O Ibovespa fechou em alta de 1,51%, aos 126.526.27 pontos nesta sexta-feira (26/04). Com isso, o índice da bolsa caminhou no sentido contrário ao do pregão anterior, quando a Vale (VALE3) e os juros mexeram com o humor dos investidores.
O dólar também apresentou queda com os investidores repercutindo dados de inflação no Brasil e Estados Unidos divulgados na manhã desta sexta-feira (26).
O PCE americano veio dentro do esperado, o que alivia um pouco a pressão sobre os juros futuros no exterior. Enquanto, no Brasil, a notícia é ainda mais positiva: o IPCA-15 veio abaixo do esperado.
Dólar
A moeda norte-americana desceu 0,89% em relação ao real nesta sexta, cotada a R$ 5,1163. Na semana, o dólar recuou 1,60%.
No exterior, o dólar subia. O DXY, índice global da moeda, avançava 0,39%, a 106,01 pontos.
Ações em alta
Veja os papéis que tiveram as maiores altas na bolsa de valores.
- C&A (CEAB3) 10,33%
- Tenda (TEND3) 8,83%
- Enjoei (ENJU3) 8,63%
- Clearsale (CLSA3) 6,69%
- Ânima (ANIM3) 6,32%
Ações em baixa
- Pão de Açúcar (PCAR3) -2,47%
- Usiminas (USIM3) -1,59%
- Azevedo e Travassos (AZEV4) -1,57%
- Casas Bahia (BHIA3) -1,45%
- Klabin (KLBN11) -0,69%
Os rankings contemplam ações com alto volume de negociação, que compõem ou não o Ibovespa e outros índices. As cotações foram apuradas entre as 17h10 e as 17h30.
Bolsas mundiais: Nova York
As bolsas de Nova York fecharam em alta e o Nasdaq avançou 2%. A reação eufórica aos balanços de Alphabet e Microsoft se sobrepôs a novos sinais de inflação persistente nos Estados Unidos, que pode postergar o ciclo de corte de juros no país.
O índice Dow Jones avançou 0,40%, aos 38.239,66 pontos; o S&P 500 ganhou 1,02%, aos 5.099,96 pontos; e o Nasdaq se elevou 2,03%, aos 15.927,90 pontos. Na semana, houve ganhos de 0,67%, 2,67% e 4,23%, respectivamente. S&P 500 e Nasdaq registraram as maiores valorizações semanais desde o começo de novembro do ano passado.
Em destaque, Alphabet saltou 10,22%, após a controladora do Google anunciar pagamento de inédito dividendo, na esteira de um primeiro trimestre que superou expectativas do mercado. Assim, o valor de mercado da empresa superou US$ 2 trilhões pela primeira vez na história, de acordo com o site Companies Market Cap.
Europa
As bolsas da Europa fecharam em alta em um cenário atento a temporada de balanços, e com impulso de Alphabet e Microsoft, que publicarem resultados trimestrais melhores do que o esperado no fim da tarde da quinta-feira em Nova York.
Neste cenário, a bolsa de Londres renovou seu recorde histórico de fechamento. Além disso, a postura dos principais bancos centrais para lidar com a inflação segue observada, enquanto algumas notícias corporativas também chamaram a atenção.
O índice pan-europeu Stoxx 600 teve alta de 1,26%, a 508,20 pontos. Em Frankfurt, o DAX subiu 1,39%, a 18.166,91 pontos. Em Paris, o CAC 40 teve alta de 0,89%, a 8.088,24 pontos. O FTSE MIB, de Milão, avançou 0,91%, a 34.249,77 pontos. O Ibex 35 subiu 1,56% em Madri, a 11.154,60 pontos, enquanto o PSI 20 teve alta de 1,07%, a 6.612,51 pontos, em Lisboa.
Um dado importante para a bolsa de valores foi o PCE, um dos indicadores de inflação dos Estados Unidos, o preferido do Fed para balizar a política de juros.
Assim, o índice registrou alta de 0,3%, em linha com o que se esperava, e o núcleo também está em linha com as estimativas.
“Há um alívio depois do deflator do PIB, que veio pior que o esperado. Ontem o dado foi muito ruim, com o PIB mais fraco e inflação mais elevada. Agora, o PCE, focado mais em cesta de consumo, traz boas notícias”, diz Paulo Gala, economista-chefe do banco Master.
Com isso, a Treasury de 10 anos cede a 4,66% depois da alta de ontem, quando chegou a 4,70%.
“Agora, volta alguma perspectiva de corte de juros em setembro, com os mercados mais aliviados, e as bolsas devem se beneficiar, assim como o real”, acrescenta Gala.
Inflação no Brasil
Além disso, o IPCA-15 de abril registrou inflação de 0,21% MoM (3,77% YoY). Com isso, o dado vem abaixo da expectativa, cuja mediana apontava para um avanço de 0,29%. Além disso, está abaixo do limite superior do RMI fixado para 2024 (4,50%).
“Analisando o comportamento dos grandes grupos que compõem o indicador, um dos destaques da divulgação de hoje ficou por conta do grupo de Alimentos, que passou de 0,91% MoM em março para 0,61% MoM em abril. Sua magnitude foi afetada por movimentos sazonais e pela dinâmica produtiva de produtos mais elaborados”, destaca Carla Argenta, da CM Capital.
Assim, o cenário é favorável para o cenário de corte de juros na próxima reunião do Copom, avalia Ana Paula Carvalho, planejadora financeira e sócia da AVG Capital.
“Pode haver pressão no dólar se o diferencial de juros entre Brasil e EUA diminuir caso o ritmo de queda da Selic se mantenha”, pondera.
“Diante desse dado, na minha visão, acredito que o BC continue o ritmo de queda em 0,50% para a próxima reunião”, completa Ana Paula.
O Copom ser reunirá novamente nos dias 7 e 8 de maio.
*Com informações do Estadão Conteúdo.