O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) manteve a taxa dos Fed Funds em 5,25% a 5,50% ao ano, em comunicado divulgado nesta quarta-feira (20/03). A decisão foi unânime. Logo após a divulgação do comunicado, os mercados de ações ganharam força nos Estados Unidos. No Brasil, o Ibovespa acompanhou esse movimento, intensificou o movimento de alta e bateu máximas.
A decisão era o principal fato econômico da semana e concentrava as atenções dos mercados em todo o mundo. Apesar de a manutenção dos juros já ser amplamente esperada, investidores estão à procura de sinais que indiquem os próximos passos da política monetária da maior economia do mundo.
No comunicado, o Fed apontou que as chances de se atingir as metas de emprego e inflação estão se equilibrando melhor e diz que dados recentes sugerem que a atividade econômica dos Estados Unidos tem se expandindo em ritmo sólido. Os ganhos do trabalho permaneceram fortes e a taxa de desemprego permaneceu baixa. A inflação diminuiu, mas permanece elevada.
No entanto, as perspectivas econômicas são incertas e o comitê continua muito atento aos riscos de inflação, diz o comunicado.
Em coletiva após a divulgação da decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, reforçou as mensagens. “A inflação ainda é muito elevada e estamos vendo progressos em seu processo de desaceleração. Não está garantido [progresso em andamento] e o caminho a seguir é incerto”, disse.
Segundo ele, o Fed segue focado em seu duplo mandato para emprego e inflação, focado em retornar o índice de preços à meta de 2% ao ano. “Nossa postura tem colocado pressão de baixa na atividade e na inflação”, acrescentou.
Projeção de inflação se mantém para 2024, mas sobe para 2025
A mediana da projeções dos dirigentes do Fed para a inflação ao consumidor medida pelo índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) ficou inalterada para 2024 em 2,4%, mas subiu para 2025, de 2,1% para 2,2%. Para 2026 e no longo prazo não houve alteração e foi mantida a projeção de 2,0%.
A mediana das projeções para o núcleo do PCE (que exclui itens voláteis, como alimentos e energia) em 2024 subiu de 2,4% para 2,6%. A mediana de previsão para 2025 seguiu em 2,2%. Para 2026, se manteve em 2,0%. Não há projeções para o núcleo do PCE no longo prazo.
Dirigentes ainda esperam juros em 4,6% ao final do ano
A mediana das projeções dos dirigentes para a taxa básica de juros também ficou estável para 2024, em 4,6%. Considerando um ritmo de 25 pontos-base por ajuste, esse nível implicaria em três cortes de juros ao longo deste ano.
Por outro lado, as medianas para 2025 e 2026 subiram. Para 2025, a mediana avançou de 3,6% para 3,9% e, em 2026, de 2,9% para 3,1%. No longo prazo, aumentou de 2,5% para 2,6%.
*Com informações da Agência Estado
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