O pouso na Lua por uma empresa privada norte-americana animou o mercado financeiro. Porém, as ações da Intuitive Machine, companhia responsável pelo módulo lunar Odysseus, passaram a cair após o anúncio de que o equipamento tem uma vida útil de bateria que varia entre 10 a 20 horas. Além disso, uma das antenas se curvou para a direção errada com o tombo na hora do pouso, o que dificulta a comunicação do equipamento com a Terra.
Na sexta-feira (23), um dia após chegar à Lua, as ações estavam sendo negociadas a US$ 11,65. Já nesta terça-feira (27), o valor caiu para perto de US$ 6. A companhia tem um valor de mercado de US$ 614 milhões.
“Todo investidor atento sempre está buscando novas oportunidades de investimentos. O ineditismo e a velocidade de ‘sair na frente’ para investir são fatores interessantes, pois pode ser aquela oportunidade que as pessoas ainda não enxergaram e quem investe antes pode ter melhores benefícios e boas rentabilidades”, afirmou o educador financeiro da Ágora Investimentos, Eduardo Reis Filho. E é justamente a inovação que estimula as ações no setor de tecnologia. Segundo Filho, essa junção de fatores pode atrair o interesse do mercado financeiro.
“Quando o assunto é avanço tecnológico, novos produtos, segmentos ou ambientes novos e mercados com boas possibilidades de futuro, são um prato cheio para explicar, em parte, a animação dos investidores por notícias como corrida espacial e exploração lunar”.
Em queda
A espaçonave viajava a 10 km por hora, mais rápido do que o previsto na aproximação da superfície da Lua. No momento do pouso, uma das seis pernas do Odysseus se prendeu e fez o módulo tombar. Agora, o equipamento está encostado em uma rocha ou em uma encosta, de acordo com o The Washington Post.
O módulo está no polo sul da Lua, local escolhido por ser uma região em que os cientistas acreditam que exista abundância de água congelada.
Na tarde desta terça-feira, a Intuitive Machine disse no X, antigo Twitter, que o tempo de vida útil da bateria do Odysseus é de “mais 10 a 20 horas”. “Os controladores de voo continuam a se comunicar com Odysseus. Nesta manhã, a Odysseus enviou com eficiência dados científicos e imagens de carga útil para promover os objetivos da missão da Companhia. Os controladores de voo estão trabalhando na determinação final da vida útil da bateria do módulo de pouso”, disse.
Segundo o The Washington Post, uma espaçonave japonesa também pousou de lado na Lua, no mês passado. A missão foi declarada um sucesso por causa da capacidade de se comunicar com o solo, mas também não durou muito tempo.
Apenas cinco países já pousaram na Lua: a ex-União Soviética, China, Índia, Japão e os EUA, este último é o único país que enviou pessoas até o satélite natural na missão Apollo 14, em 1971.
A viagem do Odysseus não interfere nos planos da Nasa de levar a missão Artemis tripulada na Lua, no final de 2026. Segundo a Reuters, a Nasa pretende usar a exploração lunar de longo prazo e usar a Lua como uma preparação para voos para Marte.