Os mercados miram os holofotes hoje para os dados preliminares de abril dos índices de gerentes de compras (PMIs) composto, industrial e de serviços de países europeus e dos Estados Unidos (EUA). Balanços de empresas americanas, como Visa, GM e Tesla, devem movimentar também as bolsas em Nova York, enquanto no mercado interno a Usiminas e a Neoenergia abrem a safra de balanços do primeiro trimestre. Ainda, os dados da arrecadação federal de março e o boletim Focus são publicados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem um café da manhã com jornalistas e reuniões com representantes do Banco Africano de Desenvolvimento e de Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul.
Exterior
Os rendimentos dos Treasuries têm sinais divergentes, enquanto o dólar oscila perto da estabilidade frente divisas rivais, diante do silêncio de dirigentes do Fed antes da reunião monetária da próxima semana e uma forte expectativa pelo índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA em março, medida de inflação preferida do BC americano, na sexta-feira.
Também os índices futuros em Nova York sustentam ganhos leves antes de PMIs americanos, estendendo alta generalizada ontem, com o S&P 500 e o Nasdaq interrompendo uma sequência de seis pregões negativos, em meio ao alívio nas tensões geopolíticas envolvendo Irã e Israel. Com isso, o petróleo opera perto da estabilidade, após perdas recentes.
Na Europa, as bolsas operam no azul e, entre as moedas da região, o euro perdeu força em relação ao dólar após os PMIs preliminares da zona do euro apontarem queda na indústria e avanço em serviços em abril. A libra ampliou ganhos frente ao dólar reagindo também aos PMIs do Reino Unido com avanço em serviços e recuo na indústria. Já o PMI composto da Alemanha, que engloba os setores industrial e de serviços, subiu para 50,5 em abril, atingindo o maior nível em dez meses.
Na Ásia, o iene se mantém pressionado e atingiu nova mínima em quase 34 anos frente ao dólar, desde julho de 1990, a 154,86 ienes. Há expectativas de que o Banco do Japão (BoJ) não tenha pressa de apertar sua política monetária, depois de elevar o juro básico em março pela primeira vez em 17 anos. Há especulação de que o governo japonês poderá intervir no câmbio se o dólar chegar à marca de 155 ienes. O ministro de Finanças do Japão, Shunichi Suzuki, afirmou que não descarta “nenhuma opção” e que o governo irá tomar as medidas apropriadas contra o excesso de oferta da divisa
Brasil
O ambiente externo positivo nas bolsas ocidentais pode amenizar a abertura da B3 em meio a repercussões de balanços. Mas queda de 1,91% do minério de ferro pode pressionar o índice local e também as ações da Vale, além do desempenho fraco do petróleo.
Os dados de arrecadação federal em março serão acompanhados pelos investidores, após a mudança das metas fiscais para os próximos anos decorrente da revisão de receitas pelo governo. O mercado prevê ganho real de 7,5% na arrecadação com impostos e contribuições federais em março, a R$ 191,10 bilhões (mediana), após R$ 186,522 bilhões em fevereiro, segundo o Projeções Broadcast.
A pauta fiscal do governo no Congresso deve concentrar ainda as atenções dos investidores. Após o presidente Lula cobrar de sua equipe mais agilidade na articulação política com o Congresso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, respondeu que “só faz isso da vida”. Haddad, após reunião com líderes partidários da Câmara, afirmou que houve consenso em torno dos princípios defendidos pela equipe econômica sobre o projeto de lei que vai reformular o Perse. Os líderes concordaram que o programa deve ter um custo fixado em R$ 15 bilhões até 2026. No entanto, o ministro disse que a votação depende do acordo que será firmado na reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e líderes hoje, às 12 horas.
Haddad afirmou ainda que o projeto de lei que vai regulamentar a reforma tributária deve ser enviado ao Congresso nesta quarta-feira, 24, como pedido pelos líderes partidários. Nos mercados de câmbio e de juros, a tendência é de oscilações mais contidas diante do desempenho quase lateral do dólar e dos rendimentos dos Treasuries nesta manhã em meio à espera do desenrolar da agenda fiscal.
*Agência Estado
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