terça-feira, 3 de dezembro de 2024
Search

Haddad diz que inflação está sob controle

Haddad diz que inflação está sob controle

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, nesta quarta-feira (22), em Brasília, que a economia brasileira está gerando empregos com baixa inflação e que os ruídos sobre a política econômica do governo “vão desaparecer porque foram patrocinados, não são reais”. “Tem interesses por trás disso”, disse, destacando que os principais indicadores de inflação e desemprego estão positivos.

“A impressão que dá é que tem um fantasminha fazendo a cabeça das pessoas e prejudicando o nosso plano de desenvolvimento”, acrescentou. Haddad participou de audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados para tratar de assuntos relacionados à sua pasta.

“Esse ruído não está fazendo bem para a economia brasileira e não tem amparo nos dados. Porque estamos com baixa inflação, o rendimento do trabalho subiu no ano passado e isso não gerou inflação”, disse Haddad. Ele lembrou que o déficit de R$ 230 bilhões registrado nas contas públicas em 2023 foi uma herança do governo anterior e que, a partir deste ano, poderá ser cobrado, pois o orçamento de 2024 já foi construído pelo governo atual.

“Estamos construindo um caminho mais justo do ponto de vista social. É um ajuste fiscal que está sendo feito sem fazer doer nas famílias, nos trabalhadores, no empresário que paga seus impostos corretamente, sem prejudicar programas sociais importantes, contratos sociais já estabelecidos. Estamos fazendo um caminho mais difícil, pois exigem vários pequenos ajustes, que, somados, vão resolver nosso problema fiscal”, declarou o ministro.

Ele afirmou que a relação entre o Executivo e Legislativo está indo bem e agradeceu os parlamentares aprovação de medidas econômicas. Segundo ele, o ajuste econômico do governo passa pelo corte de gasto tributário, de benefícios fiscais, para que pessoas e setores que não pagavam impostos passem a pagar.

Juros

Haddad defendeu a harmonia das políticas monetária e fiscal e elogiou o trabalho do Banco Central (BC) para o controle da inflação nos últimos anos. Por outro lado, lembrou que a taxa de juros real do Brasil ainda é muito restritiva. Na última reunião, neste mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduziu a taxa básica de juros, a Selic, para 10,5%.

Os membros do colegiado, entretanto, mostraram preocupação com as expectativas de inflação acima da meta e, “em meio a um cenário macroeconômico mais desafiador do que o previsto anteriormente”, não preveem novos cortes na taxa Selic.

“Hoje, nós estamos com uma taxa de juro de 10,5% para uma inflação projetada para o ano de 3,70%. Diminui 10,5% de 3,70%. Veja em que altura está andando o juro real no Brasil. Nós estamos andando num campo muito restritivo de política monetária”, assegurou Haddad, rebatendo a análise de que a inflação esteja desancorada.

Em abril deste ano, pressionada pelos preços de alimentos e gastos com saúde e cuidados pessoais, a inflação do país – medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – foi a 0,38%, acima do observado no mês anterior (0,16%), mas abaixo do apurado em abril do ano passado (0,61%). Em 12 meses, o IPCA acumula 3,69%.

Intervalo de tolerância

Apesar de estar dentro do intervalo de tolerância, as expectativas de inflação ainda se encontram acima da meta estabelecida pelo Banco Central, que, junto com a elevação da dívida pública, alimentam a incerteza entre os agentes econômicos. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

“Os núcleos [de inflação] estão rodando abaixo da meta, que é exigentíssima. Uma meta para um país com as condições do Brasil de 3% é um negócio inimaginável”, disse Haddad, reafirmando o controle da inflação, mas defendendo que haja uma discussão mais profunda sobre o tema, com regras de vinculação fiscal sustentáveis no tempo.

“Se o Brasil está com dificuldade de cumprir uma meta mais baixa, se a inflação fica insensível à taxa de juro, nós temos que pensar as condições institucionais do país, por que ela está resistente? Tem uma dimensão institucional. E uma das questões institucionais é o nosso quadro fiscal, no sentido amplo, as vinculações, uma série de problemas da nossa Constituição aos quais não foram dados os tratamentos adequados até agora, na minha opinião”, finalizou.



Fonte: Agência Brasil

Gostou? Compartilhe com um Amigo!

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Siga nossas Redes Sociais

Google News

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quem viu esse, também viu estes

Ibovespa fecha em queda de 0,43% com perdas em bancos e Petrobras; dólar vai a R$ 4,93

Ibovespa fecha em queda de 0,43% com perdas em bancos e Petrobras; dólar vai a R$ 4,93

investidores avaliam IPCA-15 para ajustar expectativa para Selic

investidores avaliam IPCA-15 para ajustar expectativa para Selic

CPI e varejo guiam projeções para juros no Brasil e nos EUA

CPI e varejo guiam projeções para juros no Brasil e nos EUA

Ibovespa sobe 0,75% e se mantém acima dos 125 mil pontos; dólar vai a R$ 5,19

Ibovespa sobe 0,75% e se mantém acima dos 125 mil pontos; dólar vai a R$ 5,19

Linhas para socorrer empresas gaúchas terão juros de 6% a 12% ao ano

Linhas para socorrer empresas gaúchas terão juros de 6% a 12% ao ano

Atividade econômica tem alta de 1,08% no primeiro trimestre

Atividade econômica tem alta de 1,08% no primeiro trimestre

Embalado por bom humor nos EUA, Ibovespa fecha em alta de 0,64%; dólar cai quase 1% e vai a R$ 5,56

Embalado por bom humor nos EUA, Ibovespa fecha em alta de 0,64%; dólar cai quase 1% e vai a R$ 5,56

Contas externas têm saldo negativo de US$ 4 bilhões em junho

Contas externas têm saldo negativo de US$ 4 bilhões em junho

IRPF: Receita Federal abre consulta a lote residual de restituição

IRPF: Receita Federal abre consulta a lote residual de restituição

Prêmios em dinheiro conquistado por atletas nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 não serão tributados

Prêmios em dinheiro conquistado por atletas nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 não serão tributados

Precatórios elevam déficit anual do governo central para R$ 230,54 bi

Precatórios elevam déficit anual do governo central para R$ 230,54 bi

Usina Nuclear Angra 2 faz parada para reabastecimento de combustível

Usina Nuclear Angra 2 faz parada para reabastecimento de combustível

Inflação de 2024 pesa mais para famílias de renda muito baixa

Inflação de 2024 pesa mais para famílias de renda muito baixa

Reajuste de plano de saúde individual será no máximo de 6,91%

Reajuste de plano de saúde individual será no máximo de 6,91%

Dívida Pública sobe 2,25% e ultrapassa R$ 7,1 trilhões em junho

Dívida Pública sobe 2,25% e ultrapassa R$ 7,1 trilhões em junho

Teto de juros do consignado do INSS cairá para 1,91% ao mês

Teto de juros do consignado do INSS cairá para 1,91% ao mês