A bolsa de valores hoje fechou em queda, com o mercado aguardando decisões de juros e comunicados dos bancos centrais do Brasil e dos EUA, na próxima quarta-feira. O pregão desta segunda-feira (29) foi marcado pela cautela dos investidores diante dos próximas medidas dos banco centrais dos países sobre as taxas de juros. Assim, o Ibovespa registrou queda de 0,36%, aos 128.502,66 pontos. Na última sexta, o índice fechou em alta e anotou ganho semanal
O dólar, por outro lado, iniciou o dia com desvalorização ante o real, mas passou a subir após se valorizar diante de pares globais. A moeda norte-americana encerrou o pregão cotada a R$ 4,9459.
Ibovespa hoje
O Ibovespa teve momentos de euforia misturados a uma cautela do investidor brasileiro hoje, pendurado nas decisões sobre as taxas de juros do Banco Central e do Federal Reserve (BC dos EUA). A Super-Quarta entrou no radar e pressionou os ativos brasileiros nesta quarta-feira (29).
Alexsandro Nishimura, economista-chefe da Nomos Capital, explica que a queda do Ibovespa hoje foi provocada pelo fraco desempenho das ações da Vale (VALE3). O papel da mineradora, que divulgou sua prévia operacional, recuou 0,60%.
Além disso, Nishimura destaca que o setor bancário também pesou contra o Ibovespa. A ação unitária do Santander (SANB11) teve o pior desempenho do segmento, com queda de 1,23%, seguida pelo papel do Banco do Brasil (BBAS3), que cedeu 0,77%. Já as ações preferenciais do Bradesco (BBDC4) e do Itaú Unibanco (ITUB4) caíram 0,58% e 0,37%, respectivamente.
Nesta quarta, a ordem de liquidação da imobliária chinesa Evergrande pressionou a ação da Vale, diz Nishimura. “A liquidação indica que mesmo com as medidas de estímulo recentes, a China, maior consumidora de ferro do mundo, está ainda distante de estabilidade econômica”, diz o economista.
Juros futuros hoje
Os juros futuros subiram principalmente nos chamados “vértices intermediários” da curva. A taxa DI futura para vencimento em janeiro de 2025, por exemplo, teve alta de 1,5 pontos-base. Já os juros futuros para 2028 encerraram o pregão em alta de 5,5 bps.
“Temos a leve abertura na curva de juros, com pontas de médio e no longo prazo da curva de juros”, diz Lucas Serra, analista da Toro Investimentos. “Diria que essa não é uma alta tão relevante porque o mercado aguarda os indicadores de decisão de juros na quarta-feira”, completa
Dólar hoje
O câmbio avançou contra o real hoje, com uma boa performance do dólar contra o real hoje, mas perdeu fôlego no cenário internacional. A moeda norte-americana subiu 0,71%, cotada a R$ R$ 4,9459. Na máxima, a moeda bateu R$ 4,95.
Nesse sentido, no cenário internacional, o dólar se valorizou contra a libra, mas perdeu contra outros pares de economias desenvolvidas, como iene e euro. O índice DXY, que mede o desempenho global da moeda, registrou alta de 0,17%, a 103,609 pontos.
Melhores ações da bolsa de valores hoje
Considerando ações de todos os índices da Bovespa, a melhor ação do dia de hoje na bolsa de valores foi a do Banco Mercatil. O papel PN do banco (BMIN4) subiu 35,64% nesta segunda-feira (29).
Confira a seguir as cinco melhores ações da bolsa de valores. A lista contempla apenas ativos cujo volume de transação durante o pregão ultrapassou R$ 1 milhão.
- Banco Mercantil PN (BMIN4): 35,64%
- Vittia ON (VITT3): +5,71%
- Gafisa ON (GFSA3): +5,10%
- Assaí ON (ASAI3): +4,78%
- Hypera Farma ON (HYPE3): +2,80%
Piores ações da bolsa de valores
A pior ação da bolsa de valores hoje, e por ampla margem, foi a preferencial da Gol (GOLL4). Em meio à decisão da Justiça de Nova York para que a empresa acesse os US$ 950 milhões de capital da Abra, controladora da empresa no exterior, a ação despencou 33,61%.
A negociação das ações da Gol chegou a ser suspensa durante o pregão da B3 nesta quarta-feira por ter alcançado variação limite na baixa. De acordo com Einar Rivero, CEO da Elos Ayta Consultoria, a companhia aérea perdeu mais de R$ 2 bilhões de valor de mercado em 2024.
Veja abaixo as cinco piores ações da Bovespa hoje. A lista obedece o mesmo critério do ranking de melhores ações.
- Gol PN (GOLL4): -33,61%
- Viveo ON (VVEO3): -12,36%
- Estapar ON (ALPK3): -6,09%
- Sequoia Logística ON (SEQL3): -5,66%
- Azevedo&Travassos PN (AZEV4): -5,63%
Bolsas de Nova York
As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta segunda-feira (29). Tanto o Dow Jones quanto o S&P 500 cravaram uma nova máxima histórica, após os índices acelerarem ganhos no fim do pregão depois que o Tesouro dos EUA anunciou que precisará realizar leilões de títulos públicos para cumprir as necessidade de refinanciamento da dívida do governo americano abaixo do valor esperado pelos analistas. Investidores aguardavam ainda a divulgação dos resultados de grandes empresas de tecnologia e a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nos próximos dias.
Assim, o índice S&P 500 fechou em alta de 0,76%, aos 4.927,93 pontos, superando a máxima histórica anterior de 4.894,16 pontos atingida em 25 de janeiro. O Dow Jones subiu 0,59%, aos 38.333,45 pontos, também em recorde. O Nasdaq ganhou 1,12%, aos 15.628,04 pontos.
Bolsas da Europa
As bolsas europeias, por outro lado, fecharam a segunda-feira (29) sem direção única, com o mercado à espera da divulgação de uma série de indicadores econômicos na região esta semana, incluindo o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro, que pode confirmar uma recessão.
Em Londres, o índice FTSE 100 cedeu 0,03%, aos 7.632,74 pontos. No continente, o DAX, de Frankfurt, caiu 0,12%, aos 16.941,71 pontos, enquanto o CAC-40, de Paris, subiu 0,09%, aos 7.640,81 pontos.
Outros mercados da região também caíram. O Ibex-35, de Madri, teve baixa de 0,47%, aos 9.890,30 pontos. O PSI 20, de Lisboa, perdeu 0,36%, aos 6.252,96 pontos. O FTSE MIB, de Milão, recuou 0,48%, aos 30.233,61 pontos.