quinta-feira, 15 de maio de 2025
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Fed deve esperar para ver efeitos da guerra comercial de Trump antes de voltar a cortar os juros nos EUA

No último pregão de outubro, Ibovespa cai 0,71% e fecha mês com perda de 1,59%; dólar sobe 0,31% e tem alta mensal de 6,14%

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Como esperado, a pressão de Donald Trump para o corte dos juros nos Estados Unidos não funcionou. O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve manteve a taxa no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano. A guerra comercial deflagrada por Trump no começo de abril esteve no centro das atenções na decisão anunciada nesta quarta-feira (7).

O comunicado divulgado pelo banco central americano destacou que a incerteza quanto às perspectivas econômicas aumentou ainda mais desde então. Ao mesmo tempo, o texto ressaltou que a inflação no país permanece relativamente elevada.

Powell x Trump

Coube ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, passar as mensagens mais duras. O chair do Fed citou que a escalada tarifária de Trump piorou o sentimento de empresas e consumidores americanos. Para Powell, as tarifas, se mantidas no atual patamar, trazem riscos de uma inflação mais elevada, de aumento do desemprego e de esfriamento da economia.

Foi esse cenário imprevisível que justificou a decisão de não mexer agora nos juros nos Estados Unidos. “Não precisamos ter pressa. Estamos em uma posição um pouco restritiva, então achamos que é apropriado para esperar e ver”, afirmou Powell.

O chair do Fed então jogou a batata quente de volta para Trump sobre o cenário que pode permitir o corte dos juros americanos. Ele disse que espera a evolução dos efeitos econômicos das tarifas e sobretudo os rumos das negociações da Casa Branca. “Os riscos ainda não se materializaram, ainda não estão nos dados. Saberemos mais a cada semana e mês. Então a coisa certa para fazermos é esperar por maior clareza.”

Repercussão da decisão do Fed

Para o economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, as incertezas e os riscos ainda mais altos reforçam o modo esperar para ver adotado pelo BC americano.

“A situação é um desafio porque a inflação causada por tarifas é diferente de um aumento de preços por excesso de demanda. Subir juros desestimula o consumo e a tomada de crédito, mas não ajuda a baixar os aumentos nos preços causados por tarifas. Ao mesmo tempo, baixar os juros para evitar uma desaceleração econômica pode reforçar a inflação pelo lado da demanda”, avalia.

“Esperar, observar e assistir o desenrolar dos fatos parece ser a melhor estratégia do momento. Tudo indica que os juros podem demorar mais para cair do que o antecipado. Entretanto, o mercado de juros ainda aponta para cortes iniciando em julho e as apostas concentram-se em reduções entre 0,75 a 1,00 ponto percentual até o final do ano”, acrescenta o economia.

Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, vê como prudente a manutenção dos juros. O especialista também menciona a incerteza provocada pela escalada da guerra comercial liderada por Trump.

“As tarifas aumentam o risco de pressões inflacionárias à frente e dificultam previsões sobre a trajetória da economia americana, o que inibe uma flexibilização monetária neste momento. Esse ambiente de instabilidade tende a afetar o fluxo de capitais para os EUA”, considera.

Na visão de Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, o cenário descrito no comunicado e na coletiva de Powell deve contribuir para que o Fed mantenha uma postura cautelosa nos próximos meses, atento à evolução dos indicadores econômicos antes de alterar o rumo da política monetária.

“Por ora, não enxergamos uma recessão, mas sim uma desaceleração da economia americana. Por isso, acreditamos que o Fed vai manter os juros elevados por mais tempo, priorizando o retorno da inflação à meta. Diferentemente do consenso do mercado, não descartamos que os juros sejam mantidos no patamar atual até o final do ano”, aponta.

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Fonte: B3 – Bora Investir

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