O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,13% em setembro, após ter subido 0,19% em agosto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa medida é considerada uma prévia do índice oficial de inflação do País, o IPCA.
O resultado ficou abaixo do piso das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam alta de 0,18% a 0,33%, com mediana positiva de 0,28%. O mercado aguardava esses dados para ajustar suas projeções para os próximos passos do Comitê de Política Monetária (Copom), após a divulgação da ata da última reunião.
Com o resultado anunciado hoje, o IPCA-15 acumula um aumento de 3,15% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 4,12%. As projeções iam de avanço de 4,18% a 4,33%, com mediana de 4,28%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete registraram inflação positiva em setembro. A maior variação e o maior impacto positivo vieram de Habitação (0,50% e 0,08 p.p). Já Alimentação e bebidas (0,05% e 0,01 p.p.), grupo de maior peso no índice, registrou aumento de preços após dois meses de queda.
Entre as quedas, estão o recuo de 0,08% de Transportes e o a deflação de 0,04% em Despesas pessoais.
Na avaliação do economista da Tendências Consultoria, Matheus Ferreira, o resultado de setembro foi benigno tanto do ponto de vista quantitativo como qualitativo. Entre as boas notícias do ponto de vista qualitativo, ele destaca os serviços intensivos em mão de obra, cuja variação até acelerou na passagem do IPCA-15 de agosto para o de setembro (0,24% para 0,29%), mas mais uma vez a um nível bastante inferior ao que era observado ao longo do primeiro semestre deste ano, quando a variação média da abertura foi de 0,52%.
“Além do geral muito abaixo do esperado, a composição qualitativa também foi melhor do que esperávamos. Ao analisar a média anualizada dos últimos três meses das medidas subjacentes, observamos que, embora ainda estejam em patamar elevado, há sinais claros de melhora na margem”, avaliou Igor Cadilhac, economista do PicPay, em nota. Ele, entretanto, não acredita que o resultado de hoje muda as perspectivas para a Selic à frente. “Essa melhora na inflação corrente é bem-vinda, mas não deve modificar as preocupações do Banco Central em relação às expectativas futuras”, completa.
*Com informações da Agência Estado
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