A bolsa de valores começou o dia em alta, mas devolveu os ganhos ainda no início da tarde, aumentando as perdas dos dias anteriores que levaram o Ibovespa para o menor nível desde o segundo semestre de 2023.
Além disso, as movimentações do dólar estiveram no centro das atenções, acompanhando o movimento dos juros futuros nos Estados Unidos, que subiram, com destaque para as treasuries de 10 anos, que avançaram para a casa dos 4,6%.
Dessa maneira, nesta quinta-feira (18), o Ibovespa fechou em discreta alta, de 0,02%, a 124.196,18 pontos, interrompendo a sequência de seis quedas consecutivas.
Dólar hoje
O dólar começou volátil no mercado à vista, enquanto o dólar futuro de maio exibia alta por ajuste ante o fechamento anterior, com valor inferior ao preço à vista, o que não é habitual.
A queda da moeda à vista no começo do pregão refletiu ajustes em dia de alta de 3% do minério de ferro, que pode ter estimulando vendas de exportadores no mercado à vista.
Contudo, o cenário para o real passou a se deteriorar e, no fechamento o dólar registrou alta de 0,12%, R$ 5,2497. Simultaneamente, o DXY, índice global da moeda, desceu 0,19%, a 106,15 pontos.
Ações em alta
Veja as ações que mais subiram na bolsa de valores hoje.
- Sequoia (SEQL3) +16,67
- Clearsale (CLSA3) +9,32
- Oi (OIBR3) +4,41
- Serena Energia (SRNA3) +3,22
- Gol (GOLL4) +2,92
Ações em baixa
- Oncoclínicas (ONCO3) -5,84
- Ânima (ANIM3) -4,58
- CVC (CVCB3) -4,26
- Casas Bahia (BHIA3) -4,17
- Azul (AZUL4) -3,82
Os rankings contemplam ações com os maiores volumes de negociação da bolsa, que compõem ou não o Ibovespa e outros índices. As cotações foram apuradas entre as 17h10 e 17h35 e podem ter atualizações.
Bolsas mundiais: Nova York
As bolsas de Nova York fecharam mistas, com viés negativo, em meio à aversão ao risco devido aos conflitos no Oriente Médio, além de sinalizações de juros altos por mais tempo pelo Federal Reserve (Fed), e enquanto investidores observavam a temporada de balanços, que incluiu Netflix após o fechamento do mercado.
O índice Dow Jones subiu 0,06%, aos 37.775,38 pontos; o S&P 500 caiu 0,22%, aos 5.011,12 pontos; e o Nasdaq caiu 0,52%, aos 15.601,50 pontos.
Pela manhã, o balanço da taiwanesa TSMC surpreendeu em lucro e receita, o que impulsionou o setor de semicondutores em Nova York, mas o ímpeto durou pouco e Intel fechou com queda de 1,79% e Micron recuou 3,78%. Pela tarde, investidores acompanharam a notícia de que a Micron vai receber US$ 6,1 bilhões dos EUA por meio da lei CHIPS and Science, para ajudar na construção de fábricas em NY e Idaho.
Hoje, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, indicou que os juros podem demorar mais tempo para cair do que o imaginado, somente “mais para o fim do ano”. Antes, ele já havia sinalizado que esperava cortes de apenas 25 pontos-base no acumulado do ano.
Com isso, o monitoramento do CME Group voltou a indicar maior probabilidade para um único corte de 25 PB neste ano, com 36,3% de chance, e realizado provavelmente na reunião de setembro, com 65,9% de probabilidade de corte. A chance de manutenção na reunião de julho agora é de 58,5%.
Europa
As bolsas da Europa fecharam em alta nesta quinta-feira, 18, ampliando ganhos da sessão anterior, em dia na qual são apoiadas por perspectivas para a política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Além disso, prossegue a temporada de balanço, com divulgações de importantes empresas.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,32%, a 500,11 pontos.
Em Frankfurt, o DAX subiu 0,45%, a 17.850,81 pontos. O CAC 40, de Paris, teve alta de 0,52%, a 8.023,26. Em Milão, o FTSE MIB subiu 0,74%, a 33.881,50 pontos. Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,37%, a 7.877,05 pontos. O Ibex35, de Madri, teve alta de 1,23%, a 10.765,00 pontos. O PSI 20 avançou 1,50%, a 6.327,70 pontos.
Juros e o impacto sobre a bolsa de valores hoje
No exterior, mercados mais animados, com o S&P subindo no pré-mercado depois de quedas consecutivas após reprecificação das quedas dos juros para setembro nos Estados Unidos.
No Brasil, os juros futuros curtos e intermediários sustentam viés de alta, ecoando o sinal de possível corte menor da Selic , de 0,25 ponto porcentual em vez de 0,50 ponto porcentual, na reunião de maio (dias 7 e 8) do Comitê de Política Monetária (Copom) dado na quarta-feira pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
“A previsão atual indica apenas um possível decréscimo de 0,25 ponto percentual. Consequentemente, a curva de juros futuros sugere que a taxa Selic poderá superar os 10% ao ano”, diz a Guide.
Para Paulo Gala, economista-chefe do banco Master, a perspectiva é de queda para a reunião do início de maio, mas com mudança de cenário. “Avalio que cortarão 0,50%, mas deixarão de sinalizar próximos passos”, avalia Gala.