O Ibovespa fechou em queda de 0,44%, aos 119.137,86 pontos nesta segunda-feira (17/06). Já o dólar teve alta de 0,74%, cotado a R$ 5,42. As incertezas fiscais e de política monetária seguem pesando contra os ativos domésticos em uma semana marcada por decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
O volume financeiro registrado na sessão também permaneceu deprimido, na medida em que investidores estrangeiros dão continuidade à retirada de recursos da B3 e priorizam aportes em outras geografias.
Ibovespa
Nas mínimas intradiárias, tocou os 118.685 pontos, e, nas máximas, os 119.663 pontos.
O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h15) foi de R$ 12,71 bilhões no Ibovespa e R$ 17,34 bilhões na B3.
Dólar
O dólar à vista exibiu apreciação firme na sessão desta segunda-feira, levando a moeda americana a ficar acima do nível de R$ 5,42. O real mais uma vez se descolou da maioria das divisas e apresentou o pior desempenho da sessão, na relação das 33 moedas mais líquidas acompanhadas pelo Valor.
Diante disso, passada metade do mês, a moeda americana já valoriza perto de 3,3% contra o real. Operadores mencionaram a percepção de risco local e a aversão a emergentes como motivo para deterioração do câmbio.
Houve relatos sobre saída de fluxo de capital estrangeiro do país em um dia de liquidez mais baixa, o que gerou movimentos mais bruscos.
Terminadas as negociações, o dólar à vista encerrou em alta de 0,74%, cotado a R$ 5,4214, depois de ter tocado a mínima de R$ 5,3737 e encostado na máxima de R$ 5,4304. Já o euro comercial exibiu apreciação de 1,01%, a R$ 5,8187. O real também caiu 0,75% ante o peso mexicano; 1,29% contra o peso colombiano; e 0,09% ante o peso chileno.
Bolsas de Nova York
As bolsas de Nova York fecharam em alta e os índices S&P 500 e Nasdaq bateram novos recordes históricos diante do rali de ações beneficiadas pela alta demanda por inteligência artificial (IA) generativa.
O bom desempenho das ações veio mesmo diante de sinalizações conservadoras de dirigentes do Federal Reserve (Fed) que provocaram um aumento dos juros americanos.
O índice Dow Jones avançou 0,49%, a 38.778,10 pontos; o S&P 500 subiu 0,77%, a 5.473,23 pontos; e o Nasdaq avançou 0,95%, a 17.857,02 pontos.
A ação da desenvolvedora de software Autodesk liderou os ganhos do S&P 500 nesta segunda-feira, com valorização de 6,48%, seguida por Broadcom (+5,41%), Super Micro Computer (+5,08%) e Micron (+4,58%), entre as outras ações ligadas à IA generativa que puxaram os ganhos do índice.
Além delas, a Tesla saltou 5,3%, ainda impulsionada pela votação de acionistas da montadora na última quinta-feira (13) que restaurou o pacote de pagamento recorde de US$ 44,9 bilhões do CEO Elon Musk, que foi rejeitado por um juiz de Delaware no início deste ano.
No noticiário macroeconômico, a sessão foi marcada por comentários que reiteraram a postura conservadora do Fed, já observada na decisão de política monetária da semana passada. Neel Kashkari e Patrick Harker, respectivamente presidentes das distritais de Mineápolis e Filadélfia do banco central, afirmaram que apenas um corte de juros este ano é uma previsão razoável e que, para isso, terão de ver mais progresso da inflação americana em direção à meta de 2%.
Bolsas da Europa
As bolsas da Europa fecharam com ligeira alta depois da forte queda registrada na semana passada, quando os investidores fugiram do risco diante da instabilidade política criada com o avanço da extrema-direita nas eleições parlamentares.
Na França, a dissolução da assembleia nacional e convocação de novas eleições pelo presidente Emmanuel Macron fez o CAC 40 sofrer o maior baque, com queda de mais de 6%.
A exceção foi a bolsa de Londres que fechou com perdas antes da decisão de juros do Banco da Inglaterra (BoE) na quinta-feira. A expectativa é de que as taxas fiquem inalteradas. Na quarta, será divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI) de maio do Reino Unido.
Com o início da campanha eleitoral na França antes das eleições em 30 de junho e 7 de julho, o mercado reagiu de forma mais positiva embora a tensão em relação ao resultado ainda pressione as cotações.
“A decisão do presidente Macron de convocar eleições parlamentares representa um risco no meio de uma onda de apoio ao partido de extrema-direita Reunião Nacional, e os mercados têm cada vez mais de pesar as potenciais consequências caso o tiro saia pela culatra”, afirma o analista Joshua Mahony, da Scope Markets.
Segundo ele, com CAC tendo perdido 6% apenas na semana passada, os traders permanecerão divididos entre aqueles que identificam uma oportunidade de comprar na baixa, e aqueles que estão cientes do risco representado para as ações francesas caso o apoio a Macron recue ainda mais.
No fechamento, o índice Stoxx 600 subiu 0,13% a 511,68 pontos, o FTSE 100 caiu 0,07% a 8.141,05, o Dax de Frankfurt subiu 0,40% a 18.073,74 pontos e o CAC 40 avançou 0,91% a 7.571,57.
*Com informações do Valor Econômico
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