato de que as propostas que visam aumentar a arrecadação, como a tributação de alta renda, não representam uma garantia.

“As medidas de compensação podem (e devem) enfrentar resistências para serem aprovadas, o que tornaria a iniciativa deficitária no final”, diz Cunha.

No mundo, o dólar também sobe, o que ajuda a pressionar o câmbio aqui. O DXY avançava 0,20%, a 106,2 pontos, no horário mencionado.

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