A bolsa de valores fechou em alta de 0,09%, a 130.031,58 pontos, nesta quarta-feira (21/02), após passar o pregão praticamente inteiro no negativo. Assim, o principal índice da B3 anota o quinto fechamento positivo consecutivo (dias 15, 16, 19, 20 e 21). O dólar também subiu.
No pregão anterior, o índice subiu 0,68%, nas máximas do dia. A Vale (VALE3) ajudou a colocar o Ibovespa no campo positivo, ao subir 0,76%. A Petrobras também avançou 0,14% (PETR4) e 0,25% (PETR3).
Algumas varejistas também ajudaram, como Pão de Açúcar (PCAR3), com alta de 6,22%, Carrefour (CRFB3), avançando 4,07% e Assaí, com valorização de 2,36%.
Dólar
O dólar havia fechado em alta na relação ao real. A moeda norte-americana subiu 0,14%, a R$ 4,9384.
Por outro lado, o DXY, que mede o desempenho global da divisa dos EUA, registou queda de 0,17%, a 104,07 pontos.
Ações em alta
Veja os papéis com as maiores altas.
- Oi (OIBR3) +12,60%
- Oi (OIBR4) +11,06%
- WEG (WEGE3) +6,77%
- Pão de Açúcar (PCAR3) +6,22%
- Traders Club (TRAD3) +5,33%
Ações em baixa
Confira também as maiores quedas da bolsa.
- Americanas (AMER3) -10,17%
- Lojas Marisa (AMAR3) -7,06%
- Hapvida (HAPV3) -4,51%
- Sequoia (SEQL3) -4,44%
- Recrusul (RCSL3) -4,42%
Os rankings incluem ações que pertencem ou não ao Ibovespa com volume acima de R$ 1 milhão. As cotações foram apuradas depois do fechamento, às 18h07, mas podem ter atualizações.
Bolsas mundiais: Nova York
As bolsas de Nova York fecharam mistas, em uma surpreendente virada nos últimos minutos de pregão, depois de passarem o dia inteiro em baixa, assim como o Ibovespa. Investidores exerceram cautela antes da publicação da ata do Federal Reserve (Fed, banco central americano).
A ata da última reunião de política monetária do Fed reiterou que os banqueiros centrais americanos não sentem urgência para começar a cortar juros. A divulgação manteve certo mau humor que já imperava desde a abertura do mercado, ao reforçar levemente apostas no início do ciclo de relaxamento apenas em junho.
Assim, o índice Dow Jones subiu 0,13%, aos 38.612,24 pontos; o S&P 500 também avançou 0,13%, aos 4.981,80 pontos; e o Nasdaq cedeu 0,32%, aos 15.580,87 pontos.
Os investidores ainda aguardam o balanço da Nvidia, que virou uma espécie de símbolo da nova era da tecnologia, focada em inteligência artificial. O resultado trimestral da Nvidia será divulgado após o fechamento do mercado financeiro.
Europa
As bolsas europeias fecharam majoritariamente em alta, com exceção de Londres, que recuou após balanços decepcionantes do HSBC e da Glencore. O Carrefour foi na direção oposta e terminou o pregão em alta, com resultados acima das expectativas.
Em Londres, o FTSE 100 cedeu 0,77%, aos 7.659,90 pontos. Por outro lado, o CAC-40, de Paris, subiu 0,22%, aos 7.812,09 pontos. Em Frankfurt, o DAX ganhou 0,29%, aos 17.118,12 pontos. O Ibex-35, de Madri, subiu 0,69%, aos 10.107,20 pontos. Em Lisboa, o PSI-20 terminou em alta de 0,39%, aos 6.250,49 pontos. O FTSE MIB, referencial de Milão, avançou 1,00%, aos 32.018,40 pontos.
Sequência de altas do Ibovespa
O Ibovespa tem sequência de altas desde a quinta-feira (15/02). No último pregão, foi puxado por bancos e empresas de pequena capitalização, apesar da desvalorização das ações de gigantes como Vale e Petrobras (PETR3; PETR4) após queda das commodities por decepções com os juros na China.
“O Ibovespa voltou a subir e se aproxima da resistência em 130.600 pontos. Será importante para o mercado superá-la, pois aumentam as chances de mais altas em direção às regiões de 132.000 pontos e à máxima de dezembro, em 134.400 pontos”, avalia a equipe de Equity do Itaú BBA, liderada pelo estrategista Fábio Perina.
Assim, o bom resultado é impulsionado por atividade econômica mais forte em dezembro, medido pelo IBC-Br, resultado de contas externas excepcionais, de mais de R$ 6 bilhões em janeiro, com saldo acumulado de R$ 10 bilhões.
Dessa forma, a parte fiscal também está mais animadora, com superávit que pode chegar a R$ 80 bilhões.
“Tudo isso tem criado um cenário mais positivo para o Brasil, com os juros futuros em queda, ainda que leve, e o dólar perdendo força. Esse cenário está ajudando ativos brasileiros”, avalia Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.
Ata do Fed e a bolsa de valores
Às 16h desta quarta, o Fed divulgou a ata da sua reunião de janeiro, quando a taxa básica de juros foi mantida na faixa entre 5,25% e 5,50%.
Os participantes da reunião destacaram que a trajetória dos juros dependerá de dados futuros, a evolução do cenário e o equilíbrio de riscos.
Ibovespa ainda mira os 150 mil pontos, diz Itaú BBA
Apesar do bom momento dos índices americanos SP500, Dow Jones e Nasdaq, o principal índice da bolsa brasileira encontra dificuldades em retomar as altas consistentes vistas no final do ano passado. Ainda assim, a perspectiva é que o Ibovespa salte para novos recordes este ano.
“Importante lembrar que sob uma visão de médio prazo, enquanto o índice permanecer acima de sua média móvel de 200 períodos, o grande alvo a ser perseguido em 2024 continua sendo a região dos 150 mil pontos”, avalia a equipe do Itaú BBA.
Adesão a pedido de impeachment mostra aumento do ruído político
Um dos movimentos que podem atrapalhar essa projeção positiva para os ativos de risco são os ruídos políticos.
Nesse sentido, um pedido de impeachment de Lula foi apresentado no Congresso depois das declarações do presidente sobre Israel.
O texto teve cerca de 110 assinaturas, principalmente de representantes de partidos de oposição como o PL e o Novo. Há também alguns do Centrão como União Brasil, PSD e o MDB.
Apesar de ser pouco provável que isso seja levado adiante – vale lembrar que o ex-presidente Bolsonaro foi alvo de 158 pedidos em quatro anos – mostra um certo desgaste do governo com o Congresso.
“Cabe ao presidente da Câmara, Arthur Lira, dar encaminhamento ao pedido de impeachment contra Lula. É verdade que Lira e o governo vivem entre altos e baixos, mas, na atual conjuntura, as chances de isso acontecer é mínima”, explica Erich Decat, head de análises políticas da Warren Investimentos.
*Com informações do Estadão Conteúdo e da Dow Jones Newswires.