O alívio no ambiente externo com a indicação de Scott Bessent como secretário do Tesouro dos Estados Unidos deu suporte para ativos domésticos, mas não foi capaz de fazer o Ibovespa terminar a sessão desta segunda-feira (25) no campo positivo. Em um dia de forte volatilidade, o índice recuou 0,07%, aos 129.036 pontos, oscilando entre os 128.932 pontos e os 129.495 pontos. Investidores aguardam ainda o anúncio do pacote de corte de gastos, que pode ser divulgado amanhã.
Em meio a um “boicote” anunciado por alguns frigoríficos brasileiros após comentários feitos pelo CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, na última quarta-feira (20), os papéis da Minerva, BRF e Marfrig avançaram 1,77%, 0,95% e 0,88%, nessa ordem. Apenas os papéis da JBS recuaram 2,10%.
Segundo apurações do Valor, Bompard tem sido pressionado por setores na França a recuar de sua promessa de não comprar mais carne do Mercosul. Mesmo com a polêmica, os papéis do Carrefour subiram 1,05%, a R$ 6,71, com o recuo dos juros futuros.
Depois de registrar um forte avanço na sessão anterior, os papéis da Petrobras recuaram no pregão de hoje. As ações PN caíram 0,61%, a R$ 39,18, enquanto as ON tiveram queda de 0,97%, a R$ 42,82, em um dia de contração nos preços dos contratos de petróleo.
O volume financeiro do índice foi de R$ 22,6 bilhões e de R$ 27,8 bilhões na B3, bem acima do valor visto dos últimos dias. Já em NY, os índices acionários fecharam no azul: o Dow Jones subiu 0,99%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq avançaram 0,30% e 0,27%, nessa ordem.
Dólar
O dólar à vista encerrou a sessão desta segunda-feira em leve queda, refletindo a dinâmica externa de redução da percepção de risco. Seja por menor temor geopolítico ou pela perspectiva de medidas mais graduais no novo governo de Donald Trump, hoje o dólar perdeu espaço principalmente na Europa, tanto contra moedas de mercados desenvolvidos como contra emergentes. Já em outras regiões, o dólar seguiu forte, principalmente frente a moedas de emergentes fora da Europa e de mercados ligados a commodities.
O real se descolou de pares de América Latina e ficou perto da estabilidade, em mais uma sessão em que os investidores seguiram aguardando as medidas fiscais do governo.
Encerrada as negociações no mercado spot, o dólar à vista teve queda de 0,14%, cotado a R$ 5,8059, depois de ter tocado a mínima de R$ 5,7758 e tocado a máxima de R$ 5,8206. Já o euro comercial exibiu valorização de 0,78%, a R$ 6,1000. Perto das 17h10, o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, recuava 0,69%, aos 106,810 pontos.
Bolsas de Nova York
As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta segunda-feira (25) impulsionadas pela escolha do investidor em fundos de hedge Scott Bessent para o cargo de secretário do Tesouro dos EUA, no futuro governo de Donald Trump. O mercado avalia Bessent como alguém moderado, que pode contribuir para maior controle do déficit americano.
No fechamento, o Dow Jones escalou 0,99%, a 44.736,57 pontos, o S&P 500 avançou 0,30%, a 5.987,37 pontos, e o Nasdaq subiu 0,27%, a 19.054,84 pontos.
Depois de ser indicado, Bessent se comprometeu a tornar os cortes de impostos implementados no primeiro governo de Trump permanentes e eliminar os impostos de benefícios da previdência e das horas extras, o que agradou os investidores. Agora, passará pela avaliação do Congresso.
Com a indicação de Bessent, o índice Russell 2000 – que mede o desempenho das “small caps” (empresas com pequena e média capitalização) – fechou próximo de seu nível recorde, avançando1,47% a 2.442,04 pontos. Durante o pregão, o Russell 2000 chegou a subir mais de 2%.
Os setores com as maiores altas foram o imobiliário, com avanço de 1,28%, e o de consumo discricionário, que subiu 0,99%. Uma expectativa de maior controle na emissão de dívida reduz os rendimentos dos títulos do Tesouro americano (Treasuries), o que também se reflete nas taxas hipotecárias.
Amazon (+2,20%), Alphabet (+1,75) e Apple (+1,31%) foram destaques positivos enquanto a Nvidia (-4,18%) teve forte queda em meio a notícias de que o executivo responsável pelas operações mundiais da empresa, Jay Puri, se encontrou com o vice-ministro de Comércio da China, o que mostra o interesse da empresa de semicondutores no mercado chinês, apesar das promessas de elevação de tarifas para produtos importados feitas por Trump em sua campanha à Casa Branca.
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