O Ibovespa fechou em baixa de 0,03%, aos 127.616,46 pontos nesta sexta-feira (19/07). Já o dólar teve alta de 0,30%, cotado a R$ 5,60. O índice foi pressionado diante do aumento de incertezas locais e globais e em meio a uma postura cautelosa do mercado antes do fim de semana.
Embora tenha refletido positivamente no início do pregão o anúncio do governo de congelamento de despesas feito ontem, o índice também sentiu a queda mais forte das bolsas de Nova York, que se intensificou após o apagão cibernético global.
A apreensão diante de possíveis mudanças no cenário eleitoral americano também pesou sobre a bolsa brasileira.
Ibovespa
Nas mínimas intradiárias, tocou os 127.413 pontos e, nas máximas, os 128.360 pontos. Na semana, o Ibovespa acumulou queda de 0,99%.
O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h15) foi de R$ 17,44 bilhões no Ibovespa e R$ 22,03 bilhões na B3.
Os papéis mais sensíveis aos juros futuros e ao dólar foram beneficiados durante o dia pelo alívio observado nos ativos domésticos no início da sessão.
Assim, embora o dólar e as taxas futuras tenham encerrado o dia em alta, a valorização das ações ligadas a esses ativos se manteve até o fim da sessão. Assim, Ultrapar ON avançou 2,88% e Azul subiu 2,52%.
Na ponta negativa, porém, estão IRB ON (-4,49%) e Cemig PN (-3,48%).
Dólar
O dólar comercial encerrou a sessão desta sexta-feira em alta, à medida que o real não conseguiu sustentar uma recuperação mesmo depois do anúncio de corte de gastos pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A percepção de que a contenção de R$ 15 bilhões não será suficiente para garantir o cumprimento da meta fiscal de 2024 já limitava o alívio no câmbio, mas o movimento se reverteu de vez diante da pressão dos mercados estrangeiros, que apresentaram forte aversão a risco que penalizou praticamente todas as moedas de mercados emergentes.
O dólar bateu a máxima intradiária a R$ 5,6074 e tocou a mínima de R$ 5,5223. Na semana, acumulou alta de 3,18%.
O euro comercial subiu 0,13%, a R$ 6,0969. No exterior, o índice DXY – que mede o dólar ante uma cesta de seis moedas pares – exibia alta de 0,20%, a 104,38 pontos, por volta de 17h10.
No mesmo horário, o dólar avançava 0,60% ante o peso mexicano; subia 0,11% contra o peso chileno; e tinha leve queda de 0,11% no confronto com o peso colombiano.
Bolsas de Nova York
Os mercados acionários americanos encerraram o pregão à vista desta sexta-feira em queda firme, em uma sessão marcada pelas incertezas em torno da eleição presidencial nos Estados Unidos e pela pane cibernética gerada após uma atualização de software da empresa de segurança cibernética CrowdStrike, cujas ações despencaram em Nova York.
Os mercados adotaram um viés mais defensivo durante o pregão e registraram perdas, também em um momento no qual um movimento de realização de lucros de ações de tecnologia teve continuidade.
Em Wall Street, o índice Dow Jones fechou em queda de 0,93%, aos 40.287,53 pontos; e o S&P 500 perdeu 0,71%, cotado a 5.505,00 pontos. Já o índice eletrônico Nasdaq cedeu 0,81%, a 17.726,94 pontos. Na semana, o índice Dow Jones subiu 0,72%; o S&P 500 recuou 1,97% e o Nasdaq teve baixa de 3,65%.
O mau humor com ações de big techs que foi observado ao longo da semana se manteve nesta sexta-feira, diante da cautela dos agentes com o apagão cibernético que afetou o globo.
As ações da Microsoft, que foi duramente afetada pela pane, caíram 0,74%, enquanto as da Intel perderam 5,42%.
Já os papéis da CrowdStrike derreteram em Nova York e encerraram a sessão em baixa de 11,10%. As ações da American Express perderam 2,74%, após a companhia registrar queda na receita.
Bolsas da Europa
Os principais índices acionários europeus fecharam a sexta-feira (19) em queda firme, após um apagão cibernético afetar empresas do mundo inteiro, trazendo instabilidade para seus sistemas e para o mercado.
O índice Stoxx 600 caiu 0,77%, a 510,03 pontos. O CAC 40, de Paris, cedeu 0,69%, para 7.534,52 pontos, o DAX, de Frankfurt, recuou 1,00%, a 18.171,93 pontos, o FTSE 100, da bolsa de Londres, teve queda de 0,60%, para 8.155,72 pontos.
Na semana, o Stoxx 600 caiu 2,68%, o CAC 40 recuou 2,46%, o DAX teve queda de 3,07% e o FTSE 100 perdeu 1,18%.
O problema começou após uma atualização da empresa de segurança cibernética CrowdStrike deixar usuários do sistema Windows, da Microsoft, incapazes de acessar seus computadores. Segundo a empresa, uma falha no software Falcon foi o responsável por desabilitar potencialmente milhões de computadores Windows corporativos e governamentais em todo o mundo e causar a temida “tela azul da morte”.
Isso afetou os sistemas de companhias aéreas e bancos. Logo, papéis de empresas europeias como a Air France-KLM (-2,01%), IAG (-2,221%) e Ryanair (-1,47%) registraram quedas expressivas.
A KLM suspendeu a maioria das operações, enquanto a Ryanair aconselhou os passageiros a chegarem aos aeroportos três horas antes de seus horários de partida.
Ações de seguradoras europeias também recuaram nesta sexta. A Allianz (-1,22%) disse em um comunicado que uma grande interrupção estava afetando a capacidade dos funcionários de fazer login em seus computadores, enquanto a Zurich Insurance (-1,38%) estava sofrendo interrupções em suas operações.
O problema atingiu o mercado um dia após a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que manteve suas taxas de juros inalteradas. Em seu discurso, após a decisão, a presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou que a meta de 2% da inflação deve ser atingida apenas em 2025.
*Com informações do Valor Econômico
Para conhecer mais sobre finanças pessoais e investimentos, confira os conteúdos gratuitos na Plataforma de Cursos da B3.