A bolsa de valores fechou em leve queda de 0,08%, a 126.931,47 pontos nesta segunda-feira (25/03). O pregão ficou praticamente estável, sem ventos claros e à espera de importantes indicadores de inflação no Brasil e no exterior que devem guiar o mercado nesta semana. A ata do Copom, a ser divulgada nesta terça-feira, é outro ponto de atenção para investidores brasileiros.
O dólar também recuou e perdeu força contra a moeda brasileira em pregão marcado por cautela dos investidores, e terminou cotada a R$ 4,9734.
Ibovespa
O Ibovespa não teve uma direção muito clara, à medida em que investidores se preparam para uma semana mais agitada e concentrada. Na sexta-feira (29), a bolsa, agências bancárias e corretoras não abrem devido ao Feriado de Páscoa.
Assim, o principal índice da bolsa operou de lado, e refletindo a cautela dos investidores, afirma Alexsandro Nishimura, economista da Nomos. Segundo o economista, nesta semana, investidores estão atentos:
- Terça-feira: Ata do Copom referente à última decisão de cortar a Selic a 10,75% a.a
- Terça-feira: IPCA
- Quinta-feira: Relatório trimestral de inflação a ser divulgado pelo BC na quinta-feira
- Ao longo da semana: Últimos resultados corporativos da temporada de balanços
As ações das petroleiras tiveram destaque no Ibovespa, seguindo a alta do preço do barril de petróleo no cenário internacional. O custo do contrato futuro da unidade Brent para maio subiu 1,42%, valendo cerca de US$ 86 por unidade.
As ações da 3R Petroleum (RRRP3) lideraram o setor no índice com alta de 3,83%. Em seguida, o papel da PetroReconcavo (RECV3), em tratativas de uma fusão com a 3R, subiu 2,82%. Logo atrás, a Prio (PRIO3) obteve ganhos de 2,14% em valor de mercado.
“O setor de petróleo foi o destaque negativo de hoje, mas os setores de banco, varejo e elétrico pesaram no Ibovespa hoje”, relata Alex Carvalho, analista da CM Capital.
Os investidores devem esperar sessões mais voláteis nos próximos dias, com os dados mais importantes do radar concentrados entre terça e quinta-feira. É a previsão do analista para o desempenho do Ibovespa nesta semana.
Dólar
Sem novidades nas bolsas dos Estados Unidos, o dólar cedeu diante do real brasileiro, com desvalorização de 0,50%. A moeda norte-americana terminou o pregão cotada a R$ 4,9734.
“Os mercados internacionais começaram a semana com tom difícil. Essa semana terá desdobramento importantes pelo PCE nos EUA”, afirma Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. O PCE é um dos principais índices de inflação da economia norte-americana.
Ao mesmo tempo, no cenário internacional o dólar também perdeu força. O índice DXY, que compara a moeda a pares de países importantes como o iene e o euro, caiu 0,25%, a 104,210 pontos.
Maiores ações
A ação com melhor desempenho, considerando todos os papéis presentes no Ibovespa, foi a da Hidrovias (HBSA3).
O papel subiu 14,89% na bolsa após o anúncio de aquisição da holding Ultrapar, das marcas Ipiranga e Ultragas, por quase 17% do capital da Hidrovias. A operação envolve a venda de cerca de 128 milhões de ações da companhia (HBSA3) a R$3,98 cada pelo grupo Pátria e pela Temasek. Além disso, a Ultrapar declarou possuir instrumentos derivativos de ações equivalentes a 4,99% do capital da empresa.
Confira as cinco maiores ações da bolsa de valores. A lista inclui apenas ações do Ibovespa que ultrapassaram o valor de R$ 1 milhão em volume diário de negociações.
- Hidrovias do Brasil ON (HBSA3): +14,89%
- Oi BR ON (OIBR3): +12,86%
- Oi BR PN (OIBR4): +8,15%
- Enauta ON (ENAT3): +5,85%
- Alliar ON (AALR3): +3,50%
Ações em queda
Por outro lado, a ação em queda foi a Time for Fun (SHOW3). A queda veio no mesmo dia do anúncio do show da cantora pop Madonna no Rio de Janeiro.
O Itaú deve patrocinar a vinda da cantora do Brasil, no formato de show único e gratuito na praia de Copacabana.
Confira abaixo os cinco principais destaques negativos da bolsa. A lista segue os mesmos critérios do ranking anterior.
- Time for Fun ON (SHOW3): -7,55%
- Lojas Quero-Quero ON (LJQQ3): -7,47%
- Infracommerce ON (IFCM3): -7,14%
- Viveo ON (VVEO3): -6,47%
- Azevedo&Travassos ON (AZEV3): -6,29%
Bolsas de Nova York
Os mercados acionários de Nova York fecharam em queda com notícias corporativas em foco e com expectativas para a divulgação, nesta semana, do índice de preços de gastos com consumo (PCE). O Nasdaq encerrou o pregão em baixa, após estabelecer recorde histórico de fechamento na sexta-feira.
As ações da Intel e AMD cederam em reação à notícia de que a China começou a implementar diretrizes que manterão os processadores das companhias fora dos PCs e servidores do governo. A Boeing, contudo, reagiu em alta a mudanças em seu alto escalão.
Assim, o índice Dow Jones fechou em queda de 0,41%, em 39.313,64 pontos, o S&P 500 teve baixa de 0,31%, a 5.218,19 pontos, e o Nasdaq recuou 0,27%, a 16.384,47 pontos.
Bolsas da Europa
As bolsas europeias fecharam com desempenhos distintos ainda que o mercado de Frankfurt tenha mantido o bom momento, o que levou o DAX a renovar a máxima histórica de fechamento. Paris seguiu sem fôlego, em dia de agenda relativamente fraca, sem indicadores econômicos relevantes.
Em Londres, o índice FTSE 100 encerrou com baixa de 0,17%, aos 7.917,57 pontos. Enquanto isso, no continente, o índice DAX de Frankfurt subiu 0,30%, estendendo o movimento de renovação de máximas, ao fechar em 18.261,31 pontos. O CAC 40, de Paris, por outro lado, ficou estável, em 8.151,60 pontos, ainda se mantendo perto do recorde de fechamento de 8.201,05 cravado no dia 19 de abril.
Por fim, em Milão, o índice FTSE subiu 0,86%, aos 34.639,41 pontos, e em Madri, o Ibex 35 subiu 0,08%, aos 10.952,20 pontos. Já o PSI 20, de Lisboa, caiu 0,46%, aos 6.199,21 pontos.
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