A decisão de ontem do Copom fica no radar no Brasil e as definições de política monetária na Inglaterra e no México são destaques externos, além da divulgação dos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos e falas de autoridades monetárias. A safra de balanços no Brasil segue pujante, com resultados de B3, CSN, Magazine Luiza e Suzano, após o fechamento dos mercados. O Tesouro Nacional faz leilão de títulos prefixados.
Exterior
Manhã de indefinição e moderação dos ativos internacionais, em dia de agenda de indicadores esvaziada, enquanto ecoam sinais duros no sentido de que os juros americanos poderão ficar elevados por mais tempo do que o imaginado. Os índices futuros de ações de Nova York caem, enquanto os rendimentos dos Treasuries e o dólar ante moedas fortes avançam.
Na Europa, os investidores se dividem entre notícias corporativas, como o balanço da Telefónica, a oferta hostil do BBVA pelo banco Sabadell e a espera pela divulgação da decisão de juros na Inglaterra. A expectativa é que o BC inglês deixe seu juro básico inalterado pela sexta vez consecutiva, em 5,25%, mas comece a preparar o terreno para um eventual corte, mais adiante. Também estão no radar, comentários de autoridades de grandes bancos centrais ao longo do dia.
Na Ásia, as bolsas da China continental e de Hong Kong fecharam com ganhos, destoando das demais, após dados chineses de comércio exterior melhores do que o esperado. As exportações da China tiveram alta anual de 1,5%, após caírem no mês anterior. Já as importações saltaram 8,4% em abril, bem mais do que se previa.
Brasil
O viés negativo dos índices futuros de ações em Nova York e o Copom dividido na decisão de juros ontem à noite devem pesar no Ibovespa, que ainda avalia uma série de balanços como Braskem e Eletrobras, entre outros. No pré-mercado norte-americano nesta manhã, o EWZ, principal fundo de índice (ETF) brasileiro, caía 0,93%, dando continuidade ao recuo da véspera, após à decisão do BC de reduzir a Selic em 0,25 ponto porcentual, a 10,50%. Os ADRs de Vale caem após o minério ceder 1,65% em Dalian, apesar de números melhores da balança comercial chinesa.
Ontem, o Ibovespa subiu para o nível dos 129 mil pontos, dado que a divulgação da Selic de maio só foi feita após o fechamento da B3. Além da pressão dos Treasuries, a curva futura deve abrir em reação ao Copom hawkish, mas com quatro votos dovish.
A alta do dólar no exterior pode espelhar no câmbio, mas dados chineses podem estimular o real para cima, enquanto os investidores, no geral, esperam algum comentário do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a decisão do Copom. Ontem, ele preferiu não falar sobre o assunto.
*Agência Estado