quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Search

Fazenda reduz previsão oficial de crescimento do PIB para 3%

Fazenda reduz previsão oficial de crescimento do PIB para 3%

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda reduziu de 3,2% para 3% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos) para 2023. A estimativa para a inflação diminuiu. As previsões estão no Boletim Macrofiscal divulgado nesta terça-feira (21).

Segundo o Ministério da Fazenda, a revisão no crescimento foi motivada pela expectativa de crescimento zero no PIB no terceiro trimestre, ante previsão anterior de expansão de 0,1%. A pasta também atribui a projeções menos otimistas para o setor de serviços no restante do ano. Para 2024, a estimativa de crescimento econômico caiu de 2,3% para 2,2%.

Apesar dessas revisões para baixo, a perspectiva ainda é de aceleração na atividade econômica no quarto trimestre, motivada pelo crescimento de alguns subsetores menos sensíveis ao ciclo econômico e pela manutenção do consumo das famílias, provocada pelo aumento da massa de renda real do trabalho e das melhores condições de acesso ao crédito.

As projeções de crescimento para este ano divergem entre os setores. Para o setor agropecuário, a projeção foi mantida em 14%. Para a indústria, a estimativa avançou de 1,5% para 1,9%. No entanto, a projeção para os serviços caiu de 2,5% para 2,2%.

Segundo o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, o governo percebeu melhora significativa no mercado de crédito após o início da queda dos juros. “Tanto a concessão de crédito para pessoa física quanto para pessoa jurídica mostra uma recuperação. Do ponto de vista do mercado de capitais, a emissão de debêntures [títulos de empresa privadas] acelera a tendência de crescimento, aproximando-se das curvas de 2021 e 2022”, declarou.

Inflação

A projeção de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou de 4,85% para 4,66%. A estimativa está levemente abaixo da meta de inflação para o ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior é 4,75%. Para 2024, a estimativa avançou de 3,4% para 3,55%.

Segundo a SPE, o processo de desinflação ocorreu mais rápido do que o inicialmente projetado, principalmente para os componentes subjacentes (que desconsideram energia e alimentos), levando a inflação para dentro do intervalo proposto pelo regime de metas já em 2023.

Em relação a 2024, a estimativa para a inflação oficial subiu por causa do reajuste do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pelos estados do Sul e do Sudeste, além de mudanças pequenas no cenário para o dólar e o preço das commodities (bens primários com cotação internacional). Segundo a Secretaria de Política Econômica, a previsão considera os efeitos do fenômeno climático El Niño nos preços de alimentos, energia e etanol.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para estabelecer o valor do salário mínimo e corrigir aposentadorias, deverá encerrar este ano com variação de 4,04%, segundo a previsão da SPE, contra 4,36% previstos no boletim anterior, divulgado em setembro. A projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que inclui o setor atacadista, o custo da construção civil e o consumidor final, caiu de deflação de 3% para deflação de 3,3% em 2023, levando em conta a forte queda no preço de alguns alimentos.

Médio prazo

A SPE atribui a desaceleração econômica para 2024, de 2,3% para 2,2% de crescimento do PIB, principalmente ao cenário externo. “A mudança [para o médio prazo] reflete o aumento das incertezas no ambiente externo em função da eclosão de conflitos geopolíticos; dos riscos relacionados à desaceleração do crescimento chinês; e da perspectiva de manutenção dos juros americanos em alto patamar por mais tempo”, ressaltou o documento.

Em relação ao cenário interno, a equipe econômica admite a desaceleração da agropecuária após o desempenho recorde deste ano. “Também repercute a perspectiva menos favorável para a safra do próximo ano após a divulgação de prognósticos para a safra de 2024”, destacou o Boletim Macrofiscal. No entanto, a SPE afirma que o aumento da produção e do consumo provocado pela queda dos juros contribuirá para o crescimento econômico brasileiro em 2024, com a absorção doméstica (gastos internos) tendo maior peso no PIB que em 2023.

Os números do Boletim Macrofiscal são usados no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, que será divulgado nesta quarta-feira (22). Publicado a cada dois meses, o relatório traz previsões para a execução do Orçamento com base no desempenho das receitas e da previsão de gastos do governo, com o PIB e a inflação entrando em alguns cálculos. Com base no cumprimento da meta de déficit primário e do limite de gastos do novo arcabouço fiscal, o governo contingencia (bloqueia) alguns gastos não obrigatórios.



Fonte: Agência Brasil

Gostou? Compartilhe com um Amigo!

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Siga nossas Redes Sociais

Google News

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quem viu esse, também viu estes

Retrospectiva 2023: produtores querem recuperar áreas atingidas no Sul

Retrospectiva 2023: produtores querem recuperar áreas atingidas no Sul

Ibovespa sobe 0,19% embalado por bancos e exterior positivo; dólar cai 0,61% e fecha a R$ 5,56

Ibovespa sobe 0,19% embalado por bancos e exterior positivo; dólar cai 0,61% e fecha a R$ 5,56

temor com demanda da China gera cautela; IPCA calibra projeções para Selic

temor com demanda da China gera cautela; IPCA calibra projeções para Selic

Mercado eleva previsão da inflação de 4,84% para 4,9% este ano

Mercado eleva previsão da inflação de 4,84% para 4,9% este ano

Taxa de juros afeta investimentos industriais em inovação

Taxa de juros afeta investimentos industriais em inovação

Mercado reduz projeção de inflação e prevê crescimento na economia

Mercado reduz projeção de inflação e prevê crescimento na economia

Agência Moody’s melhora perspectiva da nota de crédito do Brasil

Agência Moody’s melhora perspectiva da nota de crédito do Brasil

Nobel de Economia vai para trio que estuda prosperidade das nações

Nobel de Economia vai para trio que estuda prosperidade das nações

Poupança tem retirada líquida de R$ 3,31 bilhões em novembro

Poupança tem retirada líquida de R$ 3,31 bilhões em novembro

ANP reduz flexibilização de misturas à gasolina a 4 cidades gaúchas

ANP reduz flexibilização de misturas à gasolina a 4 cidades gaúchas

Desembolso do crédito rural soma R$ 186 bilhões em 4 meses

Desembolso do crédito rural soma R$ 186 bilhões em 4 meses

Entenda por que Amazônia Azul carrega 95% do comércio exterior, mas ‘navega’ em falta de dados

Entenda por que Amazônia Azul carrega 95% do comércio exterior, mas ‘navega’ em falta de dados

Dólar fecha a R$ 5,43 na véspera da reunião do Copom

Dólar fecha a R$ 5,43 na véspera da reunião do Copom

PIB dos EUA cresce 3,2% no 4º trimestre de 2023

PIB dos EUA cresce 3,2% no 4º trimestre de 2023

Oriente Médio e balanços reforçam cautela externa

Oriente Médio e balanços reforçam cautela externa

Com alta de 0,7% em janeiro, serviços crescem pelo 3º mês seguido

Com alta de 0,7% em janeiro, serviços crescem pelo 3º mês seguido