As atenções ficam nesta terça-feira na palestra do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, cotado para substituir Roberto Campos Neto no comando do BC. Nos Estados Unidos, a agenda traz as vendas de varejo de junho, discurso da diretora do Federal Reserve (Fed) Adriana Kugler, além dos balanços do Bank of America (BofA) e Morgan Stanley.
Exterior
Os futuros de Nova York rondam a estabilidade, após leve alta das bolsas ontem diante de mais indicações de que o Fed está perto de iniciar o ciclo de afrouxamento monetário e com a percepção de que o ex-presidente dos EUA Donald Trump tem maiores chances de ganhar a eleição de novembro e que tenderia a adotar mais incentivos fiscais. A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, afirmou ontem que o país está “em um período no qual é provável a normalização da política monetária”. “Depois de longa luta, inflação está baixando e mercado de trabalho está desacelerando”, comentou.
Os investidores aguardam os números do varejo e balanços. A UnitedHealth caía 1,14%, após divulgar há pouco seus resultados. As bolsas europeias caem nesta manhã, pressionadas por ações de mineradoras e setor de luxo. Os papéis da Rio Tinto caíam quase 3% perto das 7 horas na Bolsa de Londres, após a segunda maior mineradora do mundo em valor de mercado cortar projeção para a produção de cobre e relatar embarques de minério de ferro abaixo do esperado. As ações a Hugo Boss perdiam 8,20% em Frankfurt, após a grife alemã reduzir sua expectativa de vendas para o ano. Na Alemanha, o índice ZEW de expectativas econômicas caiu para 41,8 pontos em julho, ante 47,5 pontos em junho, mas ficou um pouco acima da expectativa de analistas (41,5 pontos).
Brasil
O fôlego curto em Nova York e baixa no petróleo tendem a limitar uma valorização do Ibovespa. O EWZ, principal fundo de índice (ETF) do Brasil negociado em Wall Street, operava em alta de 0,48% no pré-mercado por volta das 7h15. O recuo dos rendimentos dos Treasuries e o dólar mais fraco ante várias moedas emergentes tendem a favorecer o real e dar viés de baixa aos juros futuros.
No entanto, as incertezas no âmbito fiscal persistem. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou ontem que a proposta de aumentar a alíquota da Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL) para compensar a desoneração da folha de salários “está na mesa”. Mas analistas avaliam que o desafio para se compensar integralmente, em 2024, a renúncia fiscal com o benefício aos 17 setores e a pequenas e médias prefeituras tem se tornado cada vez maior. O novo cálculo com o qual o Ministério da Fazenda e o Congresso trabalham é de que a desoneração resultará em uma renúncia de cerca de R$ 18 bilhões neste ano. A
XP Investimentos calcula que o crescimento da CSLL poderia dar ao governo R$ 2,2 bilhões em um cenário otimista de aprovação ainda em julho. Pesquisa do BTG Pactual com 33 participantes do mercado aponta que 70% deles acreditam que o governo fará um contingenciamento de ao menos R$ 5 bilhões no próximo relatório de receitas e despesas, a ser divulgado em 22 de julho.
*Agência Estado
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